Eu, Álison
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Ele se despediu
E abraçou as estrelas como um pai que abraça sua filha antes de ir para um lugar de onde não poderá voltar.
Em função de
Você não pode esperar que alguém viva em função da sua vida...
Mesmo que você viva em função da dela.
Eu, Álison
O horror
Interessante é quando você descobre que existe uma coisa pior do que a tristeza chamada melancolia. Ela é o fundo do poço. O escuro e solitário fundo do poço.
O sofrimento pode não durar para sempre, mas isso não significa que ele será breve.
Eu, Álison
Um grande martírio
“Quanto maior a sensibilidade, maior o martírio – um grande martírio”. - Leonardo da Vinci.
Eu, Álison
domingo, 28 de outubro de 2012
Intolerável
Pois o meu coração não me convida a viver, nem a permanecer entre os homens.
Os seus dentes rangiam; os seus olhos reluziam como a chama numa fogueira; e, dentro de si mesmo, o seu coração era penetrado por uma dor intolerável.
Os seus dentes rangiam; os seus olhos reluziam como a chama numa fogueira; e, dentro de si mesmo, o seu coração era penetrado por uma dor intolerável.
Eu, Álison
Não sei o nome disso que eu tenho
Minha paixão me fez correr, mas cheguei tarde. Tarde demais.
Você segue as pegadas que descobre para no fim falhar. E o gosto da falha é amargo. E o que é amargo te faz mal.
Agora é só se preparar e esperar, porque vai piorar...
Eu, Álison
Mayhem
"Idomeneu traspassou Erimante na boca, com o bronze impiedoso. A lança de bronze atravessou de lado a lado, sob o cérebro, e despedaçou os ossos brancos. Os dentes foram arrancados, os dois olhos injetados de sangue; este sangue, subindo pela boca, gotejando pelas narinas, expeliu-o ele pelas suas aberturas; e a nuvem negra da morte envolveu-o".
Eu, Álison
Antes que eu vá
Agora eu me deito para dormir.
Oro a Deus para minha alma guardar.
Se eu morrer antes de acordar,
Oro a Deus para a minha alma levar.
Oro a Deus para minha alma guardar.
Se eu morrer antes de acordar,
Oro a Deus para a minha alma levar.
Eu, Álison
sábado, 27 de outubro de 2012
E também me arrependi
Já caí inúmeras vezes achando que não iria levantar, já estive no topo achando que não iria cair. Já inventei histórias com final feliz só para dar esperança a quem precisava. Já escondi um amor com medo de perdê-lo e já perdi um amor por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por sentir medo e já tive tanto medo a ponto de nem sentir minhas mãos. Já passei noites chorando até pegar no sono e já fui dormir tão feliz a ponto de não fechar os olhos. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amavam. Já menti e me arrependi, já falei a verdade e também me arrependi. Já me senti sozinho no meio da multidão. Já chamei pessoas de amigos, quando na verdade não eram.
Alguns amigos nunca precisei chamar de nada, porque foram e sempre serão amigos para mim.
Eu, Álison
Última que morre
Dizem que a esperança é a última que morre. Pois minha esperança não pode morrer e tenho certeza que nunca vai. Afinal, não pode morrer o que nunca existiu.
Eu, Álison
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Olhos para ver
Antes de tudo quero fazer um adendo. Aqui estou falando de aparência e somente de aparência, não de caráter nem personalidade.
O meu conceito de beleza, assim como grande parte dos conceitos que eu tenho sobre as coisas da vida, sempre foi meio diferente. Para começar, eu não consigo achar modelo bonita. Sempre achei elas muito magras. Não que eu não ache meninas magras bonitas, só que no caso delas é diferente. Também não consigo achar a maioria das atrizes bonitas. Parece que elas seguem um padrão muito rígido, então todas parecem iguais.
Por algum motivo que eu desconheço, eu presto mais atenção em meninas que a maioria das pessoas não olharia. As que têm cabelo colorido, tatuagem ou piercing. As que usam aparelho, óculos ou roupas diferentes. Coisas desse tipo.
Acho que de uma maneira geral, seriam as que têm um estilo próprio, mesmo que esse estilo seja diferente do meu. Meninas que tenham características que as diferenciem das meninas normais. Não me interessa se essas características possam parecer estranhas para os outros, ou que alguém as possa considerar um defeito. Esse tipo de menina sempre me chama a atenção, onde quer que seja. Não olho meninas altas e magras, de salto, com uma roupa formal e uma bolsa elegante. Nada disse me interessa. O que me interessa são as meninas seguras de si o bastante para aparentar um estilo aquém de qualquer outro.
O meu conceito de beleza, assim como grande parte dos conceitos que eu tenho sobre as coisas da vida, sempre foi meio diferente. Para começar, eu não consigo achar modelo bonita. Sempre achei elas muito magras. Não que eu não ache meninas magras bonitas, só que no caso delas é diferente. Também não consigo achar a maioria das atrizes bonitas. Parece que elas seguem um padrão muito rígido, então todas parecem iguais.
Por algum motivo que eu desconheço, eu presto mais atenção em meninas que a maioria das pessoas não olharia. As que têm cabelo colorido, tatuagem ou piercing. As que usam aparelho, óculos ou roupas diferentes. Coisas desse tipo.
Acho que de uma maneira geral, seriam as que têm um estilo próprio, mesmo que esse estilo seja diferente do meu. Meninas que tenham características que as diferenciem das meninas normais. Não me interessa se essas características possam parecer estranhas para os outros, ou que alguém as possa considerar um defeito. Esse tipo de menina sempre me chama a atenção, onde quer que seja. Não olho meninas altas e magras, de salto, com uma roupa formal e uma bolsa elegante. Nada disse me interessa. O que me interessa são as meninas seguras de si o bastante para aparentar um estilo aquém de qualquer outro.
Eu, Álison
Ninguém consegue
"Não é que você seja diferente, mas é que ninguém consegue ser igual a você" - William Shakespeare
Eu, Álison
Sem celular
Considere-se com sorte se, em uma conversa, você conseguir fazer uma pessoa parar de mexer no celular e te olhar enquanto você fala, porque do jeito que está, parece que as pessoas colocaram suas vidas nas mãos dos celulares para dar tanta importância a eles.
E as relações humanas que se explodam!
E as relações humanas que se explodam!
Eu, Álison
Remember me
Do you remember me?
Do you still know my name?
Can you believe in me?
Do you put faith in me?
Eu, Álison
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Onde está Pátroclo? Onde?!
- Está morto, meu senhor. Heitor cortou-lhe a garganta.
- Eu matei um rapaz hoje... E ele era jovem. Era jovem demais.
Eu, Álison
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
A Morte devagar
Morre lentamente quem não troca de ideias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja quem não lê quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja quem não lê quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Eu, Álison
Reclamar é fácil
Eu acho que todo mundo fala mal da política só porque tem vontade de falar mal de alguma coisa. Todo mundo fala assim: "Porque a política no Brasil é podre". Todo mundo sabe que a política no Brasil é podre porque as pessoas são podres e porque elas elegem pessoas podres só porque elas fazem uma propaganda legal e uma tem a foto melhor do que a outra.
Só que falar que a política é podre não faz a política menos podre do que ela já é, então eu não vejo muita utilidade nessas reclamações. Ou você faz alguma coisa para mudar a situação ou então fica quieto e não fala nada. Porque reclamar qualquer criança do jardim de infância reclama, então isso não me parece muito eficaz contra a podridão das pessoas e contra as coisas podres que elas fazem.
Eu, Álison
domingo, 21 de outubro de 2012
Rezar cantando
Eu não tenho nada contra quem escreve músicas com significado religioso, ou que se inspirem na religião para compor, pelo contrário, conheço várias bandas desse tipo que têm qualidade. Só que existe uma diferença entre você tocar uma música com um fundo religioso e você rezar cantando.
Você pode escrever uma música com uma letra que, ao ser interpretada, mostra seu caráter religioso. Outra coisa é você fazer uma música em que a letra é uma oração. A única coisa que você fez foi colocar a parte instrumental. Isso de ficar falando "Aleluia", "Senhor meu Deus", para mim não é música. É uma oração cantada em forma de música, o que é diferente de uma música composta com significado religioso, que não precisa citar o nome de Jesus a cada dez segundos para demonstrar sua conotação sacra.
Sei que estou ofendendo muita gente, mas não estou pedindo para ninguém concordar comigo, só estou expressando minha reprovação com relação a esse tipo de atitude.
Você pode escrever uma música com uma letra que, ao ser interpretada, mostra seu caráter religioso. Outra coisa é você fazer uma música em que a letra é uma oração. A única coisa que você fez foi colocar a parte instrumental. Isso de ficar falando "Aleluia", "Senhor meu Deus", para mim não é música. É uma oração cantada em forma de música, o que é diferente de uma música composta com significado religioso, que não precisa citar o nome de Jesus a cada dez segundos para demonstrar sua conotação sacra.
Sei que estou ofendendo muita gente, mas não estou pedindo para ninguém concordar comigo, só estou expressando minha reprovação com relação a esse tipo de atitude.
Eu, Álison
Viver no real
Não há somente rosas na nossa vida. Há muitas pedras, muitos espinhos, muitos perigos, muitos caminhos.
Às vezes, não há espaço para poesia, não há espaço para admiração. Não espaço para cortesia. Não há espaço para redenção.
Às vezes, você só tem que seguir pelo caminho que há na sua frente e rezar para que ele te leve para um lugar melhor. Você não pode se dar ao luxo de parar para descansar ou deter-se admirando a beleza que te circunda.
Às vezes, você não pode usar metáforas para expressar sua alegria nem encontrar saídas para acabar com sua dor. Não é você que está se torturando. Sua vida que é uma tortura. Não há espaço para falsos otimismos nem sorrisos disfarçados. Você não tem tempo para rir, pois a vida está correndo atrás de você, te perseguindo como uma fera.
Você precisa ver as coisas como elas são, mesmo que o que você veja não seja algo bom.
Mas você nasce pequeno e cresce. Se transforma. Cresce até um dia se tornar uma pessoa digna de admiração. Nesse dia, você vai ver que há todas essas coisas que você achava não haver.
Às vezes, não há espaço para poesia, não há espaço para admiração. Não espaço para cortesia. Não há espaço para redenção.
Às vezes, você só tem que seguir pelo caminho que há na sua frente e rezar para que ele te leve para um lugar melhor. Você não pode se dar ao luxo de parar para descansar ou deter-se admirando a beleza que te circunda.
Às vezes, você não pode usar metáforas para expressar sua alegria nem encontrar saídas para acabar com sua dor. Não é você que está se torturando. Sua vida que é uma tortura. Não há espaço para falsos otimismos nem sorrisos disfarçados. Você não tem tempo para rir, pois a vida está correndo atrás de você, te perseguindo como uma fera.
Você precisa ver as coisas como elas são, mesmo que o que você veja não seja algo bom.
Mas você nasce pequeno e cresce. Se transforma. Cresce até um dia se tornar uma pessoa digna de admiração. Nesse dia, você vai ver que há todas essas coisas que você achava não haver.
Eu, Álison
sábado, 20 de outubro de 2012
Porque o meu foi à noite
"Era como se ela fosse dormir. Ela fechou os olhos tão lentamente que eu não pude acreditar". Ela havia me feito uma visita há poucos dias. Lembrei da frase "Talvez haja um anjo em minha porta", um pouco antes dela chegar e pedir para entrar. Por coincidência ou não, naquele momento havia mesmo. Me levou até uma carta de lembrança. Agradou-me muito sua visita e sei que me visitar também a agradou, pois quando se é diferente, passasse muito tempo só, e para quebrar o hábito de falar sozinho, uma companhia para conversar era muito bem vinda. Mas agora ela está em paz.
Sempre falaram que nós éramos diferentes. "Diferentes de qualquer um que já conheci", eles diziam. Nós ríamos, mas sabíamos que era verdade. Não via os quilômetros que se interpunham entre nós como lonjuras, mas sim como um caminho que nos mantinha unidos. Sempre. O fato de nossas vidas estarem separadas não nos distanciou um do outro.
Nós vivíamos tendo sempre em mente que as pessoas ao redor não nos entenderiam. Nenhuma delas. Os únicos capazes de nos entender seriam os que são como nós, mas como não há muitos por aí, dificilmente iríamos encontrar alguém que nos visse como realmente éramos.
Ela era muito importante para mim e sei que também era importante para ela. Ela me entendia. Eu a entendia. Nós nos entendíamos. Coisa rara.
Sempre disse que ela via o mundo de cima, de uma perspectiva que ninguém tinha. "Você consegue ver o mundo como ninguém", eu dizia. Bem... Agora tenho certeza.
Nunca descobriram a causa. Ela morreu. Pouco depois de me visitar ela morreu. Em casa, da mesma forma que passou a maior parte da vida, sozinha. Acho que ela foi a minha casa se despedir, ou simplesmente queria me ver. Não sei.
Sem entender, fiquei em pedaços. Seu funeral foi à tarde, mas não pude ir... Porque o meu foi à noite. Mas a causa da minha morte eu sei bem. Morri de desgosto.
Hoje as pessoas ainda falam que éramos diferentes. Pois é... Éramos...
Sempre falaram que nós éramos diferentes. "Diferentes de qualquer um que já conheci", eles diziam. Nós ríamos, mas sabíamos que era verdade. Não via os quilômetros que se interpunham entre nós como lonjuras, mas sim como um caminho que nos mantinha unidos. Sempre. O fato de nossas vidas estarem separadas não nos distanciou um do outro.
Nós vivíamos tendo sempre em mente que as pessoas ao redor não nos entenderiam. Nenhuma delas. Os únicos capazes de nos entender seriam os que são como nós, mas como não há muitos por aí, dificilmente iríamos encontrar alguém que nos visse como realmente éramos.
Ela era muito importante para mim e sei que também era importante para ela. Ela me entendia. Eu a entendia. Nós nos entendíamos. Coisa rara.
Sempre disse que ela via o mundo de cima, de uma perspectiva que ninguém tinha. "Você consegue ver o mundo como ninguém", eu dizia. Bem... Agora tenho certeza.
Nunca descobriram a causa. Ela morreu. Pouco depois de me visitar ela morreu. Em casa, da mesma forma que passou a maior parte da vida, sozinha. Acho que ela foi a minha casa se despedir, ou simplesmente queria me ver. Não sei.
Sem entender, fiquei em pedaços. Seu funeral foi à tarde, mas não pude ir... Porque o meu foi à noite. Mas a causa da minha morte eu sei bem. Morri de desgosto.
Hoje as pessoas ainda falam que éramos diferentes. Pois é... Éramos...
Eu, Álison
Um a um eles caíam
"Ele matava de um lado, depois de outro, e elevavam-se gemidos, medonhos, dos homens que ele furava com sua espada, e a terra avermelhava-se de sangue".
Eu, Álison
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
No próprio mundo
"Ah, as pessoas. Sempre tem aquelas que não te interessam logo de cara, essas são as piores, essas são as que imploram sua atenção. Tem também aquelas que você morre de vontade de conhecer, mas não sabe por onde começar. Tem aquelas que parecem esconder o mundo todo antes de falar, abrem a boca, e mostram que a embalagem era enganosa. Tem aquelas pessoas que não gostam de pessoas, essas são as melhores, você acaba se identificando de alguma forma, no entanto, tem medo de se aproximar. Tem aquelas pessoas insuportáveis, que te dão ânsia só de ver, e fazem questão de irritar. Tem aquelas pessoas chatas que te fazem sorrir fácil contando qualquer besteira aleatória, você sempre tenta evitar, e acaba sentindo falta quando essa pessoa não está. Tem aquelas pessoas fechadas no próprio mundo, que são caladas e parecem saber de tudo sem dizer uma palavra sequer".
Eu, Álison
Não sabia nem seu nome
Ele não sabia se era um paranoico obsessivo ou um obsessivo paranoico, mas a obsessão e a paranoia o guiavam o tempo todo.
Ela não sabia nem seu nome, mas isso não importava. Ele não se contentava em passar horas esperando para vê-la, esperando que seu coração disparasse, que sua barriga gelasse, que seu queixo caísse, que suas mãos suassem; ele precisava de mais. A seguia por todos os lados, onde quer que a visse. Descobriu onde era sua casa, quem era sua família, quem eram seus amigos. Descobriu com quem estudava, onde sua mãe trabalhava, que carro seu pai tinha. Descobriu o nome dos seus irmãos, o número da sua casa, a dia do aniversário.
Ele andava à noite esperando encontrá-la, e quando a encontrava, mal podia respirar. Escrevia sobre ela, pensava sobre ela, falava sobre ela. Olhava tudo. Sua roupa, seu cabelo. Ele já reconhecia seu jeito de andar, mesmo de longe, e nesse momento seu coração ganhava vida. Toda a sua atenção recaía sobre ela e sobre o que ela o fazia sentir.
Descobriu seu nome. Ela estava no topo. Seu dia não tinha sentido quando ele não a via. Ela o fazia viver, mesmo sem saber disso, e ele vivia por ela. Sua vida se resumia nos momentos em que aguardava vê-la.
Mas não era culpa dele. Era culpa daqueles olhos... Ele sabia tanta coisa sobre ela e ela não sabia nem seu nome. Nem sabia quantas coisas tinham em comum.
Até hoje não sabe.
E possivelmente nunca vai saber.
Mas não podemos esquecer daquela outra menina. Aquela que sabia tanta coisa sobre ele e que ele não sabia nem o nome, pois estava preocupado demais com a dona daqueles olhos. Essa outra menina sabia seu nome, mas ele... Não, e possivelmente nunca vai saber.
Ela não sabia nem seu nome, mas isso não importava. Ele não se contentava em passar horas esperando para vê-la, esperando que seu coração disparasse, que sua barriga gelasse, que seu queixo caísse, que suas mãos suassem; ele precisava de mais. A seguia por todos os lados, onde quer que a visse. Descobriu onde era sua casa, quem era sua família, quem eram seus amigos. Descobriu com quem estudava, onde sua mãe trabalhava, que carro seu pai tinha. Descobriu o nome dos seus irmãos, o número da sua casa, a dia do aniversário.
Ele andava à noite esperando encontrá-la, e quando a encontrava, mal podia respirar. Escrevia sobre ela, pensava sobre ela, falava sobre ela. Olhava tudo. Sua roupa, seu cabelo. Ele já reconhecia seu jeito de andar, mesmo de longe, e nesse momento seu coração ganhava vida. Toda a sua atenção recaía sobre ela e sobre o que ela o fazia sentir.
Descobriu seu nome. Ela estava no topo. Seu dia não tinha sentido quando ele não a via. Ela o fazia viver, mesmo sem saber disso, e ele vivia por ela. Sua vida se resumia nos momentos em que aguardava vê-la.
Mas não era culpa dele. Era culpa daqueles olhos... Ele sabia tanta coisa sobre ela e ela não sabia nem seu nome. Nem sabia quantas coisas tinham em comum.
Até hoje não sabe.
E possivelmente nunca vai saber.
Mas não podemos esquecer daquela outra menina. Aquela que sabia tanta coisa sobre ele e que ele não sabia nem o nome, pois estava preocupado demais com a dona daqueles olhos. Essa outra menina sabia seu nome, mas ele... Não, e possivelmente nunca vai saber.
Eu, Álison
Identifique-se 2
Um tempo atrás fiz um post sobre as principais características de cada hemisfério do cérebro (Identifique-se) e agora encontrei uma outra foto sobre o mesmo assunto. Se você for destro, vai usar o lado esquerdo. Se for canhoto, usa o direito.
Lado esquerdo:
“Eu sou hemisfério esquerdo. Eu sou um cientista. Um matemático. Eu amo o que reconheço. Eu classifico. Eu sou exato. Linear. Analítico. Estrategista. Sou prático. Sempre no controle. Um mestre das palavras e linguagem. Realista. Eu calculo equações e brinco com números. Eu sou a ordem. Eu sou lógico. Eu sei exatamente quem eu sou.”
Lado direito:
“Eu sou hemisfério direito. Sou a criatividade. Um espírito livre. Sou paixão. Sou saudade. Sensualidade. Eu sou o som de gargalhadas. Eu sou o gosto. A sensação da areia nos pés descalços. Sou movimento. Cores vivas. Sou o anseio de pintar a tela em branco. Sou a imaginação sem limites. Arte. Poesia. Eu percebo. Eu sinto. Eu sou tudo o que eu queria ser.”
Lado esquerdo:
“Eu sou hemisfério esquerdo. Eu sou um cientista. Um matemático. Eu amo o que reconheço. Eu classifico. Eu sou exato. Linear. Analítico. Estrategista. Sou prático. Sempre no controle. Um mestre das palavras e linguagem. Realista. Eu calculo equações e brinco com números. Eu sou a ordem. Eu sou lógico. Eu sei exatamente quem eu sou.”
Lado direito:
“Eu sou hemisfério direito. Sou a criatividade. Um espírito livre. Sou paixão. Sou saudade. Sensualidade. Eu sou o som de gargalhadas. Eu sou o gosto. A sensação da areia nos pés descalços. Sou movimento. Cores vivas. Sou o anseio de pintar a tela em branco. Sou a imaginação sem limites. Arte. Poesia. Eu percebo. Eu sinto. Eu sou tudo o que eu queria ser.”
Eu, Álison
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Uma porção do céu
- Você não pode me deixar!
- Eu preciso.
- Mas se você ficar sozinho tudo vai acabar!
- Talvez seja melhor que tudo acabe.
- Mas se tudo acabar, como vou te contar?
- Contar o quê?
- Só conto se você ficar.
- Ficar até quando?
- Até quando precisar.
- Ficar aonde?
- Em qualquer lugar.
- Mas o que me garante que você vai me contar?
- Bem, estou na sua frente, olhando seu olhar...
Um pedaço do céu pediu que eu ficasse e a isso não posso recusar. Os anjos que esperem e me reservem um lugar.
- Eu preciso.
- Mas se você ficar sozinho tudo vai acabar!
- Talvez seja melhor que tudo acabe.
- Mas se tudo acabar, como vou te contar?
- Contar o quê?
- Só conto se você ficar.
- Ficar até quando?
- Até quando precisar.
- Ficar aonde?
- Em qualquer lugar.
- Mas o que me garante que você vai me contar?
- Bem, estou na sua frente, olhando seu olhar...
Um pedaço do céu pediu que eu ficasse e a isso não posso recusar. Os anjos que esperem e me reservem um lugar.
Eu, Álison
À sua saúde
Doutor, precisa levá-lo a um sanatório. Ele está numa dieta de café, tabaco e folhas de coca. Ele nunca dorme. Ouço várias vozes como se ensaiasse uma peça.
Eu, Álison
Mas ele sabia
- John, sabe aonde estamos te levando hoje?
- É... Ver uma senhora?
- Isso mesmo, mas como você sabe?
- Eu não sei... Para dizer a verdade, eu não sei de muita coisa. Eu nunca soube...
- É... Ver uma senhora?
- Isso mesmo, mas como você sabe?
- Eu não sei... Para dizer a verdade, eu não sei de muita coisa. Eu nunca soube...
Eu, Álison
Disse Heitor:
"Mas não há força nem valentia na tua alma. De nada te servirão essa cítara, esses dons de Afrodite, essa cabeleira, essa beleza, quando estiveres misturado com o pó".
A Ilíada, canto III.
Eu, Álison
Muito errado
"E continua sendo assim - por mais delirante que a afirmação possa parecer - a vida atual em sua velha aparência de estupro, de anarquia, de desordem, de desvario, de descalabro, de loucura crônica, de inércia burguesa, de anomalia psíquica (pois não é o Homem, e sim o Mundo que se tornou anormal), de deliberada desonestidade e insigne hipocrisia, de enlameado desprezo por tudo que apresenta nobreza, de reivindicação de uma ordem inteiramente baseada no cumprimento de uma injustiça primitiva, em suma, de crime organizado".
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Imaginem o que se passava com ele
"Van Gogh era uma dessas naturezas dotadas de luz superior, a qual permite, em qualquer circunstância, ver além, infinita e perigosamente além do real imediato e aparente dos atos. Quero dizer, além da consciência que a consciência ordinariamente conserva dos atos".
"E algumas vezes não é preciso nada mais para induzir um gênio ao suicídio. Sobrevêm dias em que o coração sente tão terrivelmente a falta de uma saída, que o surpreende, como uma pancada na cabeça, a ideia de que já não poderá mais ir adiante".
"Mas no caso de um suicídio, é necessário um exército de seres maléficos para que o corpo opte pelo ato terrível de dar fim à própria vida".
Vincent van Gogh, pintor pós-impressionista holandês, deixou uma nota de suicídio dizendo: "a tristeza nunca vai embora".
"No Limiar da Eternidade", por van Gogh.
Eu, Álison
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Eu vi o que ela viu
Lábios vermelhos como sangue.
Cabelo negro como a noite.
Quero seu coração, minha adorada Branca de Neve.
Cabelo negro como a noite.
Quero seu coração, minha adorada Branca de Neve.
Quero o coração dela pulsando com sangue, então deixe que venham...
Eu, Álison
Vocês têm que parar para pensar
Tem tantos nomes por aí e vocês não estão dando valor. Dá uma olhada dentro das casas, é pai de família, mãe de família, é gente honesta, é gente sincera. Gente que trabalha para construir esse país. Gente que ganha mal e trabalha pra caramba e tão aí, com um sorriso no rosto. E essas crianças da rua, que não têm colégio, não têm estudo, não têm lazer, não tem saúde, não têm nada, porque o dinheiro disso, o governo come tudo. As crianças sofrendo, chorando na rua lágrimas de sangue. E fora os idosos. Vai nos hospitais, vai nas creches, vai nos orfanatos, vai nos asilos, que você vai encontrar pessoas para colocar nessa lista.
A nossa nação está sendo enganada, o povo está sendo enganado, vocês estão contando mentiras para o povo. A televisão, a mídia, faz isso. A mídia é um meio de comunicação do povo. O povo quer saber a verdade. No rádio também, ele quer saber a verdade, o fato que está acontecendo.
A nossa nação está sendo enganada, o povo está sendo enganado, vocês estão contando mentiras para o povo. A televisão, a mídia, faz isso. A mídia é um meio de comunicação do povo. O povo quer saber a verdade. No rádio também, ele quer saber a verdade, o fato que está acontecendo.
Eu tenho nojo, ódio. Vocês são uns monstros.
Eu, Álison
Humanos desumanos
O preconceito reina em uma cabeça que não se governa.
"É tão ruim assim ser gay? Meu irmão é gay e é melhor que todos vocês juntos." - PC Siqueira
Eu, Álison
De acordo com o que vejo
Posso afirmar uma coisa: Até um robô (um ser sem uma única gota de sangue em seu interior e sem nada batendo dentro do peito) seria mais romântico do que um ser humano, que, aliás, nem parece humano. Apenas parece como qualquer outro tipo de animal, às vezes, tão irracional quanto.
Eu, Álison
Horário nobre
A impressão que eu tenho é de que a maioria do que passa na TV, principalmente os programas do chamado "horário nobre", são feitos por umas pessoas meio bestas, para que quem estiver assistindo possa se identificar com elas. Os responsáveis pela programação colocam no ar programas imbecis, que falam sobre assuntos idiotas, com apresentadores babacas. Se for algum filme, são os personagens que são retardados.
Porque eles devem pensar assim: "Como o público que assiste é muito idiota, temos que apresentar uma programação tão idiota quando, porque se colocássemos programas interessantes, todos iam parar de assistir, já que ninguém iria entender nada".
Pois então, se eu fosse você, me preocuparia, pois o que passa na TV é reflexo do que você pensa. Ou talvez seja o contrário, seja o reflexo de você não pensar.
Porque eles devem pensar assim: "Como o público que assiste é muito idiota, temos que apresentar uma programação tão idiota quando, porque se colocássemos programas interessantes, todos iam parar de assistir, já que ninguém iria entender nada".
Pois então, se eu fosse você, me preocuparia, pois o que passa na TV é reflexo do que você pensa. Ou talvez seja o contrário, seja o reflexo de você não pensar.
Eu, Álison
Floco de neve
Quase morrendo, a formiguinha rezou baixinho:- Meu Deus, tu que és tão forte,
que governas a morte,
que mata o homem,
que bate no cão,
que persegue o gato,
que come o rato,
que rói o muro,
que tapa o Sol,
que derrete a neve,
desprende meu pezinho...
E Deus, então,
que ouve todas as preces, sorriu.
Estendeu a mão por cima das montanhas
e ordenou que viesse a primavera!
No mesmo instante
no seu carro vermelho de veludo e ouro,
a primavera desceu sobre a Terra,
enchendo de flores os campos,
enchendo de luz os caminhos!
E, vendo a formiguinha quase morta, gelada pelo frio,
tomou-a carinhosamente entre as mãos
e levou-a para seu reino encantado,
onde não há inverno, onde o Sol brilha sempre
e onde os campos estão sempre cobertos de flores!
Eu, Álison
Questione
Como a memória é armazenada?
Como ela é reconstruída?
Por que o cérebro dorme e sonha?
O que é a inteligência?
Por que as pessoas têm dons e talentos diferentes?
Como nós percebemos o mundo?
Como o cérebro representa o tempo?
O que é a consciência?
Como ela é reconstruída?
Por que o cérebro dorme e sonha?
O que é a inteligência?
Por que as pessoas têm dons e talentos diferentes?
Como nós percebemos o mundo?
Como o cérebro representa o tempo?
O que é a consciência?
Eu, Álison
domingo, 14 de outubro de 2012
Luzes acesas
Há alguma coisa nas cidades à noite que me faz pensar. Não que eu não goste do dia, mas é que à noite tudo é diferente. As coisas são mais reais, mais vivas, os carros andando, as luzes acesas, a temperatura agradável, a Lua brilhando. Tudo isso me fascina, assim como quem vejo à noite. Não sei por que, mas fascina.
Eu, Álison
É só isso
Não sei, só acho que já passei da idade de achar que um estilo de música é melhor que outro, que usar camisa rosa faz alguém homossexual e que pessoas tatuadas não têm caráter.
Eu, Álison
Winehouse
Às vezes, eu tenho a impressão de que todo mundo incentivava aquela mulher a ficar cada vez mais drogada e a finalmente morrer. Daí a única coisa que sobra são as pessoas falando assim: "Ah, coitada, morreu, era tão talentosa". Só que ninguém assume sua parcela de culpa. Ela não devia ter nenhuma autoestima e nenhum autocontrole e todo mundo batia palma para ela ficar drogada e magrela.
Falam tanto dela ter morrido de overdose, mas não pensam no fato de ela ter sido uma pessoa doente que não conseguiu sobreviver ao próprio problema.
Falam tanto dela ter morrido de overdose, mas não pensam no fato de ela ter sido uma pessoa doente que não conseguiu sobreviver ao próprio problema.
Eu, Álison
Apesar de ser
Não é só porque eu disse que minha colega é bonita que ela vai ser bonita...
Apesar de ser.
Eu, Álison
A vida toda
Algumas pessoas especiais vivem menos, pois já nascem sabendo o que levamos a vida toda para aprender.
Eu, Álison
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