11:00 PM.
A ideia era fazer um café e voltar para o quarto, mas decidi sentar em uma cadeira na área da minha casa e parar para pensar. Apesar de ser inverno, havia uma brisa muito agradável que me convidava a permanecer ali. Pensar sobre as coisas é uma atividade transformadora e como eu precisava refletir, achei aquele ambiente propício.
Olhar perdido e distante. Eu não estava pensando em nada, apenas resolvi deixar que minha mente falasse comigo, que ela se mostrasse, e esperava que isso tirasse um pouco do peso em minha cabeça. Se me perguntassem o que aconteceu enquanto estava ali sentado não saberia dizer. Toda a minha atenção estava voltada para dentro. A cada gole de café minha consciência saía flutuando em meio ao vento, organizando a bagunça e tentando combater a confusão.
O tempo passou, os goles de café acabaram, mas eu continuei ali. Não interiorizava nenhuma sensação, apenas deixava que minha mente esvaziasse e se reordenasse, que ela voltasse no tempo e tentasse entender porque havia feito aquilo horas atrás.
Não precisei focar em um assunto, minha cabeça pensava por conta própria. Eu havia me desligado do mundo e pulado num poço de pensamentos. Prestava atenção somente no que minha mente dizia. E dizia muita coisa. A única manifestação exterior que me distraía era o vento. Ele me deixava mais disperso do que eu já estava, mas isso era bom. Minha consciência precisava de tempo.
Terça-feira, 17 de Julho de 2012.
00:00 AM
Me levanto da cadeira com a xícara vazia. O vento ainda estava lá. Minha mente havia dado mil voltas e agora parecia mais tranquila. Depois de uma hora pensando, me levantei e voltei para meu quarto. Parte da confusão havia sido expulsa e levada pelo vento. Parecia que a bagunça havia diminuído. Eu estava melhor. O que eu havia feito já não parecia tão grave. A notícia que havia lido já não parecia tão estarrecedora. Ainda não havia recebido meu perdão, mas minha consciência estava começando a me absolver de meu desprezível e medíocre ato de dúvida. De meu pecado narcisista.
Meu pedido foi aceito e fui perdoado quinta-feira, dia 19 de Julho, à tarde.
Hoje o que eu fiz é passado. Não quero precisar suplicar desculpas novamente por fazer algo tão patético.
Eu, Álison
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