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domingo, 9 de março de 2014

É isso que eu acho

Acho que quando uma pessoa escreve, coloca um pouco do que está sentindo para fora e tenta aprisionar aquilo nas palavras. É como se escrevendo ela tirasse de dentro de si um pouco do peso que aquilo representa e o colocasse no texto. Acredito que muitas das pessoas que escrevem compulsivamente o fazem por esse motivo, sendo talvez essa sua única alternativa para que se sintam melhores. O problema em textos assim é que o leitor não deve ater-se ao que o autor escreveu, mas ao que ele esconde por detrás das palavras, pois quem escreve com emoção certamente escreve mais do que a aparência demonstra.


Mas há também uma vantagem. Se você conseguir chegar a um ponto suficientemente profundo para atingir toda a significação que o autor disfarçou no traço de sua tinta, ele poderá, mesmo que por um instante, ligar-se à mente do autor e ao que ele quis dizer. Por um único momento, independente da distância que separa os dois corpos um do outro, o indivíduo que escreveu e o sujeito que está lendo estarão conectados, unidos por um sentimento em comum. Suas mentes serão uma só e cada uma delas terá à disposição tudo o que a outra tem dentro de si. Eles estarão, apesar de todos os pesares e de todos os problemas, compartilhando um momento em que o tempo não existe, pois sendo essa ligação apenas mental e abstrata, o tempo não pode alcançá-la. Portanto, no mundo das ideias, onde se dá essa ligação, um instante de união é um instante eterno. E ninguém duvida do que um momento eterno pode fazer com alguém.








Eu, Álison

domingo, 19 de maio de 2013

Esperando ser notado

Parte I

Um elogio disfarçado
Ele está lá, esperando ser notado
Um abraço apertado
Passa a quem foi abraçado
A ternura de um abraço dado
Caminho a seu lado
Guardo o retrato marcado
Com a importância do que é sagrado
De um momento que foi gravado
Um instante da sua vida que merece ser lembrado
Por algo que você fez, por um elogio disfarçado


Parte II

A mente é algo inesperado
Surpreende, conquista, te deixa admirado
Constrói um castelo blindado
Cria um poema a alguém um dia amado
A chuva não havia notado
O tempo parecia parado
A vida, um conto encantado





Eu, Álison

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Leonardo e Freud IV

Ele conseguira sujeitar seus sentimentos ao domínio da pesquisa e reprimir a sua livre expressão; mas para si mesmo havia ocasiões em que o que suprimira forçava um meio de expressão. A morte da mãe, a quem tanto amara em certa época, foi uma delas. O que temos diante de nós nesses apontamentos sobre as despesas do enterro é a expressão, sob um disfarce quase irreconhecível, de sua tristeza pela morte da mãe. Ficamos pensando o porquê desse disfarce, e na verdade não o podemos entender se o considerarmos um processo mental normal.
A natureza generosa deu ao artista a capacidade de exprimir seus impulsos mais secretos, desconhecidos até por ele próprio, por meio dos trabalhos que cria; e estas obras impressionam enormemente outras pessoas estranhas ao artista e que desconhecem, elas também, a origem da emoção que sentem.






Eu, Álison

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Or may I only

Percebo que estou sendo, pouco a pouco, deixado para trás pelas pessoas que me rodeiam.


Ou talvez eu só esteja deixando o melhor para o final...





Eu, Álison

domingo, 21 de outubro de 2012

Viver no real

Não há somente rosas na nossa vida. Há muitas pedras, muitos espinhos, muitos perigos, muitos caminhos.
Às vezes, não há espaço para poesia, não há espaço para admiração. Não espaço para cortesia. Não há espaço para redenção.
 Às vezes, você só tem que seguir pelo caminho que há na sua frente e rezar para que ele te leve para um lugar melhor. Você não pode se dar ao luxo de parar para descansar ou deter-se admirando a beleza que te circunda.
Às vezes, você não pode usar metáforas para expressar sua alegria nem encontrar saídas para acabar com sua dor. Não é você que está se torturando. Sua vida que é uma tortura. Não há espaço para falsos otimismos nem sorrisos disfarçados. Você não tem tempo para rir, pois a vida está correndo atrás de você, te perseguindo como uma fera.
Você precisa ver as coisas como elas são, mesmo que o que você veja não seja algo bom.


Mas você nasce pequeno e cresce. Se transforma. Cresce até um dia se tornar uma pessoa digna de admiração. Nesse dia, você vai ver que há todas essas coisas que você achava não haver.




Eu, Álison

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ínfima porção

Eu desconfiava que ela escondia alguma coisa dentro de si. Eu sempre achei que ela disfarçava, com um olhar que me desafiava a desvendá-la. Mas ela não era qualquer um. Ela era especial. Uma mente presa no interior de um corpo, confinada dentro de algo que não podia contê-la. E o que ela não continha, sem querer, demonstrava. E nós chamávamos o que ela demonstrava de milagre, mas para ela era só uma porção, ínfima porção, de tudo o que havia no mundo em que ela vivia. Às vezes, nem mesmo ela se entendia.
Foi então que percebi que aquele olhar, a maneira como aqueles olhos viam através de mim, não era um desafio, mas uma súplica desesperada, um pedido de socorro. Talvez ela quisesse que eu a ajudasse a entender a si mesma e a entender porque as janelas de sua alma gritavam daquela forma, como se presas num calabouço ou perdidas num labirinto.





Eu, Álison

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Uma ilha a ser descoberta

Eu desabo quando me calo
Você é meu abandono,
É tudo que eu tenho
Uma flor, um castelo,
Uma escada que me leve até onde você está

Seus olhos, Sua face, me levam além do que pensei
Se às vezes me escondo, em Você me acho
Nem dá pra disfarçar
Preciso dizer: você faz muita falta
Não há como explicar...
Foi sem Você que eu pude entender
Que não é fácil viver sem Te ter
Meu coração me diz que não
Eu não consigo viver sem Você, sem Você
Nunca sem Você

Quem vai me abraçar, me compreender, me consolar?
Quem vai me querer, quem vai saber me perdoar?
Não até o fim, até o ciclo terminar
Eu sei que é Você
O dia sorriu e eu acordei
Não até morrer e o pó a terra misturar
Sou eu quem vai amar, quem vai saber te acalmar
Sou eu quem vai ouvir sua doce voz e vai chorar
Olha pra mim, veja que eu era uma ilha a ser descoberta
E Você passou por ali

Há alguma coisa nesse Rosa de Saron...




Eu, Álison