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domingo, 20 de julho de 2014

Decidiu-se pela primeira

Ao longo da vida do escritor [Ernest Hemingway], o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros. Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, o atormentava com a sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio a pistola com a qual o seu pai havia se matado. O escritor, atônito, não sabia se ela queria que ele repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma como lembrança. Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu-se pela primeira alternativa.






Eu, Álison

domingo, 22 de dezembro de 2013

A loucura me salvou

Tal é a força da escrita: abolir o tempo, suprimir as distâncias, reunir os opostos.

Para Virginia, "escrever é um inferno", e ela não esconde de sua amiga Violet que "às vezes fica horas e horas diante de uma lareira sem fogo, com a cabeça entre as mãos".
De agora em diante, Virginia conhecerá apenas estados paroxísticos, oscilando continuamente entre a exaltação e o desespero. Quando afirma estar feliz, será sempre com "aquela impressão de um meio fio estreito na borda de uma calçada que dá em um precipício". Cada novo livro será um mergulho em águas profundas na qual a romancista não hesitará em colocar sua vida em perigo.
Aquela que escreve em seu Diário "quando escrevo não passo de uma sensibilidade" teme mais do que qualquer pessoa o período que segue a criação propriamente dita.

Entretanto, em 16 de janeiro de 1936, enquanto corrige as provas de Os Anos, encontra-se novamente à beira do precipício aniquilada por um sentimento de fracasso irremediável.

Nunca me senti tão infeliz quanto ontem à noite [...]

Essa mulher tão perfeitamente feliz num dia e tão desesperadamente deprimida no outro conservou um talismã de sua infância que guardará preciosamente durante toda sua vida. Esse, apesar de não a salvar, irá ajudá-la nos momentos mais difíceis.
Os Stephen têm comum o vício impune da leitura. Têm também, como se fosse um gene transmissível, um certo gosto pela escrita.

Durante seus trinta anos de escrita, Virginia conhecerá somente condições estremas, indo da euforia mais comunicativa ao abatimento mais preocupante. Com A Viagem, entra para a literatura e assina um pacto consigo mesmo que lhe parece proibir qualquer forma de acesso à felicidade.

Em maio de 1895, Julia Princep se retira na ponta dos pés do quadro de cores vibrantes da infância. Para a família Stephen, é um verdadeiro terremoto. Para Virginia, menininha de sensibilidade exacerbada, o fim de toda possibilidade de felicidade.

Virginia, por sua vez, observa. Espectadora de um mundo na qual não consegue tomar parte, vive o início de um sentimento de ausência que não a deixará mais.

A jovem Virginia grava tudo sem conseguir se deixar levar por uma emoção cuja violência a aniquilará.

O que a morte de Julia Stephen revela é uma propensão à instabilidade psíquica com a qual Virginia deverá lidar toda sua vida.

Estar louca, Ou, pior ainda, que os outros a achem louca: esse é o pavor dessa mulher que lutará corajosamente toda sua vida contra sintomas que cada um vai querer ligar a um nome. Histeria. Psicose. Depressão.

A morte da qual sou perpetuamente consciente [...] se aproxima tão rápido!

Alguns meses depois de seu casamento, Virginia Woolf fica gravemente doente. Sua recusa em alimentar-se e suas dificuldades de conseguir dormir inquietam os próximos. Chamaram o médico que, entre outras recomendações de praxe, prescreve-lhe  barbitúrico, um sedativo potente. Alguns dias mais tarde, ela força voluntariamente a dose e quase morre.

Virginia sente-se "acorrentada a um rochedo, coagida à inação, condenada a deixar cada preocupação, cada rancor, irritação ou obsessão atacá-la persistentemente com unhas e dentes".
Seu desespero, contido nos primeiros anos, acaba pouco a pouco por explodir.

Em 1922, anota a contragosto em seu Diário:

O único interesse que as pessoas têm por mim como escritora vem, estou começando a me dar conta, de minha personalidade estranha. 

É o preço da glória. O início da lenda. Lenda que não quer ver em Virginia outra coisa além de uma mulher melancólica e suicida. Frágil e cortada do mundo. Fantasiosa e instável.

Longe da agitação da capital, a romancista experimenta com sensualidade as delícias do campo e pode se entregar com toda a tranquilidade à sua ocupação preferida. Ali, tudo é ordem, calma e volúpia.

Leonard, por sua vez, que sempre tem uma inclinação ao pessimismo, torna-se simplesmente lúgubre. "As pessoas continuarão a morrer, e assim até a nossa própria morte", confia à sua mulher.

Por que as depressões crônicas dessa mulher, suas repetidas tentativas de suicídio e seus acessos de demência foram retidos em vez da extraordinária coragem que ela demonstrou para conseguir realizar sua obra, tão rica e complexa, apesar de sua "doença sinistra"? Por que ter destacado sua fragilidade, ao passo que é precisamente sua força que é impressionante? Depois de cada crise, que a deixa num estado extremo de deterioração física e psicológica, Virginia Woolf encontra ainda e sempre a força para comprometer-se novamente com uma nova tarefa.Seja em 1913, quando termina seu primeiro romance, apesar de seu estado de saúde que pede internação. Seja em 1918, quando começa Noite e Dia com o único objetivo de manter a cabeça fora d'água entre dois períodos de imersão na demência. Seja em 1930, quando escreve As Ondas e vê novamente surgir os signos indicadores da depressão. Seja em 1936, quando termina Os Anos e que atravessa uma crise de desespero cuja violência lhe lembra o fim esgotante de A Viagem. De cama, emagrecida, pálida, vítima de alucinações, de dores de cabeças assustadoras, Virginia Woolf persiste.

A escrita é a única saída que essa mulher, que se define como "uma melancólica de nascimento", encontrou para salvar-se. Cada livro é uma vitória sobre a doença. Um combate contra as trevas das quais sai sempre vitoriosa, mas raramente aliviada.
Com Os Anos, os sintomas da depressão vêm à tona novamente. "Escrever é um esforço, escrever é o próprio desespero", anota em seu diário sobre "esse livro interminável".

O mesmo medo de não ser capaz de expressar uma emoção que parece ocultar propositalmente a extensão de sua dor.

Como se o desaparecimento de seu amigo tivesse definitivamente quebrado algo dentro dela.
"Como se nos chocássemos contra um muro. Um tal silêncio. Um tal empobrecimento. Quantas coisas ele irradiava".
"Lutamos todos com os nossos cérebros, nossas paixões e todo o resto, e tudo isso para sermos vencidos", anota em seu Diário em um dia de desespero.

O que resta? Em que se agarrar? Tudo não passa de desolação. Mesmo a escrita do Diário não parece mais oferecer consolo. Em 29 de dezembro de 1940, essa constatação lapidar: "Todo desejo de continuar esse Diário me abandona".
Lytton Strachey, Katherine Mansfield, Roger Fry, todos seus melhores amigos se foram. Apenas Virginia, soldadinho valente, continua lutando com as palavras. Um embate que a cada dia lhe parece mais inútil.

Enquanto tem consciência de estar tomada pela doença, tenta, mais uma vez, para mantê-la longe, examinar a loucura sob o ângulo do estudo. Mas, pela primeira vez, essa vontade que tanto pôs à prova e que lhe permitiu que se mantivesse à beira do abismo, não responde mais. Alguma coisa se rompeu. Definitivamente.

Para Virginia, o pesadelo recomeça. As visões. As alucinações. As eternas recomendações que nunca serviram para nada além de isolá-la um pouco mais nesse mundo opaco e frio no qual ela sente que está sendo inexoravelmente enterrada.
"Lutei tanto quanto pude, mas não consigo mais". Ninguém poderá salvar Virginia Woolf. Pela primeira vez, Leonard chegará tarde demais.

No dia 28 de Março de 1941, após ter um colapso nervoso, Virginia Woolf suicidou-se.




Eu, Álison

sábado, 14 de dezembro de 2013

Não ve visite hoje

Espere até amanhã. Acredito que já terei me encontrado. É que é difícil quando a gente se perde, sabe? Se perde de si mesmo...







Eu, Álison

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

E enfim estaria bem

Se você estivesse pensando claramente, 
perceberia que aquela cidade acabou com sua vida.


Se eu estivesse pensando claramente, não teria mais vida alguma.






Eu, Álison

sábado, 31 de agosto de 2013

É preferível morrer a sofrer tanto

Muitas vezes, a pessoa deprimida fala em suicídio porque se sente vazia e inútil devido à raiva que imobilizou seu ego. Quando o ego fica limitado a desempenhar suas funções necessárias, a reação do ego - depressão - vem acompanhada de inutilidade e autodepreciação. Durante esses períodos de autodepreciação, a pessoa deprimida pode tentar se autodestruir, exacerbando, assim, ainda mais sua sensação de inutilidade. Ela, muitas vezes, fica mais deprimida quando os outros sentem pena dela por causa do seu estado. Quanto mais pena sentem dela, pior ela se sente, pois não é fácil expressar a raiva contida diante de amigos bem intencionados.
Portanto, uma pessoa extremamente deprimida, pode suicidar-se, porque seu ego está tão carregado de raiva destruidora que ela conclui que é preferível morrer a sofrer tanto. Assim, não é raro uma pessoa deprimida suicidar-se para acabar completamente com a raiva de seu ego - uma solução final irracional para seu problema. A pessoa, geralmente, se suicida antes ou depois do período crítico da depressão, pois durante o período mais intenso ela está imobilizada demais para fazer qualquer coisa. Ela pode se matar antes da fase crítica da depressão, prevendo a angústia que vai sentir, ou depois, para evitar o sofrimento que experimentou durante o período mais intenso da depressão. Portanto, a pessoa não se suicida, como seria de se esperar, enquanto está "doente", mas muitas vezes quando ninguém espera, quando todos acham que ele está começando a se recuperar.
Contudo, o ego tem outra alternativa além do suicídio: a psicose. Quando a sensação de depressão torna-se muito forte a ponto do ego ficar completamente imobilizado pela raiva reprimida, ele reage erigindo uma muralha ao seu redor para se proteger da raiva. Esta muralha, porém, não separa a pessoa só da raiva, mas também da realidade, de modo que ela se torna psicótica. Nesse estado, a pessoa pode ou não conseguir dar vazão à sua raiva. Se conseguir, ela pode tornar-se maníaca, com a extrema flexibilidade do ego que caracteriza a psicose maníaco depressiva.
Se o psicótico depressivo não consegue descarregar sua raiva, ele sofre, ao mesmo tempo, de uma depressão muito forte e da psicose. O paciente fica fechado, exibe um comportamento muitas vezes estranho e continua a sofrer grave depressão. Nesse momento, ela pode suicidar-se, achando que está se vingando do objeto ou da pessoa que perdeu. A solução que ela adota depende da organização e da força do seu ego. Geralmente, não se sabe o que a pessoa ou o objeto representava para ele e se desconhecem outros fatores, embora em alguns casos o psiquiatra possa compreendê-los após estudar o psicótico.







Eu, Álison

sábado, 13 de julho de 2013

A última aurora

Pietra acorda, não com o rosto inchado, comum nos sonolentos, mas com um rosto vazio. Mais um dia começa. Mais um tormento tem início. Ninguém, por mais sábio que fosse, saberia responder como ela suportava tudo aquilo.
Depois de levantar, Pietra olhava a claridade do sol passar pelos vidros de sua janela. Aquela era a única luz que existia em sua vida. A única que iluminava seu corpo. Às vezes, tomava uns goles de água. Nas outras, se contentava em somente se levantar. Lavava o rosto, aparentemente cada vez mais abatido, via seus olhos no espelho, mas não via seu reflexo, pois já não havia mais brilho neles, apesar da pouca idade que tinha. Comia algo que a mantinha em pé por algumas horas e saía para caminhar, sem destino certo e sem saber o que iria acontecer após o próximo passo.
Pietra não tinha emprego, mas passava pouco tempo em casa. Um morador de rua, homem que passava dia e noite fazendo o papel de vizinho desconhecido de Pietra e que mantinha sua residência improvisada ao lado da casa da jovem, sempre a via sair, normalmente pela manhã, e somente a avistava de novo quando retornava, já no final da tarde. Pietra voltava para casa somente para comer alguma coisa, mas nunca demorou mais que alguns minutos. Logo após, saía novamente, no início da noite, e voltava somente pouco antes da alvorada. O humilde vizinho, apesar de sua condição e de sua baixa instrução, já havia notado que o rosto da moça não era como os outros. O dela era especialmente tranquilo, como se não houvesse nada por trás dele. Sem emoções, sem desejos, sem sequer um raio de vida. Era só um rosto. Um rosto como nenhum outro.
Pietra andava lentamente durante suas idas e vindas pela cidade. As pessoas pensariam que era devido ao estresse e o cansaço causados por uma rotina de trabalho e estudos, mas ninguém sabia que ela não tinha emprego, muito menos que não estudava. O motivo de Pietra andar a passos lentos era de que não havia um lugar aonde ela quisesse chegar. Não havia um objetivo a alcançar. Nada havia nada que a fizesse correr, que a fizesse querer viver.
Nesse dia, que parecia pior que os outros, que parecia mais insuportável que os outros anos de sua vida, Pietra parecia um corpo vivo, mas que perdera a vida. O morador de rua percebeu tudo isso quando a viu pela manhã. Ele notou que Pietra havia saído mais cedo do que o normal. Com a mesma roupa de sempre, com o mesmo cabelo bagunçado de sempre, com os mesmos passos lentos de sempre, ela partiu. Mas hoje ela sabia o que ia acontecer e isso dava a ela uma tranquilidade nunca antes sentida. Depois de alguns dias sem retornar, ele ouviu alguns vizinhos comentando de que ela devia ter ido para a casa de algum familiar, mas sabia que não era verdade. Pietra encontrou seu caminho. Ela tinha ido acabar com sua dor.
Foi a última vez que o humilde morador viu a moça. Em um papel escrito por Pietra, encontrado no chão de sua casa, lia-se: "Está tudo bem agora".







Eu, Álison

sábado, 15 de junho de 2013

E a tristeza continua



Esse descarrilamento emocional de se projetar continuamente no futuro conduz à patologia da melancolia: a sensação de estar sempre chegando demasiadamente tarde ao encontro com a vida.






Eu, Álison

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Um pesadelo vivo

Se a pessoa em que estou pensando morresse hoje, eu daria o prazo de um mês para que eu desenvolvesse um quadro depressivo e três meses para que eu tentasse ir me juntar a ele.








Eu, Álison

sábado, 18 de maio de 2013

É por isso



Que o PC Siqueira é pessimista. Veja o vídeo e entenda.





Eu não quero que quem não gosta do PC comece a gostar, só não quero que fiquem falando merda sem saber das coisas. 
Você não faz ideia do que é ter depressão. Eu não faço ideia. Ninguém, a não ser quem já teve ou tem depressão, faz ideia do que é isso. Ele age assim porque tem uma doença, ele não decidiu ser assim, então antes de sair falando que não gosta ou que ele só reclama da vida, imagine-se em uma vida que é um inferno e depois pense se ainda vai querer falar alguma coisa.








Eu, Álison

Eu prometo

Se tenho o poder de criar cicatrizes, tenho também eu o poder de curá-las?








Eu, Álison

sábado, 2 de março de 2013

I'm wondering why

Meu chá esfriou, eu me pergunto “afinal, porque saí da cama?”
A chuva da manhã embaça minha janela e não consigo ver nada
E mesmo que pudesse, tudo estaria cinza, mas sua foto na minha parede
Me lembra que não é tão ruim, não é tão ruim.

Querido Slim, te escrevi, mas você ainda não me respondeu
Deixei o meu celular, meu beep e meu telefone fixo no fim
Mandei duas cartas no Outono, você não deve tê-las recebido
Talvez tenha havido um problema nos correios ou algo assim.

Às vezes faço garranchos quando anoto os endereços
Mas de qualquer maneira, foda-se, como está a sua filha?
Minha namorada também está grávida, vou ser pai
Se tiver uma filha, adivinhe como vou chamá-la?
Ela vai se chamar Bonnie.

Eu li sobre seu tio Ronnie também, sinto muito
Tive um amigo que se matou, porque uma vadia o rejeitou
Sei que você deve ouvir isso todo dia, mas eu sou seu maior fã
Eu até tenho aquela merda underground que você fez com Scam.

Tenho um quarto cheio de pôsteres e fotos suas, cara
Gosto do que você fez com o Ruckus também, aquilo ficou muito louco
De qualquer maneira, espero que receba essa cara, me responda, só para conversar
Sinceramente, seu maior fã, Stan.

Querido Slim, você ainda não ligou nem escreveu,
Espero que tenha a chance
Não estou bravo, só acho uma sacanagem você não responder aos seus fãs
Se você não queria falar comigo lá no seu show,
Você não precisava, mas você podia ter dado um autógrafo
Para o Matthew, que é meu irmãozinho. Ele tem apenas 6 anos
Esperamos você naquele frio por 4 horas
E você simplesmente disse não
Isso é muita mancada cara, você é a porra do ídolo dele
Ele quer ser como você cara, ele gosta mais de você do que eu.

Não que eu esteja bravo, mas não gosto que mintam para mim
Lembra que quando nos conhecemos em Denver, você disse que se eu te escrevesse
Você me responderia. Olha, eu sou como você de certa forma
Também nunca conheci meu pai
Ele costumava trair e bater na minha mãe

Posso me identificar com o que você diz nas suas músicas
Então quando tenho um dia ruim, eu relaxo e ponho elas para tocar
Pois eu nem tenho outra merda mesmo, e essa merda me ajuda
Quando eu estou deprimido
Até tenho uma tatuagem com seu nome no meio do peito

Às vezes até me corto para ver o quanto sangra
É como adrenalina. A dor é como um estimulante para mim
Tudo que você diz é verdade e te respeito, porque você conta
Minha namorada tem ciúmes, pois falo de você o tempo todo

Mas ela não te conhece como eu te conheço Slim, ninguém conhece
Ela não sabe como foi para pessoas como nós crescer
Você tem que me ligar.
Eu serei o maior fã que você terá perdido
Sinceramente, Stan
PS: Devíamos ficar juntos.

Querido Senhor "Sou-bom-demais-para-ligar-ou-escrever-para-meus-fãs"
Esse será o último pacote que eu te envio, cuzão!
Passaram-se seis meses e nenhuma palavra
Eu não mereço isso!
Sei que você recebeu minhas últimas duas cartas
Eu escrevi os endereços perfeitamente nelas.

Então essa é minha fita que estou te mandando. Espero que você ouça
Estou no carro agora. Estou a 145 km/h na rodovia
Ei, Slim, "Bebi uns copos de vodka, você me desafia a dirigir?"
Você conhece aquela música do Phil Collins de "In The Air In The Night"?
Sobre aquele cara que podia ter salvo aquele outro cara de se afogar
Mas não salvou? Aí Phil viu tudo, aí o encontrou em seu show?
O meu caso é parecido. Você podia ter me resgatado do afogamento
Agora é tarde demais. Eu estou muito longe agora, estou sonolento.

E tudo que eu queria era uma maldita carta ou uma ligação
Espero que saiba que rasguei todas suas fotos da parede
Eu te amo Slim, podíamos ter ficado juntos. Pense nisso
Você arruinou tudo agora. Espero que você não consiga dormir e sonhe com isso
E quando sonhar, espero que não consiga dormir e grite
Espero que a sua consciência te corroa e você não consiga respirar sem mim
Ei, Slim, essa é minha namorada gritando no porta malas
Mas eu não cortei a garganta dela
Só a amarrei, não sou como você
Pois se ela sufocar, vai sofrer mais
E então morrerá também
Bom, tenho que ir, estou quase na ponte
Que merda! Eu esqueci. Como é que eu vou te enviar isso?



Querido Stan, queria ter te escrevido antes, mas andava ocupado
Você disse que sua namorada está grávida, de quanto tempo?
Olha, estou muito orgulhoso por você querer chamar sua filha assim
E aqui vai um autógrafo para o seu irmão,
Eu escrevi no seu boné da Starter.

Sinto muito não ter visto vocês no show, devo ter desencontrado
Não pense que fiz isso de propósito, só para chatear vocês
E que merda é essa que você disse sobre
Gostar de cortar os pulsos?
Eu falo essas merdas brincando, cara! Qual é a sua?
Você tem alguns problemas Stan, acho que você precisa de ajuda
Para te salvar das cabeçadas nas paredes, quando você estiver deprimido.

E que merda é essa de nós ficarmos juntos?
Esse tipo de coisa faz com que eu não queira que nos encontremos
Acho que você e sua namorada precisam um do outro
Ou talvez você só precise tratá-la melhor
Espero que chegue a ler essa carta
Espero que chegue até você a tempo
Antes que você se machuque,
Acho que te faria bem relaxar um pouco.
Fico feliz por te inspirar, mas Stan, por que você está tão bravo?
Tente entender que eu quero você como fã
Eu não quero que você faça loucuras
Vi uma merda dessas no noticiário, duas semanas atrás, que me deixou mal
Um cara estava bêbado e jogou o carro de uma ponte
E estava com sua namorada no porta malas, e ela estava grávida
E no carro eles encontraram uma fita, mas não disseram para quem era
Pensando bem... O nome dele era... Era você

Meu chá esfriou, eu me pergunto “afinal, porque saí da cama?”
A chuva da manhã embaça minha janela e não consigo ver nada
E mesmo que pudesse, tudo estaria cinza, mas sua foto na minha parede
Me lembra que não é tão ruim, não é tão ruim.





Eu, Álison

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PC Siqueira não é pessimista

Mas a depressão que ele sofre é. As pessoas podem pensar que o PC Siqueira é pessimista porque ele quer, porque ele é chato, mas nunca perguntarem para ele se ele gostava de tomar cuspida na escola, se ele gostava que colocassem ele nos latões de lixo, se ele gostava que chamassem ele de vesgo. Com isso ninguém se preocupa, afinal, é muito mais fácil falar mal do que tentar entender.
E só para constar, eu apoio o pessimismo. É muito melhor do que ser falso.







Eu, Álison

domingo, 30 de dezembro de 2012

Já não sei mais

À noite, decido que vou gozar o nascer do sol no dia seguinte, mas não consigo levantar da cama. De dia espero ficar alegre com o luar, mas à noite fico trancado em meu quarto. Já não sei mais por que levanto, já não sei mais por que vou dormir.







Eu, Álison

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vinte anos!

"Me perdoem, a vida se tornou insuportável para mim". Segundo seu pai, ela sofria de depressão há mais de 20 anos.






Eu, Álison

segunda-feira, 15 de outubro de 2012