Uma professora havia proposto um trabalho para uma turma do 3º ano do Ensino Médio. Era fim de ano, último trimestre. Como de costume, foi exposto o assunto do trabalho, o que cada um devia fazer e marcado um dia para discussão em aula. Na data marcada, todos apresentaram seus respectivos trabalhos, mas a professora notou que uma menina não havia falado. Uma daquelas que senta no fundo da sala e que não conversa com ninguém. Quer dizer, com quase ninguém.
A professora quis saber por que a menina não havia feito o trabalho. Ela deu sua justificativa para a professora, que não ficou nada contente com a menina. Todos na sala estavam calados. Estava claro que a professora estava falando sério, muito sério. Ela então sugeriu a possibilidade de dar um outro trabalho à menina, mas insinuou que ela também não iria fazê-lo, assim como aconteceu com o primeiro. Nesse momento, um rapaz que também sentava no fundo da sala manifestou-se e dirigiu a palavra à professora, apesar de todos os outros colegas estarem quietos, ouvindo o diálogo entre ela e a menina. O rapaz, movido por um senso de justiça, ou talvez por um outro motivo não revelado por ele, disse à professora: "
Professora, eu não acho que ela [a menina] não irá fazer o outro trabalho que você quer dar só porque não pôde fazer o primeiro, que eu e o resto da turma apresentamos hoje". Com um tom sério, a professora pergunta ao rapaz: "
Tu achas mesmo?" e ele, demonstrando uma segurança incomum em seu tom de voz, disse: "
Eu acho", que soou como "
tenho certeza absoluta".
Hoje, a menina e o rapaz estão formados e tornaram-se grandes pessoas.
Ou talvez nessa época eles já fossem grandes pessoas, mas ainda não soubessem disso...
Eu, Álison