quinta-feira, 12 de julho de 2012

O resultado da volta

O rádio está ligado.
Não conheço a música que está tocando, mas não vou desligá-lo, pois tenho medo do que vou pensar se ficar em silêncio.

A Lua refletia na água.

As ruas estavam vazias.
Nenhum carro, nenhum ser.
Eu passava pelas casas ou as casas passavam por mim?
Não sei...

Já era madrugada.
O carro andava devagar.
Mas porque, se as ruas estavam vazias?
Eu diria a alguém que perguntasse que estou sendo cuidadoso na estrada para não precisar falar a verdade.
Eu não queria que aquilo acabasse.
Mesmo que minha visita tivesse sido rápida,
Mesmo que já tivesse entregado minhas palavras,
Mesmo que já tivesse eternizado aquele dia,
Mesmo que já tivesse ganhado um belo prêmio,
Mesmo que já tivesse visto, ouvido, andado, viajado, acompanhado,
Mesmo assim, não me agradava a ideia de chegar em casa.
Aquilo seria o ponto final em tudo que havia começado há algumas horas.
Mas o que posso fazer? Preciso ir para casa.
Está chegando a hora, mas só havia uma coisa: só havia silêncio.

A Lua refletia no vermelho.
A mesma Lua.
A mesma Lua que vai te acompanhar e te trazer a salvo para casa.
Acabou.
Estou em casa.

Fiz minha parte.
Acho que disse tudo que tinha para dizer.
Não sei quando vou escrever assim de novo. 
Nada mais precisa ser escrito. Está tudo feito.
Está tudo dito.




Eu, Álison

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