sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Michael Faraday

“Quero ser simplesmente Michael Faraday até o fim”. Um jovem filósofo solitário que vivia acima das mesquinhas disputas de seus semelhantes.
O incidente lhe subministrara os dados para uma nova e interessante observação cientifica. O espírito humano – observou – é uma singular combinação de sublimidade e lama.
Esse, pois, o sacrifício de Faraday pela causa da ciência. E era um sacrifício alegremente suportado. Faraday não se considerava um mártir. Gostava da simplicidade de sua vida – com seus deleitosos trabalhos e extasiadas descobertas. Sempre que, no decorrer de uma experiência, encontrava a chave de uma nova verdade, ele pulava e gritava como uma criança. E nos momentos de lazer também brincava como uma criança. E assim o vemos passar saltitando pelo laboratório de sua vida – um menino observador, brincalhão e pensativo. Olhos cheios de alegria e coração cheio de riso.
“Aquele, meu amigo, era um grande homem!”.
“O esplendor do acaso” escreveu ele a um de seus amigos, “traz consigo mil pensamentos que me deliciam”. Até o fim da vida gostou de ver o dia envolver-se na crisálida da noite – para erguer-se nas asas de outro dia.
- E como é o seu nome, meu amigo?
- Michael Faraday. Simplesmente Michael Faraday, até o fim.





Eu, Álison

Or may I only

Percebo que estou sendo, pouco a pouco, deixado para trás pelas pessoas que me rodeiam.


Ou talvez eu só esteja deixando o melhor para o final...





Eu, Álison

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mate o que impede sua felicidade


E ela foi lá e se matou.






Eu, Álison

Leonardo e Freud III

De um homem que consegue chegar até o conhecimento não se poderá dizer que ama ou odeia; situa-se além do amor e do ódio. Terá pesquisado em vez de amar. As tormentosas paixões de uma natureza, que inspiram e que esgotam, paixões que foram, para outros, fonte de experiências mais plenas, parecem não o haver atingido.
Um homem que começou a vislumbrar a grandeza do universo com todas as suas complexidades e suas leis, esquece facilmente sua própria insignificância. Perdido de admiração e cheio de verdadeira humildade, facilmente esquece ser, ele próprio, uma parte dessas forças ativas e que, de acordo com a medida de sua própria força, terá um caminho aberto diante de si para tentar alterar uma pequena parcela do curso preestabelecido para o mundo – um mundo em que as menores coisas são tão importantes e extraordinárias quanto o são as coisas grandiosas.
Suas investigações estenderam-se praticamente a quase todos os ramos da ciência natural e em cada um deles foi um descobridor ou, pelo menos, um profeta pioneiro. No entanto, sua ânsia de conhecimento foi sempre dirigida ao mundo exterior; qualquer coisa o afastava da investigação da alma humana. Na “Academia Vinciana”, para a qual desenhou alguns emblemas habilmente entrelaçados, pouco lugar havia para a Psicologia.
Depois da pesquisa, quando tentou voltar ao seu ponto de partida, o exercício da sua arte, sentiu-se perturbado pelo novo rumo de seus interesses e pela mudança na natureza de sua atividade mental.
Depois de esforços exaustivos para exprimir numa obra de arte tudo o que tinha em seu pensamento com relação a ela, era forçado a desistir, deixando-a inacabada ou declarando-a incompleta. O artista usara o pesquisador para servir à sua arte; agora o servo tornou-se mais forte que o seu senhor e o dominou.
Ele lia muito e o seu interesse estendia-se a todos os ramos da literatura e do saber.






Eu, Álison

Agora é sua vez

Já se sentiu tão fraco, sozinho flutuando pelo ar?
Sem nenhum lugar em vista pra pousar
Já se sentiu vazio, perdido e procurando um cais seguro?
Um mundo em que pudesse se encaixar
Pra acalmar sua alma, seus sonhos libertar
Mude as vozes que soam em você
Há mais caminhos para percorrer
Conquiste tudo que é seu sem medo de sofrer

Acenda a luz e deixe brilhar
Agora é sua vez de se encontrar
Acenda a luz e deixe brilhar
Se ame pra que eu possa te amar

Já se sentiu estranho, gritando sem ninguém pra escutar?
Como se o mundo inteiro fosse te julgar?
Já se sentiu pequeno, sem forças pra lutar, fingir?
Abra a porta se ela não se abrir

Não deixe ninguém insistir que você não sabe e pode conseguir
Não desista de nunca desistir




Eu, Álison

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Na minha lápide vai estar escrito:

"Eu não estou aqui. Estou no pensamento das pessoas que amo. E se as pessoas que amo também não estiverem aqui, estarei junto delas em algum lugar melhor..."





Eu, Álison

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Aquilo que você está enxergando

Não necessariamente é daquele jeito.

Filosofar é você trabalhar na tentativa de ir além do óbvio. É você trabalhar contra a ideia de que as coisas são aquilo que a aparência carrega.
A Filosofia é uma indagação. Ela lida com o "por quê" e não com o "como".


Você não pode se conformar com as coisas.




Eu, Álison

Tenho uma notícia ruim para te dar



- Não. Não precisa dizer nada.


Não precisa...




Eu, Álison

Alexander von Humboldt

O navio abria caminho pela melancólica noite tropical. No tombadilho, o jovem cientista se achava mergulhado. A lua rompia tristonha por entre as nuvens, esparzindo gotas de luz ambarina sobre as ondas.
Nessa amplidão de existência animal, a raça humana se vê reduzida a uma insignificância melancólica.
O Cosmos foi escrito no crepúsculo da vida de um cientista privado de seus amigos. Um por um, como folhas de outono, eles tinham-se despencado da árvore da existência. Mas a grandeza é sinônimo de modéstia. Considerava seu irmão como um verdadeiro mestre, e a si mesmo como um simples aluno.
Ainda se sente capaz de um trabalho tão duro?
- Eu durmo pouco – respondeu Humboldt – A vida, para mim, é o trabalho. Anteontem trabalhei dezesseis horas.
E quando chegou o mês de Abril, os berlinenses começaram a dar pela falta do vulto familiar do Barão a passear sob as Lindens. “Onde está Sua Excelência?”, perguntavam-se uns aos outros. Mas ninguém sabia responder. Von Humboldt tornara a embarcar para um Novo Mundo.





Eu, Álison

domingo, 25 de novembro de 2012

Todos os seus medos

Estou tão cansado de estar aqui
Reprimido por todos os meus medos infantis
E se você tiver que ir
Eu desejo que vá logo
Porque sua presença ainda permanece aqui
E isso não vai me deixar sozinho
Essas feridas parecem não cicatrizar
Essa dor é tão real
Há tantas coisas que o tempo não pode apagar

Você costumava me cativar
Com a sua luz ressonante
Agora estou preso à vida que você deixou para trás
Seu rosto assombra todos os meus sonhos que já foram agradáveis
Sua voz expulsou toda a sanidade em mim
Eu tentei tanto dizer a mim mesmo que você se foi
E embora você ainda esteja comigo
Eu tenho estado sozinho todo esse tempo

Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos
E eu segurei sua mão por todos estes anos
Mas você ainda tem tudo de mim




Eu, Álison

O poema mais curto do mundo



Tu




Eu, Álison

O motivo

Ter interesse em saber sobre suicídio não tem nada a ver com querer se matar. Tem a ver com querer saber o motivo pelo qual as outras pessoas se mataram.






Eu, Álison

Porque não posso

Apago as luzes... Deito na cama.
Acalmo as vozes na minha cabeça.
Não me diga mentiras, apenas me abrace forte.

Porque não posso fazer você me amar se não quiser.
Você não pode fazer seu coração sentir algo que não deseja.
Aqui na escuridão, nestes momentos finais, entregarei meu coração e sentirei a força, mas você não sentirá. Não, você não.
Porque não posso fazer você me amar,
Se você não deseja.

Fecharei meus olhos
Então não verei
O amor que você não sente quando está me abraçando.

A manhã virá... E eu farei o que é certo.
Então me dê até lá para desistir dessa luta.


Porque não posso fazer você me amar,
Se você não deseja.





Eu, Álison

Onde está a lógica?

Como vocês verão, essa é um vídeo que o PC Siqueira gravou falando sobre um artigo que o jornalista J. R. Guzzo escreveu, se é que ele pode ser chamado de jornalista. Não peço para vocês verem porque gosto dos vídeos do PC Siqueira. Peço para que vejam porque o que esse jornalista escreveu em uma edição da revista Veja é absurdo. Indico que leiam esse artigo, porque é incrível que alguém escreva algo assim e ainda por cima tenha coragem de publicar em uma revista. Esse cara merecia ir para a forca.
Para vocês terem uma ideia, em um texto sobre homossexualismo, ele usa como exemplo cabras e espinafre. Não dá para acreditar em uma coisa dessas.
Como prévia, ele diz que um casal de homossexuais não forma uma família. Depois ele diz que um homem não pode se relacionar com outro homem, mas pode se relacionar com uma cabra (???). Depois ele ainda fala que não tem problema você não gostar de pessoas gays, já que não tem nenhuma lei que te impeça de não gostar de gays, da mesma forma que não tem problema você não gostar de espinafre. Dizer isso é praticamente dar uma licença para todas as pessoas odiarem os homossexuais sem se preocuparem só porque não tem uma lei que as impeça de fazer isso.
Sabe o que vai acontecer se liberarem o casamento gay? Pessoas do mesmo sexo vão se casar. Só isso.


Não tem coisa melhor do que você ser defendido pela lei porque você é o que você é. Mas em compensação, não tem coisa pior do que você ser excluído pela lei porque você é o que você é.
Apesar disso ser meio óbvio, parece que tem gente que não tem capacidade de entender nem mesmo o óbvio, então é preciso repetir até elas entenderem. O bom senso não existe simplesmente por existir. Ele existe para ser usado. Ninguém tem o direito de ser imbecil nesse mundo, e que tem razão, cedo ou tarde, vai acabar vencendo.
Talvez tudo o que você acredita esteja errado, mas se mesmo assim você concorda com o que essa cara disse... Sinto muito. Quando você tiver que acordar todo o dia e lembrar que tem que lutar pelos seus direitos, porque os que você tinha, você perdeu você talvez abra os olhos. Mas nessa hora já não vai fazer muita diferença você ter percebido, porque vai ser tarde demais.




Eu, Álison

sábado, 24 de novembro de 2012

O "x" da questão

Acredito que todas as pessoas que foram muito boas em alguma coisa necessariamente não são compreendidas. Afinal, os únicos que poderiam compreender esse tipo de pessoas eram elas mesmas, mas elas sabiam que pessoas incompreensíveis são muito mais interessantes do que qualquer outra, então decidiram manter-se nessa condição de incógnitas.






Eu, Álison

Não quero que aquilo aconteça de novo



Nunca mais.




Eu, Álison

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Leonardo e Freud II

Era gentil e amável para com todos. Condenava a guerra e o derramamento de sangue e descrevia o homem como sendo não tanto o rei do mundo animal, e sim a pior das bestas selvagens.
“Somente este desenho anatômico seria suficiente para que se deduzisse a repressão – repressão que levou o grande artista e pesquisador a um estado próximo à confusão”.
O seu insaciável desejo de tudo compreender em seu redor e de pesquisar com atitude de fria superioridade o segredo mais profundo de toda a perfeição condenou sua obra a permanecer para sempre inacabada.
“Não se tem o direito de amar ou odiar qualquer coisa da qual não se tenha conhecimento profundo. Pois, na verdade, o grande amor surge do conhecimento profundo do objeto amado e, se este for pouco conhecido, o seu amor por ele será pouco ou nenhum...”.
Não é verdade que os seres humanos protelam o amor ou o ódio até adquirirem conhecimento mais profundo e maior familiaridade com o objeto desses sentimentos. Ao contrário, amam impulsivamente, movidos por emoções que nada têm a ver com conhecimento e cuja ação, muito ao contrário, poderá ser amortecida pela reflexão e pela observação.
Dever-se-ia amar controlando o sentimento, sujeitando-o à reflexão e somente permitir sua existência quando capaz de resistir à prova do pensamento. Seus afetos eram controlados e submetidos ao instinto da pesquisa; ele não amava nem odiava, porém se perguntava a cerca da origem daquilo que deveria amar ou odiar.
Na verdade, Leonardo não era insensível à paixão; não carecia da centelha sagrada que é direta ou indiretamente a força motora de qualquer atividade humana. Apenas convertera sua paixão em sede de conhecimento; entregava-se, então, à investigação com a persistência, constância e penetração que derivam da paixão e, ao atingir o auge de seu trabalho intelectual, isto é, a aquisição do conhecimento, permitia que o afeto há muito reprimido viesse à tona a transbordasse livremente.





Eu, Álison 

Precisamos deles

"Todos precisamos de segredos, desde que esses segredos não nos matem e mantenham seguros quem os guardam".


Você só queria saber como a cabeça dele funcionava. Como ele pensava. Porque você não é comum. Você é diferente das outras pessoas. Sou seu melhor amigo e metade do tempo não te entendo. Você é solitário, passou a vida toda sozinho. Você queria olhar através das pessoas e saber que tem mais alguém como você.




Eu, Álison

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

John Dalton

Os princípios da visão individual, por exemplo – essas estranhas leis que separam completamente uma personalidade da outra – impuseram-se-lhe de um modo singular.
Passara 27 anos da vida enxergando um mundo de certas cores, para descobrir por mero acaso que a vasta maioria dos homens via um mundo diferente.
À medida que iam correndo os anos e ele permanecia no “delicioso estado de solteiro”, os amigos começaram a perguntar-lhe se nunca pensara em tomar esposa. “Não tenho tempo”, respondia. “Ando com a cabeça muito cheia de triângulos, processos químicos e experiências elétricas para poder pensar nessas frioleiras”. Contudo ele não era inteiramente estranho ao amor. Travara conhecimento com a “mais formosa criatura de Manchester”. Julgara-se imune à influência da simples beleza de uma mulher. Mas agora não se tratava de uma mulher comum.
Os químicos da época pesquisavam em meio a uma noite de incertezas.
E assim, ele empreendia as suas giras de conferências com o coração alegre e um sorriso confiante. E de olhos abertos. Observava tudo com o prazer de uma criança para quem o mundo é novo. Gostava particularmente de observar as damas do auditório – as que “usavam o vestido estirado como um tambor”, e as que “o traziam enrolado no corpo como um lençol”. Mas acrescentava, “quase todas são encantadoras em qualquer vertido”.
Foi com satisfação que voltou a Manchester e a sua vida “relativamente obscura”.  No fim de contas, ele não era homem de sociedade.
No vasto mundo o seu vulto se engrandecia. O mundo, entretanto, não queria deixá-lo em paz.
Por fim se deixou atrair mais uma vez pelo mundo. E a tentadora foi à cidade de Paris. Ali conheceu dois dos mais famosos cientistas do seu tempo. Humboldt e Laplace. Os três cientistas discutiam os segredos dos céus ou as substâncias da terra. Voltando do seu triunfo em Paris, Dalton pôs de lado as recordações e recomeçou “a perpétua luta do espírito contra a poderosa fortaleza da ignorância”.
Todas as vidas passam com demasiada rapidez. Algumas anedotas, um ou dois momentos de jovialidade, uma revoada noturna de pesares e depois o fim. Seguia lentamente o seu caminho batendo com a bengala no chão, até o fim da rua, até a última e sombria esquina onde termina o futuro na metrópole anônima dos mortos.
"Quanto a mim, sou apenas a aparência vã de um homem". Sofreu um ataque de paralisia e restabeleceu-se parcialmente, votando aos fogos do laboratório. Mas o fogo da sua vida se extinguia lentamente.
E passou a noite e veio a manhã. Mas os olhos de Dalton continuavam fechados.




Eu, Álison

Deixa para lá

Queria olhar mais uma vez para aquele sorriso feliz.


Mas ela foi embora antes que eu pudesse...





Eu, Álison

Se tu olhar...



Tu te arrepia.





Eu, Álison

Um grande e permanente sofrimento

Tem pensamentos que incomodam e dos quais gostaria de se livrar, mas não consegue?
Os sintomas envolvem alterações do comportamento, do pensamento e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).
Obsessões são pensamentos, ideias, imagens, palavras, frases, números ou impulsos que invadem a consciência de forma repetitiva e persistente. Sentidas como estranhas ou impróprias, geralmente são acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer.
O indivíduo obsessivo, mesmo esforçando-se, não consegue afastá-las ou suprimi-las do seu pensamento. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, as obsessões causam sofrimento e levam a pessoa a fazer algo ou a evitar fazê-lo para se livrar do medo.
Todos os seres humanos tem uma parte da sua personalidade mais obsessiva, mas a diferença entre isso ser normal e patológico está no fato da patologia ser causadora de sofrimento.





Eu, Álison

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Resolver sozinho

A proteção contra doenças neuróticas que a religião concede a seus crentes é facilmente explicável: ela afasta o complexo paternal, do qual depende o sentimento de culpa, quer no indivíduo, quer na totalidade da raça humana, resolvendo-o para ele, enquanto o incrédulo tem de resolver sozinho o seu problema.






Eu, Álison

Nos cura

Embala-nos a mão branca da morte com doce sono sem sonhos. Pois é a Morte, carcereiro amigável, que assina os papéis para a nossa libertação do hospício do mundo. É o médico delicado que nos cura da mais terrível de todas as doenças - a Vida.






Eu, Álison

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Transforme minha tristeza em ouro



E pense em mim nas profundezas do seu desespero. 





Eu, Álison

Humildade

Às vezes, ser ateu ou agnóstico não necessariamente implica na condição da pessoa ser antirreligiosa, como todos pensam. Por trás dessa maneira de se colocar perante uma crença pode haver um senso de humildade muito grande. Você pode escolher ser ateu por outras razões que não sejam uma oposição às religiões. Pensando de outro modo, você pode encarar o ateísmo como uma atitude de simplicidade, uma maneira de admitir a incapacidade do ser humano de compreender um Ser Supremo, o que faz muito sentido, já que uma das características principais de um deus é sua infinita superioridade com relação às pessoas. As próprias religiões admitem que o ser humano não pode entender Deus, mas apenas acreditar Nele e na Sua existência. Então por trás de um ateu pode haver uma pessoa de muito caráter, alguém que admite não ter capacidade de assimilar um conceito tão complicado como o de um Ente Divino que nos guarda e nos protege.





Eu, Álison

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um sintoma?

Sim, é um sintoma, mas não o sintoma inicial que a pessoa trouxe para a análise, porque aquele eu decifro. É um sintoma indecifrável. É um sintoma que não será transformado em mais nada, a não ser a pessoa descobrir que ela é o seu sintoma.


É a pessoa se dar conta de sua existência como um sintoma indecifrável. É um sintoma porque eu não sei muito bem o que é, mas eu vou ter que lidar com essa coisa que eu não sei o que é.





Eu, Álison

Múltiplas opções

A despadronização da globalização abriu um leque de opções para as pessoas e as pessoas estão muito angustiadas, porque fazer escolhas angustia. Quando você escolhe uma coisa entre 10, a única certeza que você tem é que você perdeu 9, e as pessoas estão muito preocupadas com isso.






Eu, Álison

Uma dor psicológica intolerável

A autodestruição surge após múltiplas perdas, fragmentos de dias perdidos ao longo dos anos, rupturas, pequenos conflitos que se acumulam hora a hora, a tornar impossível olhar para si próprio. O suicídio é uma estratégia, às vezes uma táctica de sobrevivência. Quando o gesto falha, tudo se modifica em redor após a tentativa. E quando a mão, certeira, não se engana no número de comprimidos ou no tiro definitivo, a angústia intolerável cessa naquele momento e, quem sabe, uma paz duradoura preenche quem parte.
Caracterizando-se pela prática de atos que simulam longinquamente a vontade de terminar a vida, mas com a peculiaridade de deixar pistas para que o ato não resulte na própria morte. Infelizmente, estes tipos de comportamentos e situações nem sempre são descoberto a tempo de evitar uma morte.






Eu, Álison

Aquilo que não deu certo

Às vezes, você se percebe sendo aquilo que todo mundo diz que é o que há de pior.






Eu, Álison

Leonardo e Freud

Todos os posts que tiverem o nome "Leonardo e Freud" contêm trechos retirados de um livro que Freud escreveu sobre Leonardo da Vinci. Esse é o primeiro, mas adiante haverão mais posts com outros trechos.

Leonardo da Vinci (1452 - 1519) foi admirado, até mesmo pelos seus contemporâneos, como um dos maiores homens da renascença italiana. No entanto, já nessa época começara a parecer um enigma, tal como nos parece hoje em dia. Era um gênio universal “cujos traços se podia apenas esboçar, mas nunca definir”.
O que impediu que a personalidade de Leonardo fosse compreendida pelos seus contemporâneos? O motivo, certamente, não terá sido a versatilidade de seus talentos, nem a extensão do seu saber. Tampouco pertencia ele à classe dos gênios fisicamente mal dotados pela natureza e que por isso mesmo desprezam as formas exteriores da vida e, numa atitude de penosa melancolia, fogem a qualquer contato com seus semelhantes.
Foi por isso, forçosamente, um solitário entre seus contemporâneos. Para eles, sua atitude em face da sua arte foi sempre incompreensível.
O que ao leigo pode parecer uma obra prima nunca chega a representar para o criador uma obra de arte completa, mas apenas a concretização insatisfatória daquilo que tencionava realizar; ele possui uma tênue visão da perfeição que tenta sempre reproduzir sem nunca conseguir satisfazer-se.
Parecia tremer o tempo todo quando se punha a pintar e, no entanto, nunca terminou nenhum trabalho que começou, sentindo um tal respeito pela grandeza da arte que descobria defeitos em coisas que, aos outros, pareciam milagres“.
Um de seus contemporâneos, o contista Matteo Bandelli, que na época era um jovem frade naquele convento, conta que Leonardo costumava muitas vezes subir nos andaimes pela manhã cedo e lá permanecer até o cair da tarde sem nem uma vez descansar o pincel e nem se lembrar de comer ou de beber. Depois, passava dias sem tornar a tocar no trabalho. Muitas vezes passava horas diante de sua obra, somente analisando-a mentalmente.
Ao contrário, é possível observar uma extraordinária profundeza e uma riqueza de possibilidades que vêm dificultar qualquer decisão final, ambições enormes difíceis de satisfazer, e uma inibição na execução definitiva para a qual não encontramos justificativa, mesmo considerando que o artista nunca consegue realizar o seu ideal.




Eu, Álison

Antoine Lavoisier

Lavoisier desfrutou a benção do gênio e sofreu a maldição da riqueza. O gênio levou-o à glória; a riqueza trouxe-lhe a morte.
Andava tão absorvido nos experimentos científicos, que já nos tempos de estudante se apartava dos “frívolos passatempos” da sociedade.
Andava sempre de cara fechada por causa das “patifarias” dos seus semelhantes.
“Lavoisier”, dizia, “tem inteligência e caráter”. E o caráter refinado, mas superlativo, de Lavoisier era reconhecido à terna simpatia. Desde a infância, sempre fora ansiosamente protegido contra as arestas do mundo.
“Este rapaz maluco vai matar-se de tanto trabalho”.
Mas Lavoisier não perdeu a coragem diante da morte. “Vivi uma vida razoavelmente longa e feliz”, escreveu. “Ser-me-ão poupados os desconfortos da velhice, e legarei à humanidade um pouco de ciência e talvez um pouco de glória. Que mais pode uma pessoa desejar nesse mundo?”
A justiça, contudo, era a última coisa que se poderia esperar naquele momento de histeria revolucionária. Lavoisier foi publicamente estigmatizado como “um vampiro cujo acervo de crimes é tão esmagador que clama por vingança”. Levaram-no à guilhotina em uma manhã de maio de 1794.




Eu, Álison

domingo, 18 de novembro de 2012

E todo mundo fica feliz

Nesse monte de mentira. É tudo muito fingido, é tudo muito falso, e de falsidade o mundo já está cheio.

Você pai, você mãe, você tem esse filho idiota e imbecil por sua causa. A culpa é sua, que cria seus filhos para ter sucesso financeiro, sucesso social e esquecem que seu filho tem que ser feliz de verdade. Muito provavelmente vocês pais já foram vítimas desse mesmo problema com seus próprios pais, porque agora a gente vive em uma sociedade de filhos superprotegidos que vão virar adultos totalmente incapazes de viver no mundo porque tiveram pais que só se importam com a porra do status, com o sucesso social e financeiro dos seus filhos.
Ninguém quer falar que tem um filho que não é diretor de alguma coisa ou formado em alguma coisa. Ninguém quer que sua filha tenha um namorado tatuado. As pessoas preferem empurrar seus filhos para um abismo, para um monte de gente idiota, a troco de status. E você quer que seus amigos tenham orgulho do que seus filhos têm passado. E daí você tem que dar Prosac para o seu filho, você tem que levar sua filha no psicólogo porque ela está ficando com fobia social, tudo por culpa sua. Você tem uma filha anoréxica, você tem um filho louco, psicótico, porque você simplesmente não deixa as coisas acontecerem e não deixa as pessoas serem felizes.
Eduque-os, mas eduque-os de uma forma interessante. Não crie seu filho para ser um soldadinho da classe média e ser mais um idiota que não vai fazer a menor diferença na vida de ninguém e nem da sua própria. Contribuam para um mundo melhor e não deixe seus filhos serem iguais a vocês, não levem eles para o mesmo buraco que vocês estão e que nós todos estamos.





Eu, Álison

sábado, 17 de novembro de 2012

Você diz opção sexual

Mas na verdade não é opção, porque opção implica escolha, e sua orientação sexual não permite escolha. Você não decide "Vou ser isso" ou "Vou ser aquilo". Você se percebe atraído por determinado sexo, seja ele oposto ao seu ou não, e precisa aceitar isso como parte constituinte de você mesmo.






Eu, Álison

O seu companheiro

"Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante." - Eclesiastes 4: 10






Eu, Álison

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Você precisa se lembrar

Que um ateu não desfruta da condição de poder olhar para o céu e pedir para que Deus o console. Ele não tem a alternativa de esperar que Deus o proteja de todo o mal. Mesmo que Deus exista, psicologicamente ele está sozinho, já que a opção de pedir ajuda a Ele não é viável, nem ao menos cogitável. Ele não tem esse conforto, e talvez a vida se aproveite disso para mostrar o quão áspera pode ser.






Eu, Álison

Ser forte

O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho.
Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se.
A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.





Eu, Álison

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os dois gênios

Existe uma diferença entre uma pessoa de gênio e uma pessoa que é um gênio.
Uma pessoa de gênio é uma pessoa com a personalidade forte, marcante e presente nas atitudes tomadas por ela. Uma pessoa que é um gênio é aquela pessoa que sabe muito sobre muitos assuntos, que está constantemente pensando e se perguntando o porquê das coisas.
Tanto pessoas de gênio quanto pessoas que são gênios são difíceis de encontrar, por diversos motivos, mas você pode ser uma pessoa de sorte e encontrar uma delas durante sua vida, mesmo isso sendo bem raro.
Mas de tempos em tempos pessoas são abençoadas e conseguem encontrar alguém que tem gênio, ou seja, que têm personalidade, e, ao mesmo tempo, são um gênio, demonstrando saber muito.
Tanto essas pessoas especiais quanto as que as encontram são extremamente raras, mas mesmo assim nada impede que eu ou você encontre uma delas por aí. Basta que você fique com os olhos abertos e atentos.





Eu, Álison 

A morte não vai interromper a dor

Sempre quando alguém ouve falar de uma pessoa que fez isso, a gente fica se perguntando: "Por que será que essa pessoa fez isso?"
E quanto mais ele pensava na vida, mais insuportável ela lhe parecia.
Essas pessoas se sentem profundamente angustiadas. Elas olham para a vida e sentem essa angústia, essa dor. Cada obstáculo que elas pensam, na cabeça delas, é insuportável.
Tenho a impressão de que depois que essas pessoas morrem, a dor que elas sentiam, que é o motivo pelo qual elas buscaram a morte, permanece. Mesmo depois de morrer, a dor permanece, e vejo nisso a pior de todas as situações em que um ser humano pode estar. Uma dor tão incomensurável que nem mesmo a morte pode extingui-la.


"A angústia é a única fonte da criação" - Jacques Lacan




Eu, Álison

Não interpreta Michael Jackson

Palavras de Jorge Forbes, psicanalista, sobre a morte de Michael Jackson.

A psicanálise serve, a meu ver, para lembrar que pessoas como o Michael Jackson, que são a arte encarnada... São eles que nos interpretam. São eles que nos comovem, são eles que fazem com que a gente se pergunte, são eles que mostram, de certa forma, uma pequenez do nosso dia a dia, são eles que mostram que o mundo pode ser diferente, que a gente pode andar diferente.
Acho que todos nós temos um interrogante em nós, sabendo que sempre existe um descompasso entre o que a gente sente e o que a gente diz. A gente vive desse descompasso.
E que responde a sua pergunta sobre o porquê essa comoção mundial. É porque ele não é de ninguém. E, como ele não é de ninguém, cada um de nós pode ver o nosso Michael Jackson.
Eu acho que o que faz a obra de arte ser imortal, o que faz um livro ser imortal, um quadro ser imortal, um artista ser imortal, é exatamente o fato de ele escapar sempre a todas as tentativas nossas cognoscíveis de aprendê-lo. Nós não conseguimos fazer isso com a Mona Lisa, nós não conseguimos fazer isso com o Moisés de Michelangelo. Nem o autor dele consegue. Eu acho que o Michael Jackson é isso. E tem uma coisa muito interessante no Michael Jackson. Ele morre no momento que ele ia retomar, e ele não retomou. Então cada um de nós vai ficar com a ideia do show que ele não fez. Ele morreu no momento da esperança, o que, evidentemente, contribui muitíssimo para um envolvimento de todos nós, porque todos nós sonhamos juntos o que seria esse show em Londres.
Todo talento é uma coisa que põe você diferente das pessoas, diferente do grupo. Agora, quando alguém tem um talento claro, que o define na sua diversidade. Eu tomaria pela essência da palavra, pela diversidade, pelo diferente, pelo não costumeiro, pelo não habitual que ele era.  Então eu acho que o artista mostra a necessidade, a cada um de nós, de saber suportar essa singularidade. E isso não é fácil.
Michael Jackson teve problemas? Nós sabemos. O Michael Jackson teve sofrimento? Nós sabemos. O Michael Jackson é uma pessoa esquisita a todas nós? Nós sabemos.  Isso explica o talento, a genialidade de um homem que revolucionou a música? Nós não sabemos. Quer dizer, nós não temos a essência de ir lá dizer: “Com isso daqui eu faço outro Michael Jackson”. Eu não faço. O mundo hoje está de luto. Nós perdemos a maior expressão da música popular no século, uma pessoa que revolucionou. Nós ficamos de luto porque nós perdemos, mas nós não sabemos exatamente o que nós perdemos. Eu acho que nesse momento, você tem duas opções na vida, para dizer grosseiramente: Ou você consegue se responsabilizar pela sua singularidade, ou você vira genérico.  Se você puder suportar isso, e suportar isso quer dizer suportar o desentendimento, suportar o mal entendido, suportar o silêncio, suportar a angústia, porque não tem padrão, então a angústia vai aumentando, suportar essa singularidade, aí nesse momento a sua possibilidade de se manter nesse ponto é muito maior.
Para encerrar, brevemente, duas palavras, uma sobre o herói e uma sobre o Michael Jackson. Sobre o herói, acho que nós estamos em um momento na globalização, nós temos uma outra relação com os heróis, os heróis sempre existirão, sempre existiram aquelas pessoas que nos tocam de alguma forma. Será aquele que nos interrogará, que nos fascinará, que nos equivocará, que nos mostrará algo diferente e diverso, como o Michael Jackson. E a última palavra, eu acho, sobre o dia de hoje, é “Que pena...”.




Eu, Álison

terça-feira, 13 de novembro de 2012

São doidos


Hoje perdi-me no pensamento e na dor daqueles que chegam até mim no desespero e na agonia de serem e de se sentirem diferentes. Não é o ser diferente que lhes dói. O que lhes dói é a sensação de não serem respeitados na sua diferença, serem olhados como diferentes, incompreendidos, sentirem que não existe espaço nesta sociedade para existirem tal como são... São os loucos!
Em agonia, tristes, muitos isolam-se no seu canto... Desistem! Outros, porém, agem a sua dor, continuam a lutar, a tentar existir nesta sociedade, a denunciar ativamente e a proclamar os seus direitos!
Nem sempre é fácil existir!
Foi perdida neles que me lembrei deste pequeno texto de um grande escritor, e que descreve muito bem o que é isto da loucura!
Talvez vos sirva de consolo... Talvez seja apenas uma questão de números!

“Loucura?! Mas afinal, o que vem a ser a loucura? Um enigma... Por isso mesmo é que às pessoas enigmáticas, incompreensíveis, se dá o nome de “loucos”. Que a loucura, no fundo, é como tantas outras, uma questão de maioria. A vida é uma convenção: isto é vermelho, aquilo é branco, unicamente porque se determinou chamar à cor disto vermelho e à cor daquilo branco. É a gente de juízo... Pelo contrário, um reduzido número de indivíduos vê objetos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de modo diverso. Como estão em minoria... São doidos. Se um dia, porém, a sorte favorecesse os loucos, se o seu número fosse o superior e o gênero da sua loucura idêntico, eles é que passariam a ser ajuizados: Na terra dos cegos, quem tem um olho é rei, diz o adágio: na terra dos doidos, quem tem juízo é doido, concluo eu. O meu amigo não pensava como toda a gente... Eu não o compreendia: chamava-lhe doido... Eis tudo".

Mário de Sá Carneiro, In "Loucura"



Eu, Álison

Isaac Newton

Nasceu pouco depois da morte de seu pai - uma caricatura de criança, franzino, prematuro e doentio. A parteira não esperava que ele vivesse. Foi dessa maneira singular que o destino introduziu no mundo um cérebro prodigioso.
Em seus momentos mais tranquilos, compunha poesias e traçava desenhos a carvão nas paredes do quarto.
[...] Prosseguindo os estudos no Trinity College, de Cambridge, o garoto se viu possuidor de uma grande desvantagem - tinha facilidade excessiva em aprender matemática. O que é facilmente adquirido é facilmente desprezado. Nos estudos de formatura em Cambridge, não somente se antecipara às soluções acadêmicas dos problemas, como frequentemente sugeria novos e mais simples métodos de solução aos professores. Mas o estudo da matemática não apresentava especial interesse para Newton. Considerava-a simplesmente como uma via de acesso um tanto obscura aos mistérios da natureza. Visava conquistas mentais muito mais altas. Pois era, não apenas um pensador, mas um sonhador; não apenas um matemático, mas um poeta. Seu método não era a da observação exaustiva, mas o da imaginação criadora. Pretendia mergulhar ousadamente, e não procurar timidamente o caminho nas florestas inexploradas da especulação humana. Assim falava o poeta que estava disposto a sofrer em cumprimento da sua visão. Todo grande cientista é um poeta capaz de visão.
O próprio Newton, embora escapasse à esterilidade intelectual dos colegas, não pode eximir-se inteiramente às suas excentricidades. Absorvido em sonhos cósmicos, tinha pouco tempo de cuidar da aparência. Mas, com todo o seu desalinho, Newton era um moço de coração romântico.
 "Ah, minha querida, perdoe-me! Vejo que é impossível. Parece que estou condenado a ficar solteiro".
Seus colegas espantavam-se com a facilidade com que ele efetuava os cálculos.
Pois Newton possuía um senso de valores práticos bastante singular. Sempre o desorientava essa questão dos pesos e dos valores que os outros atribuíam às coisas.
Durante as férias, muitas vezes voltava ao lar materno e ficava horas inteiras sentado no jardim. Pois o espírito do homem sentado no jardim se pôs a girar tão vertiginosamente como a terra. Ali estava a base do valor das coisas - algo que os avaliadores de pedras e os mercadores de ouro nunca haviam sonhado! Só os poetas lunáticos, os únicos sãos de espíritos num mundo de dementes, eram capazes de interpretar o enigma do universo.
A princípio Newton não queria publicar os resultados das suas observações. Pois era um filósofo tímido e retraído. "Não hei de imprimir nada", declarava aos amigos. "Isso só me traria novas relações. E é isso que desejo evitar". Suas descobertas eram um passatempo com que se distraía nas horas de estudos solitários. Vivia só, num supermundo imaginário de sua criação. Era um divertimento fascinante.
Contava poucos amigos íntimos. Ninguém sabia nada ao certo sobre Newton. A vida inteira, a sua personalidade foi um problema difícil de explicar.
Um filósofo de primeira plana foi visitar Newton e pediu-lhe a indicação de um curso de estudos que o habilitassem a entender a complexa matemática dos Principia. Newton solicitamente organizou um rol de "livros necessários". "Só a leitura da listra preliminar", declarou, "consumiria a maior parte da minha vida".
Poucos dos seus contemporâneos compreenderam Newton. Mas isso não é muito de surpreender; o complexo e paradoxal matemático mal se entendia a si mesmo. No próprio momento de Triunfo sentia-se extremamente infeliz.
Uma ventosa manhã, ao voltar da capela, descobrira que o gato havia derrubado a vela sobre a mesa, incendiando alguns dos seus mais importantes papéis. E o pesar pela perda daqueles papéis, que continham os resultados de muitos anos de pesquisa, acabara de transtornar-lhe a cabeça. Assomos de cólera, perdas de memória, repentinos acessos de desconfiança e igualmente repentinos acessos de compulsão - não eram esses os sintomas de um espírito desequilibrado?




Eu, Álison

Última vez

Ela foi a última pessoa que o fez sorrir antes de tudo acabasse. Hoje ela tem que viver sendo a última pessoa a tê-lo visto sorrir. E pensar que aquele sorriso talvez tivesse sido um sinal antecipado de que tudo iria acabar, ou talvez o motivo de tudo ter acabado tivesse sido aquele sorriso. Então hoje ela tem que viver sendo a última pessoa que o fez sorrir, a última pessoa a vê-lo sorrir e a causa de que essa tivesse sido a última vez.





Eu, Álison

Eu também

Uma pessoa que te ajuda de verdade não é aquela que anda na sua frente, mas a que está um passo atrás de você. Ela não está te guiando, mas não deixa você parar de andar. Ela é a pessoa que não deixa você desistir de você mesmo. Ela vai ser a pessoa para quem você vai contar uma coisa sobre si mesmo e ela vai dizer: "Eu também". Ela vai se relacionar com você de uma maneira que vai valorizar a sua individualidade sem, para isso, te deixar sozinho em um canto ou te abandonar quando você mais precisar. Talvez ela não entenda nem a si mesmo, mas entende você.





Eu, Álison

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Eu a vi

E vi seus olhos que veem.

Quando você quer uma coisa, você tem que ir atrás dela e tentar de todas as formas conseguir isso que você deseja, seja um sentimento, uma pessoa, uma lugar ou qualquer coisa. Essa é a regra básica em que eu acreditava. Mas descobri que estava errado. Eu busquei de várias formas alguém que queria ver, uma pessoa muito importante que não via há bastante tempo. Tentei, mas falhei. Mas durante o intervalo entre minha falha e a próxima tentativa, esse alguém caiu do céu.
Alguns chamariam isso de serendipidade. Eu já não me arriscaria a dar nome a algo tão surpreendente. Em um lugar inesperado, em uma hora inesperada, sem que eu ao menos tivesse ideia de quem ia encontrar, essa pessoa aparece diante de mim. Minhas tentativas de vê-la falharam, mas a importância que essa pessoa tem para mim, que era o motivo que me impelia a procurá-la, foi recompensada. Depois de meses sem ver essa pessoa, eu a tive diante dos meus olhos novamente. E a satisfação que senti foi incompatível com qualquer expressão de afeto que conseguiria demonstrar ou com qualquer metáfora que um poeta excepcional tenha criado através de sua mente fervilhante. A personificação da ironia havia encontrado uma criança, e essa criança era eu, pois era assim que me sentia diante da grandeza dessa pessoa. Diante da demonstração mais extraordinária de um tipo único de pessoa. Dez de Novembro de 2012 foi o dia em que o Gênio voltou à suas origens cumprimentar seus discípulos. E entre esses discípulos estava o eu, estarrecido perante tal.
Do jeito que ela vê as coisas, nem adianta eu tentar disfarçar dizendo "foi bom vê-la novamente", porque não foi. Foi mais que isso. Vê-la novamente foi esplêndido e agradecer já não é o suficiente, mas é o máximo que posso oferecer. Isso e entregar-lhe umas palavras contidas que tentem expressar a importância que representa um dia ter te conhecido.





Eu, Álison

Quem tem sucesso é solitário

Esse vídeo fala sobre as pessoas que têm sucesso e como elas encaram suas vidas nessa condição. Quem está falando é o psicanalista Jorge Forbes e ouvi-lo te faz pensar muito sobre muitas coisas.






Eu, Álison

O que me disseram foi:

"Mas não pensa muito nisso, senão tu vai ficar louco".


Eu agradeço o conselho, mas acho que é tarde demais.





Eu, Álison

Talvez a distância faça bem

Ou talvez ela simplesmente te torture.






Eu, Álison

domingo, 11 de novembro de 2012

sábado, 10 de novembro de 2012

Em um sábado qualquer

Fiz coisas que achei que não faria. Vi pessoas que achei que não veria. Fui a lugares que achei que não iria. Senti emoções que achei que não sentiria.
Tudo isso em um sábado qualquer. Toda a Surpresa que eu tento oferecer às pessoas, de vez em quando, volta para mim. Mas volta de um jeito que é difícil de acreditar. Espero não acordar do meu sonho, porque o que eu vivo não pode ser uma vida de verdade.





Eu, Álison

Viva e deixe viver

Por Decidida

A melhor coisa que fiz hoje foi caminhar pelo bairro! Foram os 3 km mais bem caminhados, pensados, etc. do mês. No que toca a aliviar stress, essa dica é senso comum porque… Funciona! Todas as pessoas deveriam se proporcionar algum tempo de qualidade sozinhas, perfeito para relaxar, para contemplar, para esquecer e, ainda por cima, para se manter em forma. As pessoas que praticam algum exercício têm uma maior capacidade de lidar com o stress, problemas, desafios da vida e consequentemente, têm mais energia, ganhos e bom humor.
Daí paro, e me pergunto: vale a pena me estressar com coisas desnecessárias? Eu tenho família, estudo, trabalho, comida, amor, minhas amigas... Vou me preocupar com o que? Xiii... Dessa vez eu passo! Perco muito tempo buscando o que é melhor pra mim.
Portanto, caminhe! VIVA E DEIXE VIVER, BEBÊ!
A vida passa voando, e quando vê, tu ganhou mais rugas do que bons momentos.






Eu, Álison

Galileu Galilei

Era, no dizer de seu pai, um astronomozinho distraído que enxergava estranhas visões e ouvia sons misteriosos. Nas horas vagas fazia os mais variados instrumentos, imitações toscas de carros, moinhos, barcos - qualquer coisa que os seus olhos particularmente agudos observassem durante os passeios diários.
Tinha chegado ao apogeu da prosperidade e da fama. Entretanto não era feliz. "As asas da fortuna", escreveu em uma carta, "são velozes. Porém a esperança tem as asas pendentes".
Acreditava, como o Alcorão, que "a tinta do sábio e o sangue do mártir são de igual valor aos olhos do Céu".
- Considero esta a maior das minhas obras - murmurou. - É o fruto da minha agonia extrema.




Eu, Álison

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Isso ou aquilo

Normalmente as pessoas pensam que o duro é enfrentar a morte e sustentá-la. Não do ponto de vista psicanalítico. Do ponto de vista psicanalítico, o duro é enfrentar a vida. Por quê? Porque a morte, de certa forma, é um sentimento oceânico, onde as pessoas estariam juntas naquele silêncio eterno. A vida é o sentimento da diferença, é o sentimento do detalhe, é o sentimento da diversidade e é sobre a vida que a responsabilidade é normalmente maior que sobre a morte.
O que a pessoa prefere, isso ou aquilo, é para pôr em discussão.

Jorge Forbes, psicanalista.




Eu, Álison

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vinte anos!

"Me perdoem, a vida se tornou insuportável para mim". Segundo seu pai, ela sofria de depressão há mais de 20 anos.






Eu, Álison

Nicolau Copérnico

O nome primitivo de Copérnico era Kopirnig, que significa humilde. E essa palavra sintetiza tanto a origem como a personalidade do “anatomista do céu”.  Em criança, via o Sol “rolar através do firmamento”, do esplendor da aurora ao esplendor do entardecer, e à noite contemplava as inúmeras velinhas estelares que luziam no teto abobadado do céu.
A dor da morte do pai foi mitigada pelo privilégio, que agora desfrutava, de explorar os numerosos volumes da biblioteca do bispo – livros, não só de astronomia, mas de literatura, pintura, escultura, matemática e música. Assim adquiriu desde o princípio um interesse universal pelas ciências e artes.
Com efeito, o nome de Copérnico acabara por se tornar sinônimo de bondade. E de sabedoria. Sempre que se tinha em vista um novo projeto em benefício da cultura ou das condições de vida, Copérnico era chamado a apresentar sugestões.
E assim continuou a estudar a majestade dos céus, convencendo-se cada vez mais da insignificância do homem. E da escassa importância da terra. Começava a perceber que essa nossa terra não passa de uma partícula de pó a revolutear eternamente ao redor da chama do sol.
E assim o sistema de Copérnico, longe de amesquinhar, em última análise engrandece a dignidade do homem. Pois, “libertando” o seu corpo, liberta-lhe também o espírito. Dá-lhe asas à imaginação e desperta-lhe o apetite espiritual.





Eu, Álison

É tudo muito fingido

É tudo muito falso, e de falsidade o mundo já está cheio.







Eu, Álison

Inclusive eu

Pelo que eu já estudei, a maioria das pessoas têm, no mínimo, um sintoma de um transtorno psiquiátrico, mas não sabe disso.






Eu, Álison

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Por Virginia Woolf

Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim, mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos. V.

No dia 28 de Março de 1941, após ter um colapso nervoso, Virginia Woolf suicidou-se.





Eu, Álison

domingo, 4 de novembro de 2012

Roger Bacon

"Que ninguém se vanglorie do seu saber, nem despreze os humildes, pois estes sabem muitos segredos que Deus não revelou aos que têm fama de sábios."
"Observai as coisas, experimentai-as, averiguai de que maneira atuam em vós, e como podereis atuar sobre elas".
Quanto às riquezas, o verdadeiro homem de ciência não as recebem nem as procura... Se frequentasse a sociedade de reis e príncipes, ser-lhe-ia fácil encontrar quem lhe dispensasse honrarias e riquezas. Mas isso lhe estorvaria a realização dos grandes experimentos que são seu prazer...
Não é de admirar que Bacon manifestasse o máximo desprezo pela opinião dos seus semelhantes!
"Ampliou de tal modo o campo de seus conhecimentos, que espantava a todos os amigos".
"Um breve tatear em busca da luz - e depois, a noite."





Eu, Álison

sábado, 3 de novembro de 2012

She's taking her own life

I can see young ones in the park with smiles, they're playing
A lonely face in the window seeks to cloud their dreams
She envies the light of his ways

How can I stand in peace and watch as the will of smile has gone
The human nature fails to keep up high
And let the shadow break the unbreakable

Everyone tells you about this place where sun shines
Where all the children play
How it pleases my heart

Watching every single daybreak without hope
Looking back in time to find something real to hold close to her heart
There're places in her memory she just cannot reach
Tears from a lady

She's taking her own life
Breath by breath prepares for death
All alone in the world she's trapped without her dreams
Imagine the pain she must feel





Eu, Álison

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Não acho ela estranha



Acho ela misteriosa.




Eu, Álison

Cheias de veneno

Todos os seus amigos o seguiam com muitas lamentações, como se ele fosse para a morte.
Por toda a parte corria o sangue, rodeando o cadáver, como que derramado às taças cheias.






Eu, Álison

Arquimedes

A Geometria era sua paixão dominante. "Embriagado e arrebatado pelas doces seduções desta sereia, que, por assim dizer, estava constantemente deitada a seu lado, ele muitas vezes se esquecia de comer e beber".
Pessoalmente, como a maioria dos antigos sábios gregos, Euclides pouca importância dava ao valor "prático" das suas investigações científicas. Amava o saber pelo próprio saber. Tímido, arredio e modesto, "vivia pacificamente em sua habitação".
[...] e, com os fantásticos malabarismos da sua mente, ultrapassou as proezas dos gigantes de cem braços da mitologia.
"Ah bem", murmurou o velho cientista, enquanto agonizava estendido no chão, "eles me tiraram o corpo, mas eu levo comigo a minha mente."





Eu, Álison

Was just a girl

Quando ela era apenas uma garota
Ela esperava o mundo
Mas ele escapou de seu alcance
Então ela fugiu em seu sono
E sonhava com o paraíso
Toda vez que fechava seus olhos
A vida continua e fica tão difícil
Todo esforço é em vão
Cada lágrima, uma cachoeira
Na noite, uma noite de tempestade
Ela fechará seus olhos
Na noite, uma noite de tempestade
Para longe ela voaria





Eu, Álison

Misterioso e incompreensível

"Na verdade, o grande Leonardo continuou a ser como que uma criança durante toda a sua vida, e em mais de um sentido; diz-se que todos os grandes homens devem conservar alguma parte infantil. Mesmo adulto continuou a brincar, e foi essa a razão por que se mostrou frequentemente misterioso e incompreensível aos olhos dos seus contemporâneos."

- Sigmund Freud


"Em conjunto, o seu gênio era tão prodigiosamente inspirado pela graça de Deus, os seus poderes de expressão eram tão fortemente alimentados por uma memória e por uma inteligência sempre prontas, e os seus escritos transmitiam as suas ideias com tanta precisão, que os seus argumentos e os seus raciocínios confundiam os críticos mais formidáveis."

- Giorgio Vasari




Eu, Álison

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Você fica com medo de verdade

Quando descobre que textos que você escreveu e coisas que você disse podem ser considerados ideação suicida.


Quem dera eu tivesse pesadelos somente à noite. Estou vivendo um agora enquanto lhes escrevo.




Eu, Álison