quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PC Siqueira não é pessimista

Mas a depressão que ele sofre é. As pessoas podem pensar que o PC Siqueira é pessimista porque ele quer, porque ele é chato, mas nunca perguntarem para ele se ele gostava de tomar cuspida na escola, se ele gostava que colocassem ele nos latões de lixo, se ele gostava que chamassem ele de vesgo. Com isso ninguém se preocupa, afinal, é muito mais fácil falar mal do que tentar entender.
E só para constar, eu apoio o pessimismo. É muito melhor do que ser falso.







Eu, Álison

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sem querer ofender, já ofendendo

A Bíblia prega, acima de tudo, o amor que Deus tem pela humanidade. Mas pelo jeito o amor para com homossexuais não se enquadra nessa virtude. Em Levítico 18: 22, lemos que "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é". Abominação é uma palavra muito forte para relacionar-se com o dito amor de Deus.
Mais adiante lemos em II Samuel 1: 26 Davi dizendo a Jônatas que "Tua amizade me era mais maravilhosa do que o amor das mulheres. Tu me eras deliciosamente querido!". Essa maneira de se expressar me parece vinda de um homossexual, mas em Levítico está escrito que a homossexualidade é uma abominação.
Existe alguma coisa muito confusa nessa história. Primeiro vê-se uma afirmação e mais adiante uma declaração que contradiz a afirmação, mas ambas estão no mesmo livro.
Acho que está na hora das pessoas começarem a pensar um pouco.






Eu, Álison

Salmos 91: 11

"Porque a seus anjos Ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos". 





Eu, Álison

A cada 40 segundos

O desespero beira o insuportável. A cada dia, o sofrimento – físico ou emocional – fica mais intenso e viver torna-se um fardo pesado e angustiante. Sua dor parece incomunicável; por mais que você tente expressar a tristeza que sente, ninguém parece escutá-lo ou compreendê-lo. A vida perde o sentido. O mundo ao seu redor fica insosso. Você sonha com a possibilidade de fechar os olhos e acordar num mundo totalmente diferente, no qual suas necessidades sejam saciadas e você se sinta outro. Será que a morte é o passaporte para essa nova vida? Atire a primeira pedra quem nunca pensou em morrer para escapar de uma sensação de dor ou de impotência extremas. Parece comum ao ser humano experimentar, pelo menos uma vez na vida, um momento de profundo desespero e de grande falta de esperança. Os adjetivos são mesmo esses: extremo, insuportável, profundo.
A angústia existencial do suicida sempre vai fornecer justificativas para a sua morte.
“Constatei, pelos discursos, que o suicida está num quadro de embotamento, como se estivesse afogado nas próprias emoções. Ele não aproveita os vínculos sociais para partilhar seus sentimentos e vê o mundo de uma maneira muito própria.” O suicídio, então, torna-se um meio de expressão, uma fala que não pôde ser dita.
“O indivíduo não consegue pedir socorro de outro modo, então opta por um ato extremo.
Incapazes de comunicar a própria dor, os suicidas recorrem a algumas fantasias para justificar a si mesmos a autodestruição.
“A ideia da não-existência é tão insuportável que a mente humana inevitavelmente recorre às fantasias para levar adiante o projeto de auto-aniquilamento".
“O que me impressionava eram as pessoas que tentavam suicídio dizerem que não queriam morrer”. “Como alguém tenta o suicídio e diz que não quer morrer? Na verdade, queriam acabar com uma situação de desespero. Como não conseguiam ver outra alternativa, recorriam ao suicídio. Mas, ao depararem com a possibilidade concreta da morte, percebiam que não queriam, de fato, morrer”.
O cansaço existencial e as crises constantes também alimentam o desejo de morrer.

"Eu não deveria existir. Desculpa, não consegui".





Eu, Álison

I'm a looker

Estou muito longe de ser o que as pessoas acham que eu sou.






Eu, Álison

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Existimos sob o mesmo código indecifrável

Amor, era o que me vinha. Amor. Uma pequena onda de amor sentido por elas que, hoje, perdidas as marcas, ficava me machucando com outros nomes como memória, saudade, perda. A quem eu amara? A quem?
Estava apenas querendo a vida com sangue. Nem que fosse o anêmico sangue dos infelizes.
Meu peito parece vazio. Até meu corpo tornar a amanhecer, terei girado milhões de vezes em torno das mesmas e poucas lembranças. Os mesmos sonhos terão se repetido.
Como se em lugar do coração eu tivesse um buraco vazio. E começou a ficar triste de novo. Meu peito está tão vazio... Não me deixe só. Tenho medo. O meu coração.






Eu, Álison

Em sua presença

Werther manda seu criado à casa da amada Carlota apenas para, diz: "ter junto de mim alguém que tivesse estado em sua presença".

Quantas vezes tenho de ninar o meu sangue revolto até acalmá-lo... Tu sabe que não existe no mundo nada tão instável, tão inquieto quanto o meu coração. Se é que tenho necessidade de dizê-lo a quem tantas vezes carregou o fardo de me ver passar da aflição à digressão, da doce melancolia à paixão furiosa, meu caro!
E mesmo as mudanças de humor, que chegavam à indelicadeza de quando em vez, não eram desenhadas com o selo da genialidade?


Não, nenhuma linguagem seria capaz de exprimir a ternura que animava seus olhos e suas atitudes. Tudo o que eu pudesse dizer seria grosseiro e rudimentar.
Ah, como isso confrange o coração! E, todavia, ser incompreendido, é esse o destino da gente!






Eu, Álison

domingo, 20 de janeiro de 2013

Era uma vez

- Prólogo

Era uma vez um grupo de amigos
Alguns dos quais já nem se encontram vivos
Desconhecidos do mundo em geral
Em mim desempenharam um papel principal

Capítulo I

Era uma vez um grupo de amigos, dos quais alguns já nem se encontram vivos. Éramos miúdos sonhadores. Insurretos, mas com valores. Alguns formaram-se doutores, advogados e professores. Uns quantos jogadores e alguns independentes, agarrados a esta vida com unhas e dentes.
Amanhã o sol infelizmente não nasce para toda a gente, diz-me a morte sem face com a sua foice imponente.
Tu eras só um adolescente quando nos deixaste. Perguntei-me vezes sem conta por que razão saltaste. Seria a depressão das drogas ou drama da família? O Rui maluco antes do suicídio tinha o vício de ler a bíblia.
Grande Carlitos, o crânio, ninguém preenche o seu vazio, no dia que fez 18 apareceu morto a boiar no rio. O Vilela da viela levou os pais à ruína, primeira droga que experimentou, aos 14, foi a heroína.

Capítulo II

Mano Ibrahim o teu sorriso ficará para sempre. A boa disposição contagiava toda a gente.
Noites belas, aquelas, em que soprávamos velas, às vezes fecho os olhos, consigo imaginar-me nelas.
Vivo no mundo daqueles que partilham uma experiência da dor vivida no interior duma sala de urgência. Mas mesmo assim num desisti ou baixei os braços, chorei e ri, frente a frente, a derrotas e fracassos.
Esvaziei uns quantos maços para matar a ansiedade, mas o fumo ainda era pior porque me matava de verdade.
Manos que cumprem pena, visualizem-se nesta rima, quando saírem: moral, cabeça pra cima.
O mundo dá oportunidades, cá fora à vossa espera, mas nem tudo são rosas, realidade sabe ser severa. Para todos os que estão perdidos, sem rumo ou direção: pensam naquilo que foram, comparem com o são.

Capítulo III

Ontem éramos uns putos e jogávamos à bola. Fumávamos às escondidas nas traseiras da escola. Viajávamos à borla, quantas fugas ao pica? Corríamos a pé todas as ruas da cidade invicta.
Uns cestos nas Camélias, o skate em Matosas, carrinhos de rolamentos, velocidades furiosas. Nada de drogas, só pura adrenalina, por vezes um pouco de álcool misturado com nicotina.
O tempo foi passando e já não nos vemos tanto. Eu recordo-os mesmo estando cada um pra seu canto. Tanto tempo após, pós estandarte da geração em memória de todos aqueles que já partiram.
Nada se perde, manos, e tudo se transforma, e a batalha é infinita para quem não se conforma.
Desejo-te uma vida longa, saúde e sucesso. Tu sê feliz, mano é tudo o que eu te peço.





Eu, Álison

sábado, 19 de janeiro de 2013

Botes e pássaros

Se você for minha estrela, eu serei seu céu. Você pode se esconder embaixo de mim e voltar à noite. Quando eu escurecer você mostrará sua luz. Eu vivo para você brilhar.
Mas você pode fugir de mim em um foguete, e nunca voltar se você achar outra galáxia longe daqui com mais lugares para voar. Apenas deixe-me seu rastro para me lembrar de você.
Se você for meu bote, eu serei seu mar. Uma profundidade de puro azul apenas para a curiosidade investigar. Esvaziando, inflando e empurrado pela brisa. Eu vivo para fazer você livre.
Mas você pode velejar para o oeste se quiser. E antes do horizonte até que eu não possa ver você. Longe daqui onde as praias são extensas. Apenas deixe seu rastro para me lembrar de você.







Eu, Álison

Mais uma vez... O perfume

O Acaso e a Sorte precisariam ser entidades muito benévolas para que fossem responsabilizadas por todas essas coisas boas que acontecem e que a gente não sabe explicar.







Eu, Álison

Quando você não consegue dormir à noite

Linda garotinha com os olhos grandes,
Você não vai mostrá-los para mim?
Eu sei que não sou tão perfeito,
Mas apenas fique um tempo que talvez você verá

Milhas de distância
Eu ainda posso sentir você deitando sua cabeça nos meus braços,
Nos meus abraços, longe daqui

Aqui neste mundo eu estou acordado com os erros,
Mas é o amor que continua me alimentando

Alimentando-me para amar você.
Milhas de distância
Eu ainda posso sentir você deitando sua cabeça nos meus braços,
Não tenha medo de me amar.







Eu, Álison

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ernst Haeckel

Além de sua dupla visão física, Haeckel possuía uma dupla visão mental. Era metade cientista arguto e metade artista imaginativo.
Então se desenrolou o primeiro dos seus dois romances trágicos. Enamorou-se de sua prima Anna Sethe, moça “de raros dotes de espírito e coração”. Foi precisamente no trigésimo aniversário de Haeckel que sua jovem esposa morreu. Por algum tempo os amigos temeram que ele não sobrevivesse ao golpe. “Só o trabalho pode salvar-me da loucura”.
Nas salas de aula, entretanto, os alunos sentiam unicamente uma única admiração por aquele professor que “falava como um demônio e desenhava como um deus”. Não o tolhia nenhum senso de falsa modéstia.
Uma figura alta e venerável, com os ombros largos de um atlas que sustentasse um mundo de pensamentos... “Era como se algum sábio sublime da antiguidade helênica, um Sócrates ou um Aristóteles, surgisse redivivo à minha frente”.
“Não existe Deus”, dizia. Atacava o “fanatismo da religião” com um fanatismo irreligioso igualmente frenético.
Desvencilhado das algemas do preconceito, ele seguira um novo caminho para o âmago do mistério do mundo.
Sem dúvida, hás de ter percebido, pelo meu porte canhestro, quão completamente a tua gentil visita veio transformar a serenidade habitual da minha existência prosaica – como a radiação de uma doce fada primaveril, que trouxe o recender de flores a um pobre cativo solitário.
Os dias adoráveis que passamos juntos parecem-me um sonho belo demais para durar. Essa recordação ainda me envolve e enfeitiça de tal maneira que me é difícil exprimir em palavras o que me agita o coração.
“A idade” – escreveu Haeckel em uma de suas cartas a Franziska, - “não é garantia contra as loucuras. Parto para os mares tropicais a fim de escapar de ti e de mim – duas almas raras e extraordinárias, feitas uma para a outra, e que, separadas, devem errar solitárias pela vida... Mas, aonde quer que fosse, levava a sua mágoa. O homem não pode fugir de si mesmo em parte alguma”.
“O enigma da vida humana”, escreveu alguns dias antes de morrer, “continua indecifrado”.






 Eu, Álison

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Trecho do filme "As Horas"

- Estava trabalhando no jardim. Eu não queria atrapalhá-lo.
- Você me atrapalha quando desaparece!
- Eu não desapareci. Saí para dar uma volta.
- Uma volta? É isso? Só uma volta? Virgínia, vamos voltar para casa.
- Não existe tal obrigação!
- Virgínia, você tem obrigação para com sua insanidade. 
- Eu tenho suportado essa prisão. Tenho suportado esse encarceramento. Sou atendida por médicos. Em todos os lugares sou atendida por médicos que me informam sobre meus próprios interesses.
- Eles sabem seus interesses.
- Eles não sabem! Eles não falam pelos meus interesses. 
- Virgínia, posso ver que deve ser difícil para uma mulher do seu...
- Do meu o quê?
- Do seu talento!... Ver que não pode ser responsável por si própria.
- Quem seria melhor!? 
- Você tem um histórico! Tem um histórico de internações. Nós a trouxemos aqui para salvá-la de um dano irreparável que pretendia fazer a si mesma. Você tentou se matar duas vezes!!! Vivo diariamente com essa ameaça. 
- Minha vida foi roubada de mim. Estou vivendo em uma cidade em que não quero viver. Tenho vivido uma vida que não desejo viver. 
- Não é você que está falando, Virgínia. É consequência de sua enfermidade.
- É minha voz.
- Não é sua voz.
- É minha voz, só minha!
- Não é, escute...
- Não, é minha voz! Estou morrendo nessa cidade! 
-Se estivesse pensando claramente, Virgínia...
- Se eu estivesse pensando claramente... Se eu estivesse pensando claramente, Leonard, lhe diria que luto sozinha, na escuridão, na profunda escuridão, e que somente eu posso saber se eu posse entender meu próprio estado. Você vive com essa ameaça, você diz. Vive com a ameaça da minha extinção. Leonard, eu também vivo com ela. Mesmo ao mais miserável, ao mais baixo paciente é permitida alguma escolha em sua prescrição médica. É o que define sua humanidade. Desejaria, para seu bem Leonard, que pudesse ser feliz nessa quietude... Mas se for uma escolha entre Richmond e a morte... Eu escolho a morte.
[...] Não se pode encontrar a paz evitando a vida, Leonard.







Eu, Álison

A mesma coisa

We got blood and we got love


We got passion and we got pain. We have poison, but is the same.





Eu, Álison

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Tristemente sábio

A Loucura é para o louco uma fonte de alegria. Quanto mais aumentamos nossos conhecimentos, mais triste tornamos nossa condição, e, numa alma em que há muito bom senso, há também muitos motivos de descontentamento.
A tristeza mora no coração dos sábios, e a alegria no coração dos loucos.


"Dediquei-me a conhecer não somente a prudência e a doutrina, mas também os erros e a loucura". - Salomão





Eu, Álison

Tudo outra vez

Basta que um mercador, um soldado, um juiz retire uma moedinha do monte de dinheiro que suas rapinas lhe proporcionaram e a empregue nessas piedosas ninharias; não é preciso mais, ele acredita que tem a alma purificada de todos os pecados de sua vida. Perjúrios, impudicícias, querelas, devassidões, homicídios, traições, perfídias, imposturas, a moedinha redimiu tudo, e redimiu tão bem que ele acredita poder recomeçar tudo outra vez.






Eu, Álison

domingo, 13 de janeiro de 2013

Tantos e quantos

Se alguém, do alto de uma torre elevada, se divertisse em observar o gênero humano, como os poetas dizem que Júpiter o faz de vez em quando, que quantidade de males ele não veria atacar de todos os lados a vida dos pobres mortais! Um nascimento imundo e sórdido, uma educação penosa e dolorosa, uma infância exposta ao arbítrio de tudo o que a cerca, uma juventude submetida a tantos estudos s trabalhos, uma velhice sujeita a tantos sofrimentos insuportáveis, e enfim a triste e dura necessidade de morrer. Juntai a isso a quantidade inumerável de doenças que nos assediam constantemente no curso dessa vida infeliz, os acidentes que não cessam de nos ameaçar, a invalidez que de repente nos oprime, o fel amargo que envenena sempre nossos instantes mais doces. Sem falar ainda de todos os males que o homem causa a seu semelhante, como a pobreza, a prisão, a infâmia, a vergonha, os tormentos, as emboscadas, as traições, os processos, os ultrajes, as patifarias... Mas como contá-los? São em tão grande número como os grãos de areia à beira do mar.





Eu, Álison

Acho que ela falava sério...

Ao regressar da casa de um amigo, Hannah Bond, de 13 anos, disse a seus pais que queria se matar, que lhe responderam "Larga mão de ser boba menina".



A adolescente foi encontrada pendurada em um beliche uma hora após sua advertência.






Eu, Álison

Se tu mesmo te aplaudes

Todo o mundo zomba dessas extravagâncias, e aqueles que as cometem são vistos como loucos, como de fato o são. Mas eles pouco se importam. Satisfeitos consigo mesmos, nadam num mar de delícias, saboreiam em grandes goles os amáveis prazeres; em suma, gozam da felicidade que lhes ofereço. Os que acham tudo isso ridículo que me digam se não é preferível passar assim a vida numa loucura deliciosa, do que pensar a todo instante em enforcar-se!
É verdade que todos esses loucos são desonrados aos olhos do público; mas que lhes importa?
Todo o povo te vaia; que te importa, se tu mesmo te aplaudes? Ora, é somente a Loucura que faz aplaudir-se a si mesmo.






Eu, Álison

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Não suportará

Mas não é mil vezes melhor entregar-se a esse doce engano do que abandonar-se aos tormentos, às inquietudes devoradoras do ciúme, e semear por toda a parte a confusão e a desordem por cenas violentas e trágicas?


Dizei-me, pergunto-vos, pode-se amar alguém quando se odeia a si mesmo? Pode-se viver em bom entendimento com os outros quando não se está de acordo com o próprio coração? Pode-se oferecer algo de bom à sociedade quando se está aborrecido e fatigado com a própria existência? Seria preciso ser mais louco que a Loucura mesma para responder afirmativamente a essas perguntas. Ora, se for excluído da sociedade, o homem, longe de poder suportar os outros, não poderá suportar a si próprio; desgostoso com tudo que tiver alguma relação consigo, logo se tornará a seus próprios olhos um objeto de ódio, de aversão e de horror.





Eu, Álison

Heart beats fast

I have died everyday waiting for you,
Darling don't be afraid,
And all along I believed I would find you
Time has brought your heart to me

The day we met
Frozen, I held my breath
Right from the start
I knew that I found a home for my heart

But watching you stand alone
All of my doubts suddenly goes away somehow

I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

Backbeat, the word was on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

I said maybe
You're gonna be the one that saves me
I cry just a little, I think a let it go.
But I'll find you.







Eu, Álison

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Um dom caro

- Isso tem seu custo.
- O quê?
Aprender a enxergar um enigma em tudo. Eles estão em todos os lugares. Assim que começa a vê-los, é impossível parar. O que acontece é que as pessoas e todos os enganos e desilusões que informam o que fazem tendem a tornar o enigma mais fascinante. Com certeza, elas nem sempre gostam de serem vistas assim. 
- Parece-me uma maneira solitária de viver.
- Como eu disse, tem seu custo...







Eu, Álison

William Thomson

Era um estímulo para os alunos, esse azougado professor. Nunca se sabia o que esperar dele.
Como todos os homens de personalidade vigorosa, tinha os seus preconceitos. “Sempre desconfiei das palavras e obras do espírito humano”.
E assim, “Wullie Tamson” – como o chamavam seus amigos escoceses – tornou-se o primeiro Barão Kelvin. Mas “Wullie Tamson” continuou a ser o mesmo homem honesto, franco, enérgico e brincalhão.
Um dia seus amigos levaram-no a ouvir uma sinfonia de Beethoven. Ficou muito impressionado. “Pense-se que coisa complexa é o resultado de uma orquestra a tocar”.
“Os que vivem devagar criam seus próprios obstáculos”.
E agora ele se aproximava do fim do caminho. De hora em diante se limitaria a aprender. E então o mais sábio dos mestres, a Morte, veio buscar esse aluno em seu octogésimo terceiro ano e conduziu-o ao Grande Laboratório para o Último Experimento.







Eu, Álison

Triste e desagradável

Quanto aos sábios que se julgam pequenos deuses, a amizade quase nunca os une, ou, se isso às vezes acontece, é uma amizade sempre triste e desagradável, e restrita a um número muito pequeno de pessoas. Quanto a dizer que eles não gostam absolutamente de ninguém, eu teria apenas um escrúpulo: a maioria dos homens são loucos, pode-se mesmo dizer que não há nenhum que não tenha várias espécies de loucuras; ora, é na semelhança que estão fundadas todas as amizades.






Eu, Álison

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Seu destino era partir-se em pedaços

Ele achou que evitar a amarga despedida pouparia seu coração de quebrar-se em pedaços e de fazê-lo sentir o peso da distância.
 Mas o que ele não contava era que não vê-la teria um efeito tão devastador em seu peito quanto estar ao seu lado para dar o último adeus.
Sem conseguir fugir de sua sina, seu coração partiu-se mesmo sem tê-la visto partir. Ele partiu-se, pois não pôde vê-la pela última vez.
E hoje contam sua história. O homem que, desde então, dedica sua vida a colher pelo mundo afora os cacos perdidos do seu coração confrangido e anseia uni-los com o perfume de quem os partiu.
Mas mal sabia ele que não mais veria quem os partiu e ele teria que uni-los com o que sobrou dentro do seu peito. A dor que vivia e a dor que sabia que não acabaria...
Cacos espetam. Cacos machucam.
Cacos se partem e levam consigo o dono de um coração alquebrado e doído.






Eu, Álison

Fazia frio

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
— Velho caixão a carregar destroços —

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos






Eu, Álison

03 de novembro

Deus sabe quantas são as ocasiões em que me deito na cama com o desejo, e às vezes a esperança, de não tornar a acordar. E de manhã abro os olhos, revejo o sol e me sinto miserável! Oh, não ser eu caprichoso a ponto de acusar o tempo, ou a um terceiro, uma empresa falhada, talvez, para que o insuportável fardo das mágoas não pese inteiro sobre mim! Desgraçado que sou! Sinto, e bem no fundo, que toda a culpa é minha... Não, a culpa não! Basta que eu traga hoje oculta em meu peito a fonte de todas as misérias, do mesmo modo que trazia outrora a fonte de todas as venturas.  Não sou eu o mesmo homem que dantes bracejava numa inesgotável sensibilidade, que via surgir o paraíso a cada passo e tinha um coração capaz de estreitar dentro de si o amor do mundo inteiro? Mas agora este coração está morto, já não brota dele nenhum encanto, os meus olhos estão secos e os meus sentidos, que já não são mais aliviados por lágrimas refrescantes, também estão secos e rasgam sulcos de medo em minha testa. Eu sofro muito, pois perdi tudo o que me causava delícia à vida, essa força divina, vital, com a qual criava mundos ao redor de mim. Ela passou... Quando olho da janela para a remota colina, é em vão que vejo acima dela o sol da manhã atravessar o nevoeiro e brilhar no fundo pacífico do prado, e o brando ribeirão serpentear à minha busca por entre os salgueiros despidos de folhas... Oh, toda essa magnífica natureza é fria para mim, inanimada como uma estampa colorida, e todo esse espetáculo já não consegue bombear do coração à cabeça a menor gota de um sentimento venturoso, e o homem total está ali, em pé diante de Deus como um poço seco, como um balde furado. Muitas vezes me prostrei no chão implorando lágrimas a Deus, como um lavrador clama por chuva quando vê um céu de bronze sobre sua cabeça e a terra ao redor de si a morrer de sede.
Mas, ah, sinto-o, Deus não concede a chuva e o sol às nossas importunas súplicas... E esses tempos cuja recordação me atormenta, por que eram eles tão felizes, senão pelo fato de que eu esperava os seus desígnios com paciência? E por que recebia de coração inteira e intimamente agradecido as delícias que ele derramava sobre mim?





Eu, Álison

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Das maravilhas

"Gostaria de não ter chorado tanto!", disse Alice, enquanto nadava de um lado para outro, tentando encontrar uma saída. "Parece que vou ser castigada por isso agora, afogando-me nas minhas próprias lágrimas! Vai ser uma coisa esquisita, lá isso vai! Mas tudo está esquisito hoje".






Eu, Álison