domingo, 30 de setembro de 2012

Mundo Surreal

Todo mundo tem um anjo. Um guardião que cuida de nós. Nós não sabemos a forma que ele toma. Um dia é um velho, no outro, uma menina. Mas não deixe que as aparências enganem você. Eles podem ser ferozes como um dragão. Ainda assim não estão aqui para lutar nossas batalhas. Só para nos inspirar, lembrando quem somos nós. Todos nós temos poder sobre os mundos que criamos.
Nós podemos negar que nossos anjos existem ou nos convencer de que não são reais, mas eles aparecem de qualquer jeito, nos lugares mais estranhos e nas horas mais estranhas. Eles podem falar de qualquer jeito que se imagine e espantar demônios se for preciso. Eles nos instigam... E nos desafiam a lutar.

Viu o jeito que ela olhou para mim? Bem no último momento. Parecia que...
- Doutora, o que sabe sobre essa moça? Tinha alguma coisa peculiar? 
- É... A morte da mãe a deixou em depressão, depois ela surtou e matou a irmã por acidente.
- Eu faço isso há algum tempo doutora e, para ser honesto, eu me pergunto se é certo ou não. Eu tenho visto almas torturadas aqui, acredite, mas esta... Tinha algo no olhar dela. Eu nunca vi ninguém assim. O jeito dela olhar para mim, como se pedisse para fazer logo.
 Espero que isso a ajude.

O que foi? O que é isso? Você não está aqui? Você não está mais aqui? Está no paraíso? Não, não, não... Você ainda está aqui. Está aqui comigo, no meio desse lixo e você não vai sair daqui até eu deixar.
Isso não é certo. Isso não é certo! Você tem que voltar para mim. Não! Espera! Espera!... Espera! Eu não fiz coisa nenhuma. Olha para ela! ELA SE FOI! OLHA O ROSTO DELA! Ela não está aqui. O que acha que eu vou fazer?
Você está bem moça?... Moça?

E finalmente, a questão. O mistério de quem protagoniza a história. Quem abre a cortina? Quem escolhe os nossos passos na dança? Quem nos leva à loucura? Quem nos fustiga com chicotes e nos coroa com a vitória quando sobrevivemos ao impossível? Quem... Faz todas estas coisas?
Quem honra aqueles que ama com a vida que leva? Quem manda monstros para nos matar e ao mesmo tempo diz que não vamos morrer? Quem nos ensina a verdade e como rir da mentira? Quem decide porque vivemos e porque morremos para defender? Quem nos acorrenta? E quem guarda a chave que pode nos libertar?... É você. Você tem todas as armas de que precisa. Agora lute.





Eu, Álison

Nessa época de política

Não sei se sinto raiva, pena ou se começo a rir dessas pessoas. 


Provavelmente um pouco de cada.






Eu, Álison

sábado, 29 de setembro de 2012

Sério mesmo?

Dizem que quando uma pessoa vai embora ou sai da sua vida, é porque outra melhor vai chegar.


Ainda estou esperando...




Eu, Álison

No futuro

Quero poder dizer a vocês que consegui o que queria. Que tenho uma vida incrível. Que me tornei a pessoa inteligente e feliz que desejava ser. Que realizei vários sonhos, cresci e mantive-me firme diante das dificuldades e tornei-me uma grande pessoa, exatamente como vocês são. Dizer que escrevi meu livro, que consegui minha biblioteca. Dizer que ainda falo sozinho e ainda rio sozinho, mas que nada substitui suas companhias e que nada me faz rir mais do que vocês. Dizer que o fato de nos vermos pouco não enfraquece o laço que construímos ao longo dos anos, mas pelo contrário, apenas o fortalece, não deixando que a distância nos separe. Dizer que eu não desisti, que não joguei tudo para o alto e me dei por vencido. Eu segui em frente e hoje sou quem sou. Hoje sou um pouco como vocês.
E dizer, depois de passar por tudo isso, que só deixei de ser aquele rapazinho simplório que sentava no fundo da sala por causa de vocês. Hoje sou aquele rapazinho que senta no fundo da sala, mas minha vida deixou de ser simples. Não por minhas virtudes, mas por suas presenças.






Eu, Álison

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Então ela se foi



Todos falam dela como se a conhecessem, mas não percebem que ela foi uma pessoa que não conseguiu sobreviver ao próprio problema.





Eu, Álison

Não chore minha ausência



Porque um dia eu vou voltar. Nem que seja só para te buscar ou te dizer o que devia ter dito antes do Adeus.






Eu, Álison

Pobreza de espírito

Tanta gente querendo fazer uma faculdade, tanta gente querendo ser uma pessoa melhor, tanta gente querendo realizar seu sonho de estudar e o que eu vejo quando vou para a universidade são uns idiotas e uns retardados que vão para lá matar tempo. Que fazem tudo, menos estudar. Que só querem conversar e fazer palhaçadas o tempo todo. Enquanto isso, pessoas que eu conheço se lamentam por não poderem estar estudando. Mal sabem eles que existe um bando de imbecis que estão ocupando seus lugares, torrando dinheiro para se tornarem perdedores que não valem as migalhas do pão que comem.
Queria poder fazer alguma coisa a respeito dessas pessoas que não querem ser nada na vida além de coitados e poder ajudar as pessoas que merecem um futuro digno. Ou então pelo menos fazer as pessoas que estão na faculdade pararem de desperdiçar a oportunidade que estão tendo. Queria que essas pessoas tão importantes que eu conheço tivessem a chance de estudar e continuar em busca dos seus sonhos. Seria pedir muito que as pessoas pensassem um pouco, só um pouco, e tentassem fazer as coisas certas? Ou vou ter que viver vendo as pessoas tropeçando nos próprios erros e sendo guiados pela própria ignorância?





Eu, Álison

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eon simplesmente é

Parmênides escreveu que o Ser Absoluto "nem jamais era nem será, pois é agora todo junto, uno, contínuo". Portanto. Eon não pôde ser criado por algo porque isso implica a existência de outro Ser. Do mesmo modo, Eon não pôde ser criado a partir do nada, pois isso implica a existência do Não-Ser. Eon simplesmente é.






Eu, Álison

É por isso que eu estudo

Esse é o motivo pelo qual estou sempre lendo. Você pode descobrir coisas incríveis que nem imaginava serem possíveis. Esses são três trechos de um livro que estou lendo sobre Física.

"Existem duas outras consequências do segundo postulado de Einstein que contradizem o nosso bom senso. Elas são conhecidas, respectivamente, como dilatação temporal e contração espacial. Basicamente, afirmam que um relógio em movimento bate mais lentamente do que um relógio em repouso, e que um bastão encolhe na direção de seu movimento. No limite em que o relógio e o bastão se movem com a velocidade da luz, o tempo para (o intervalo entre um "tique" e um "taque" se torna infinitamente longo) e o bastão desaparece."

"Essa é a famosa dualidade onda-partícula da luz; a luz pode se comportar como onda ou como partícula, dependendo da natureza do experimento. Se o experimento testar suas propriedades ondulatórias, como padrões de interferências, a luz se manifestará como onda; e se o experimento testar suas propriedades de partícula, como colisões com outras partículas, a luz se comportará como partícula. Portanto, a luz não é partícula ou onda, mas, de certa forma, ambas! Tudo depende de como nós decidimos investigar suas propriedades."

"Onda e partícula são duas formas complementares de existência, que se manifestam apenas após o objeto quântico ter entrado em contato com o observador. Antes desse contato, o objeto quântico não é nem partícula nem onda. De fato, antes do contato, não podemos nem mesmo dizer se o objeto existe ou não."





Eu, Álison

Desculpem o pessimismo

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era tristeza.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não acaba com a melancolia.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era saudade.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não traz ninguém de volta.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era solidão.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não faz seu coração parar de chorar.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era medo.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não te faz mais corajoso.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era desespero.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não faz a tortura parar.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era aflição.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não faz a angústia diminuir.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era dor.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não faz a mágoa acabar.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era agonia.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia.
Não faz os pulsos pararem de sangrar.

Com o tempo você descobre o nome do que você sentia.
E o nome do que eu sentia era minha própria consciência: o tormento do remorso.
E com o tempo você descobre que saber o nome do que você sentia
Não absolve sua culpa, 
Não te dá uma segunda chance
E não te trás de volta à vida. 





Eu, Álison

Se maravilhar

"a mais profunda emoção que podemos experimentar é inspirada pelo senso do mistério. Essa é a emoção fundamental que inspira a verdadeira arte e a verdadeira ciência. Quem despreza esse fato, e não é mais capaz de se questionar ou de se maravilhar, está mais morto do que vivo, sua visão, comprometida. Foi o senso do mistério - mesmo se misturado com o medo - que gerou a religião.
A existência de algo que nós não podemos penetrar, a percepção da mais profunda razão e da beleza mais radiante no mundo à nossa volta, que apenas em suas formas mais primitivas são acessíveis às nossas mentes - é esse conhecimento e emoção que constituem a verdadeira religiosidade; nesse sentido e nesse sentido apenas, sou um homem profundamente religioso."

Albert Einstein




Eu, Álison

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

É o que eu acho


 
É mais bonita a que sorri do que a que ri. É o que eu acho.




Eu, Álison

Me torne um deles

Dizem que os anjos podem ter qualquer forma que imaginarmos.
Eles nos protegem de possíveis perigos
Nos ajudam a termos ideias criativas
E nos fazem pensar melhor.
Eles são sua companhia quando você viaja sozinho
Ou sai à noite para caminhar
Eles nos dão forças para que possamos seguir em frente.

Os anjos podem interagir na sua vida de muitas formas
Eles podem até te escrever uma carta
E te mandar de presente em seu aniversário
Como o meu fez.
E talvez um dia essa carta faça com que eu me torne um deles
Me torne um mensageiro.






Eu, Álison

Queria encontrar um jeito de dizer



Me sinto mal quando tenho coisas para falar a alguém, mas não falo. Mas se você não sabe como falar, você não tem escolha, a não ser continuar se sentindo mal.




Eu, Álison

A si próprio

Este bilhete deve ser fácil de entender.
Minha culpa por isso é indescritível em palavras.
Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais.
[...] Mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal.
Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar.
Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho.
Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.
Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim.

Esses são trechos da carta que Kurt Cobain deixou antes de cometer suicídio em 1994. Não sou sádico
nem me orgulho por postar isso, como você pode pensar. Apenas acho que lendo textos assim você pode perceber o real tamanho dos seus problemas, que não são nada comparados aos das pessoas que se matam. Você aprende que deve dar mais valor a sua vida e agradecer por não ter o mesmo fim.
Então na próxima vez que pensar em reclamar da sua vida, pense que existem pessoas que não estão mais vivas para poder reclamar.

"... às vezes você apenas não pode salvar alguém de si".





Eu, Álison

É um mistério

 É muito difícil para nós reconhecermos os Iluminados. 
Na maioria das vezes, nossa capacidade de vê-los é ofuscada pela luz que eles emitem.


E nossa capacidade de compreendê-los é limitada por nossa natureza humana.
Natureza essa consideravelmente inferior à deles.





Eu, Álison

Não uso branco



Não tenho o costume de usar roupa branca. 
Ela representa paz e não quero demonstrar algo que não tenho.




Eu, Álison

Hora de se manifestar

Uma professora havia proposto um trabalho para uma turma do 3º ano do Ensino Médio. Era fim de ano, último trimestre. Como de costume, foi exposto o assunto do trabalho, o que cada um devia fazer  e marcado um dia para discussão em aula. Na data marcada, todos apresentaram seus respectivos trabalhos, mas a professora notou que uma menina não havia falado. Uma daquelas que senta no fundo da sala e que não conversa com ninguém. Quer dizer, com quase ninguém.
A professora quis saber por que a menina não havia feito o trabalho. Ela deu sua justificativa para a professora, que não ficou nada contente com a menina. Todos na sala estavam calados. Estava claro que a professora estava falando sério, muito sério. Ela então sugeriu a possibilidade de dar um outro trabalho à menina, mas insinuou que ela também não iria fazê-lo, assim como aconteceu com o primeiro. Nesse momento, um rapaz que também sentava no fundo da sala manifestou-se e dirigiu a palavra à professora, apesar de todos os outros colegas estarem quietos, ouvindo o diálogo entre ela e a menina. O rapaz, movido por um senso de justiça, ou talvez por um outro motivo não revelado por ele, disse à professora: "Professora, eu não acho que ela [a menina] não irá fazer o outro trabalho que você quer dar só porque não pôde fazer o primeiro, que eu e o resto da turma apresentamos hoje". Com um tom sério, a professora pergunta ao rapaz: "Tu achas mesmo?" e ele, demonstrando uma segurança incomum em seu tom de voz, disse: "Eu acho", que soou como "tenho certeza absoluta".

Hoje, a menina e o rapaz estão formados e tornaram-se grandes pessoas.
Ou talvez nessa época eles já fossem grandes pessoas, mas ainda não soubessem disso...





Eu, Álison

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Reconhecimento mútuo



A distância não separa os gênios, apenas evidencia sua capacidade de reconhecer seus pares
 e de nutrir por eles sincera admiração.




Eu, Álison

Não há problema

Um dia você vai perceber que tudo que eu escrevi estava certo e que tudo que eu disse era verdade, mesmo que eu não esteja mais aqui para que você me diga isso. 


Mas nisso não há problema, pois está tudo dito.




Eu, Álison

Eles também são

- Já vi várias pessoas falando que você é louco.
- Bom, talvez eu seja mesmo...
- Mas você não acha isso ruim?
- Não, de forma alguma. Só que se eu for realmente louco, então meus amigos também são.
- Como você sabe?
- É óbvio. Se eu fosse louco, mas eles não fossem não seriam meus amigos. Da mesma forma que chamar um amigo meu de louco implica me chamar de louco também. Pois se meu amigo fosse louco, mas eu não fosse, não poderia ser seu amigo.
- Desculpe, mas acho que se você disser isso às pessoas elas não vão te entender...
- Ah, não se preocupe, isso é normal.
- O que é normal?
- Isso que você disse.
- Seus amigos serem loucos?
- Não, ninguém me entender...






Eu, Álison

Mas é tarde

Talvez agora as pessoas percebam que ela estava falando sério...


Mas agora... Não há mais volta.




Eu, Álison

domingo, 23 de setembro de 2012

O reflexo da sorte

- Você lembra um dia de sua vida em que tudo deu certo?
- Sim, foi porque eu estava com uma pessoa.
- Engraçado, o dia da minha vida em que tudo deu certo também foi porque estava com uma pessoa.
- É mesmo! Que interessante. E que pessoa era essa?
- Bem, não sei bem como dizer, mas vou te mostrar quem é. Segure isso na frente do seu rosto.
- Mas o que é isso?
- Um espelho.








Eu, Álison

O que você ganha com isso?


 
Ganho paz na consciência e um lugar confortável nas nuvens para conversar com você por toda a eternidade. Para mim isso basta.





Eu, Álison

Um pouco de Filosofia

Você já sentiu a solidão da incompreensão? Parece que você é a única pessoa do mundo a ver as coisas de uma determinada maneira; parece que só você pensa assim, só você é assim. É possível observar que, embora pareça que só você pense diferente, muitos de nós pensamos, sentimos, compreendemos, agimos e somos de maneiras radicalmente distintas do que é considerado “normal”, “comum”.
Se conseguíssemos ouvir mais os outros, observar sem julgar e sem querer convencer o outro de que estamos certos, e se conseguíssemos interlocutores com a mesma postura de escuta atenta, de disposição para pensar junto conosco, talvez percebêssemos que esse “ver, pensar e sentir diferente de todo mundo” é muito mais comum do que imaginamos. Consequentemente, a solidão de ser o único ser no universo a não partilhar um mundo ou um sistema pré-estabelecido seria minimizada.
Você já observou como as pessoas enxergam o mundo de modo tão singular? Já teve curiosidade em saber como as pessoas constroem suas visões de mundo? Por que pensam como pensam? São como são? Já observou isso em você mesmo?
A solidão de constatar nossa “inadequação” ao padrão instituído, ao “ser como todo mundo é”, pode, de um lado, nos entristecer, nos deprimir. Pode excluir, calar, isolar; pode provocar sofrimento e estagnação na tentativa de uma pseudo-adequação a um sistema ou opinião vigentes. De outro lado, pode ser exatamente essa solidão a nos levar a dizer algo em nosso próprio nome, a suscitar o surgimento de uma novidade radical, a propiciar um olhar para nosso modo de ser, nossas forças, fragilidades e medos, e, consequentemente, nos permitir a construção de formas de vida adequadas a nossas necessidades.
A solidão em questão é a solidão de quem pensa, sente, fala e vive por si mesmo, ainda que suas ideias contrariem a ordem estabelecida, a opinião vigente, o padrão instituído.
É comum encontrar pessoas que reivindiquem e ao mesmo tempo temam a liberdade, que busquem e não suportem conviver com a solidão. O estar só não é uma constatação fácil, mas também não é uma opção. Ainda que estejamos cercados por outras pessoas ou por uma verdadeira multidão; ainda que muitos pensem como nós sobre diversos aspectos; ainda que muitos jurem presença, companhia e partilha eternas; ainda assim estamos sós. Partilhamos alguns momentos, temos companhia às vezes, mas somos os únicos responsáveis por aquilo que fizemos de nós mesmos, pelas formas de vida que escolhemos construir e viver.
Você já se sentiu só diante de sua própria voz? Já se percebeu rejeitado, excluído, porque falava por si mesmo? O pensar diferente provoca, em muitas pessoas, a sensação de inadequação, o medo de enlouquecer, a vergonha por não ser como todo mundo é: a solidão.
Há certa confusão entre solidão e rejeição. Estar só é falar por si mesmo, é não ter diante de si, nem atrás de si, algo que lhe ampare, que lhe sustente; é não representar ou ser representado por algo. Rejeição é repulsa, desaprovação. Estar só não implica em rejeição e esta não leva necessariamente à solidão.
O que muitas vezes ocorre é o medo de ser rejeitado por dizer algo por si mesmo e desagradar o outro. Quando se diz algo por si, quando se compreende que a solidão implica em falar em próprio nome, em não se esconder atrás de uma instituição ou de uma coletividade, novos rumos se abrem. Expõe-se aquilo que se é, mostra-se em suas forças e fragilidades. E se o outro não gostar do que vê? E se não pensar como eu? E se eu não encontrar respaldo na opinião vigente? O medo que paira sobre a aceitação ou a rejeição de nossas ideias, muitas vezes nos cala.
Contudo, calar é também uma postura, uma postura que pode nos manter sós. Não um calar para nada dizer, um aquietar-se para ouvir o outro, mas um calar por medo de pensar diferente, por medo de um julgamento.
Seria a solidão um sentimento diante da ausência de outro, da ausência de vínculos? Seria ela uma ausência de si mesmo? Ou seria ela o assumir-se só diante da vida, o ato de falar por si mesmo, ainda que junto-com-o-outro, em postura atenta e radical? Se você é ou se sente só, como significa sua solidão? O que ela provoca em você?





Eu, Álison

sábado, 22 de setembro de 2012

Olhos para ver

Do seu mundo Ele via


Via coisas sobre as pessoas que elas próprias não conseguiam ver.

Do seu mundo Ela via

 
Via coisas sobre Ele que as pessoas não conseguiam ver.

E do seu mundo os dois viam


Viam coisas que ninguém conseguia ver.




Eu, Álison

Você é a vítima

Meu dia já se foi
E a noite vem trazer
Memórias do passado
Lembranças de você
Não pense que eu te esqueci
Eu estou aqui

Acho que eu vou saltar
Eu não quero ficar aqui
Parado sentindo medo







Eu, Álison

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Falava sorrindo e escrevia chorando

Na minha mente há tudo o que há para haver, mas não vejo nada... Vivo em perpétua confusão. As virtudes que prezo são condenadas e as que abomino são ovacionadas por indivíduos que idealizam algo que não existe.
Não sei o que acontece no meu coração: Se pulsa, significa que estou vivo, mas que teria afogado em sangue quem vive dentro dele. Se estivesse vazio, quem amo estaria a salvo, mas eu estaria morto.
Sob meus pés, o vazio. Além das unhas pretas, um coração, cicatrizes e uma coroa. Também há cordas. Pretas.
Não há sombras nos olhos, mas por trás deles há o que habita nas sombras, o que é muito pior.
Acho que isso não tem cura. Bem... Há uma saída, mas é impensável.
Resta-me viver. Ou sobreviver. Desistir ou me esconder. Me render. Não sei bem.
É incerto, é inseguro, é inconstante. Estou aqui... Lembra?





Eu, Álison

Agora é sua vez de se encontrar

Procuro um mundo em que possa me encaixar
Ou palavras com que possa me expressar
Memórias em que possa descansar
Ou pessoas com quem possa me alegrar
Amizades em que possa confiar
Ou mistérios que me ajudem a disfarçar
Motivos que me façam acordar
Ou sonhos que eu possa realizar
Desejos que consigam me salvar
Ou simplesmente eu deva me matar
Para que no outro mundo
Eu possa me encontrar
Por acaso, te olhar
Por sorte, te abraçar
Como fazíamos antes
No que chamávamos de lar


Estou indo




Eu, Álison

Olhos e companhia

Você acha que determinadas pessoas não podem ficar mais bonitas. Pois então ou minha colega nunca ouviu essa frase ou é uma exceção à regra. Uma bela exceção... 
Não entendo como pode uma coisa dessas.








Eu, Álison

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Esse é Newton

Será possível enxergarmos a importância do legado científico de Newton? Certamente não; pois é consenso geral que, das obras que são parte da história intelectual da humanidade, pouquíssimas deixaram uma marca tão profunda quanto a de Newton.

O gênio de Newton não conhecia fronteiras. Seu apetite pelo saber transcendia o estudo do que hoje chamamos de ciência. Talvez ele tenha devotado mais tempo aos seus estudos em Alquimia e Teologia, investigando detalhadamente questões que incluíam desde a transmutação dos elementos até a cronologia de episódios bíblicos e a natureza da Santíssima Trindade.
A história desse “rapaz pensador, sombrio e silencioso” começa no dia de Natal de 1642, no solar de Woolsthorpe, em Lincolnshire.
O fraco Isaac nasceu sem pai e estava prestes a perder também sua mãe. A partida da mãe deixou um vazio emocional que iria perseguir Newton pelo resto de sua vida. Sua frustração emocional ficaria para sempre trancafiada em seu interior, sua energia sobre-humana dedicada a uma furiosa e obsessiva devoção ao seu trabalho criativo.
Apesar de eu não ter a pretensão de compreender os segredos da mente de Newton, é certo que sua frustração e sua raiva irão influenciá-lo profundamente por toda a vida. Ele tornou-se um homem amargo e torturado, desconfiado de tudo e todos, sempre à beira de uma crise nervosa.
Quando Newton trabalhava num problema, o mundo à sua volta deixava de existir. Sua concentração era tamanha que até se esquecia de comer, beber ou dormir, apenas cedendo aos gritos de desespero de seu corpo com muita relutância. Ele apenas trabalhava. Enquanto a maioria dos cientistas consegue focar sua atenção num problema por apenas alguns instantes, Newton o fazia por horas ou até dias sem interrupção. Dotado de um incrível poder de concentração, uma intuição genial, uma devoção obsessiva e uma enorme habilidade matemática, ele tinha todos os ingredientes necessários para garantir seu sucesso como cientista; porém ele tinha ainda muito mais do que apenas os ingredientes necessários.
Ele era um individuo multidimensional, que tentou entender o mundo ao seu redor através de vários caminhos.
[...] Durante esses dois anos, o gênio de Newton explodiu com uma intensidade quase sobre-humana. Mas a originalidade e a enorme quantidade de ideias que brotaram de sua mente em tão curto período de tempo é realmente incrível. 

Trechos de "A Dança do Universo", de Marcelo Gleiser.




Eu, Álison

Me parece irracional

Acho que é preciso pensar.


Principalmente antes de você decidir que vai matar alguém!





Eu, Álison

Você só tem uma chance

Você precisa fazer uma escolha,
Mas não esqueça que
Optar em salvar uma vida
Implica em deixar que outra se vá.
E o que você vai fazer
Se o arrependimento bater na sua porta?
Se ele disser em alto e bom tom:
Vim para ficar.
Sua casa será feita de medo
Sua vida, de confusão
Seu chão será o vazio
Seus melhores amigos serão a tortura e a dor de ter que viver uma vida em que você morre todos os dias, mas acorda na manhã seguinte se sentindo um pouco pior e implorando para que a próxima noite não acabe ou para que tudo acabe logo.






Eu, Álison

Ingênuo o suficiente

Quando você é criança, quer se tornar adulto o mais rápido possível.


Mas acontece que quando você é criança, você é ingênuo o suficiente
 para achar que se tornar adulto é uma coisa boa.




Eu, Álison

Empatia

Bom, o conceito de empatia é complicado, seria algo como conseguir se colocar no lugar do outro, sentindo o que ele sente e assim entendendo pelo que ele está passando. Isso não é uma tarefa das mais fáceis, já que você precisa ser sensível a algo externo a você.
Cada pessoa tem sua parcela de empatia, uns mais, outros menos, mas quanto maior for a parcela, melhor. O que diferencia os humanos dos animais é a capacidade de ter consciência de si. Se entender como indivíduo no mundo. E uma das coisas mais nobres que o ser humano pode sentir graças a essa consciência é o que chamamos de empatia. E isso faz toda a diferença. Você olha para uma pessoa e consegue internalizar a emoção que ela está sentindo. 
Nos momentos ruins, isso pode ser algo desagradável. Na verdade, desagradável demais. Sei por experiência própria. Você vê o sofrimento nas pessoas e não consegue impedir que ele entre dentro de você e te faça sofrer também. É automático. Te faz sentir na pele uma dor que não é sua. Isso pode parecer ruim... E realmente é, mas você pode tirar algo bom disso tudo. Você pode tomar consciência do sofrimento alheio e tentar fazer algo para reduzi-lo da forma que estiver ao seu alcance. 
Mas há algo muito bom na empatia: quando você vê alguém feliz. Você olha o sorriso no rosto da pessoa e isso te faz igualmente feliz, mesmo que não tenha nada a ver com você. Mesmo que seja um estranho ou um desconhecido. O sentimento é real com todas as pessoas. Se for com uma pessoa próxima, como um amigo, a sensação é melhor ainda. Você atinge um nível mais alto na escada da vida: consegue obter felicidade através da felicidade dos outros. Mesmo que você não ganhe nada com isso, sua mente registra esse momento como algo que te faz bem. Algo que alivia sua consciência e a deixa mais leve. A sensação é como... Paz ou plenitude. É fantástico. Você não diz uma palavra sequer, não move um músculo. Apenas observa a bondade se manifestando em você por meio do sorriso de seu par. 


Felicidade. Você só precisa de felicidade.





Eu, Álison

Como ele era?



Invejado por homens e admirado por deuses




Eu, Álison

Prefiro ser idiota



O conhecimento não pode substituir a Amizade. Eu prefiro ser idiota a ter que te perder.





Eu, Álison

Se você não se encanta com as pessoas

Não há motivo pelo qual estar vivo.



"Eles não conseguem perceber como é real
Que a gente se encante com alguém assim".




Eu, Álison