domingo, 9 de setembro de 2012

Que nunca se repita

Eu estava na escola, não lembro em que ano, em mais um dia de aula, igual a todos os outros, até que uma colega minha recebeu um telefonema (nessa época ainda não havia essas regras sem sentido sobre o uso de telefone na sala). Ninguém, inclusive ela, sabia sobre do que se tratava a ligação, mas quando a professora percebeu algo errado e perguntou o motivou pela qual ela estava chorando, ela disse, em voz alta, que um parente dela havia morrido.
Todos na sala ouviram, disso tenho certeza, porque quando ela disse isso, houve um tipo silêncio que eu nunca tinha visto e até hoje foi a única vez que vivi algo assim. Não falo de silêncio como ausência de som. Era mais como se o silêncio tivesse caído sobre nossas cabeças. Todos pararam o que estavam fazendo e por alguns instantes pareceu, pelo que estávamos sentindo, que a própria morte havia vindo nos dar a notícia pessoalmente. E não estou tentando ser poético falando na morte, estou falando sério. Foi um sentimento de pesar coletivo. Todos sabiam o que aquilo queria dizer.
O que eu percebi quando ela disse que o parente havia morrido é que todos sentiram a mesma coisa, todos presenciaram o mesmo silêncio aterrador e todos viveram o mesmo momento.
Minha colega deve ter se sentido muito mal, mas acho que todos tiveram uma ideia do que tinha acontecido durante aqueles instantes de silêncio.





Eu, Álison

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