terça-feira, 27 de novembro de 2012

Alexander von Humboldt

O navio abria caminho pela melancólica noite tropical. No tombadilho, o jovem cientista se achava mergulhado. A lua rompia tristonha por entre as nuvens, esparzindo gotas de luz ambarina sobre as ondas.
Nessa amplidão de existência animal, a raça humana se vê reduzida a uma insignificância melancólica.
O Cosmos foi escrito no crepúsculo da vida de um cientista privado de seus amigos. Um por um, como folhas de outono, eles tinham-se despencado da árvore da existência. Mas a grandeza é sinônimo de modéstia. Considerava seu irmão como um verdadeiro mestre, e a si mesmo como um simples aluno.
Ainda se sente capaz de um trabalho tão duro?
- Eu durmo pouco – respondeu Humboldt – A vida, para mim, é o trabalho. Anteontem trabalhei dezesseis horas.
E quando chegou o mês de Abril, os berlinenses começaram a dar pela falta do vulto familiar do Barão a passear sob as Lindens. “Onde está Sua Excelência?”, perguntavam-se uns aos outros. Mas ninguém sabia responder. Von Humboldt tornara a embarcar para um Novo Mundo.





Eu, Álison

Nenhum comentário:

Postar um comentário