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domingo, 1 de junho de 2014

À primeira vista

Você não daria nada por esse prédio... 
Até entrar e ver os 350 mil livros que há dentro dele.




   
















Eu, Álison

domingo, 23 de março de 2014

Desajustado



 Sua debilidade muscular, sua sensibilidade excessiva, que o tornam desajustado à ação, predestinam-no, em contrapartida, às funções intelectuais que, por sua vez, exigem órgãos adequados.






Eu, Álison

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Marie Curie

Em 1903, Madame Curie era a mulher mais famosa do mundo. Madame Curie votava o mais profundo desprezo às honrarias e arrebatamentos da glória.
Referindo-se à mais modesta das mulheres célebres, o mais modesto dos homens célebres, – Albert Einstein – comentou uma vez: “Marie Curie é, entre todas as pessoas de nomeada, a única que a fama não corrompeu”.
“Meu Deus, restaurai a saúde de nossa mãe”. Mas aprouve a Deus arrebatar Madame Sklodovska a seus filhos. Era uma família triste e empobrecida a que se reunia em torna da mesa após o falecimento da Madame Sklodovska.
“A existência”, escreveu a jovem, “tornou-se-me intolerável... Eu não quereria que minha pior inimiga vivesse em semelhante inferno”. Manya acariciou por algum tempo a ideia do suicídio. “Sepultei em total esquecimento os meus planos”, escreveu a uma prima. Tenciono dizer adeus a este mundo desprezível. Pequena será a perda e não me lamentarão por muito tempo...
Mas conseguiu vencer o desalento. Os Sklodovska não pertenciam ao tipo suicida.
Nas aulas, sempre tomava lugar na primeira fila; mas assim que terminavam as aulas, escoava-se para fora como uma sombra. A triste experiência que tivera das convenções vigentes incutira nela uma certa aversão a toda espécie de ligações sociais. “Lindos cabelos, lindos olhos, lindo talhe de moça”, comentavam os rapazes da universidade. “O único inconveniente é que ela não fala com ninguém”.
Vivia no mundo dos livros. E das aulas. Os professores, encantados com a sua imaginação, entusiasmo e habilidade, instigavam-na a empreender novas pesquisas.
Depois do primeiro e infeliz mergulho no vórtice da paixão romântica, ela jurara dedicar o resto da vida à paixão exclusiva pela ciência. Não queria saber de homens. E por esse tempo vivia em Paris um jovem, Pierre Curie, que não queria saber de mulheres, Também ele consagrara a vida exclusivamente às atividades científicas. “Começamos a conversar sobre assuntos científicos... E, antes que disséssemos por tal, estávamos amigos”.
Foi com essa renda exígua que ele timidamente propôs casamento a Mademoiselle Sklodovska; e Mademoiselle Sklodovska – com igual timidez, é preciso confessar – aceitou. Sem embargo, a união de ambos resultou, não apenas em uma colaboração de gênios, mas em uma parceria de amor.
Pierre Curie sempre via coroados de êxito os seus esforços por fugir à notoriedade. O mesmo se dava com Marie. Seu melhor disfarce para evitar que a reconhecessem era não usar nenhum disfarce. À primeira vista, ninguém desconfiaria que a jovem camponesa de modesto vestido preto fosse à festejada cientista que recebera o Prêmio Nobel.
E então, numa chuvosa manhã de Abril de 1906, Pierre saiu de casa para visitar o seu editor. Algumas horas depois trouxeram a Marie o corpo exânime do marido. Escorregara no pavimento molhado e um enorme carro passara por cima. Acabara-se a felicidade de Marie.
E todas as noites, antes de deitar-se, escrevia ao querido morto um relato íntimo dos seus pensamentos. Era como se estivesse escrevendo uma carta a uma pessoa ainda viva. “Meu Pierre, penso em ti constantemente. Tenho a cabeça a rebentar e a razão turbada. Não posso conceber que, de ora avante, terei de viver sem ti”. “Já não amo o sol e as flores. Fazem-me sofrer. Sinto-me melhor nos dias escuros, como o da tua morte”.
Apesar da fadiga, das dores e dos desgostos, sempre estava pronta a dispensar um sorriso animador e uma palavra doce.
Viagens, honrarias, entrevistas, medalhas, conferências, banquetes – e trabalhos e tristeza. “Os sonhadores”, dizia, “não merecem a riqueza porque não a desejam”. Aproximava-se do fim o seu sonho. Madame Marie morrera mártir do seu trabalho.





Eu, Álison

sábado, 8 de dezembro de 2012

Thomas Huxley

A obstinação era-lhe necessária. Thomas Huxley foi um homem que se fez por si mesmo. Diariamente acendia a vela de madrugada, envolvia os membros num cobertor e ficava sentado na cama, devorando livros sobre todos os assuntos imagináveis.
Encontrou “uma donzela de grande beleza, doces olhos azuis e louros cabelos”. Tom era um jovem sensitivo, mas o amor o avassalara completamente.
Tocava com a varinha de condão da sua inteligência os esqueletos da antiguidade – e os esqueletos se cobriam de carne e animavam-se. Huxley não era apenas um popularizador de conhecimentos científicos, mas também um paladino de causas cientificas. Nesse momento se travava uma luta particularmente acirrada em torno da nova teoria darwiniana da evolução.
Numa reunião da Associação Britânica (1860) o bispo de Oxford voltara-se para Thomas Huxley com um sorriso sarcástico. “Faça o favor de dizer-me, é por parte de seu avô ou de sua avó que o senhor pretende descender de um macaco?”. A assistência ficou estarrecida. Cintilavam os olhos de Huxley quando este se pôs de pé. Não se envergonhava por ter um símio por avô – declarou. “Se houvesse um antepassado de que eu poderia ter vergonha seria... Um homem como o bispo de Oxford”.
O Amor me revelou a santidade da natureza humana.
Sua religião era um ceticismo sincero – uma dúvida construtiva, não destrutiva. Sua atitude diante da vida era a de um poeta-cientista. A verdade é sabedoria mais beleza. “Quanto a mim, sou apenas um agnóstico. Não sei”.
Para preservar uma democracia – declarava – é preciso ter, não uma minoria de sangue nobre, mas uma maioria de cérebro ativo.
Toda a sua vida ele foi um flagelo para as mentes acanhadas. No entanto, a sua ironia era mais brilhante que ferina. Pois no fundo Huxley era uma boa alma.
A sair da meia idade, começou a padecer agudos acessos de depressão e hipocondria.
Por que tão constantes ataques à ciência como contrária à religião? A ciência não combatia a religião.
Observa a ordem que penetra a aparente desordem do mundo. Vê desenrolar-se em toda a sua beleza e terror o grande drama da evolução. E procurava transformar o terror em beleza.
“Estive a sós com os meus mortos diante do abismo do eterno...”.
Ali vai o professor Huxley, envelhecido, mas ainda fascinante. À medida que ia envelhecendo retirava-se cada vez mais da sociedade para a solidão do seu jardim.




Eu, Álison

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ser forte

O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho.
Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se.
A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.





Eu, Álison

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Preguiçosos

Ouvi umas pessoas na faculdade reclamando que tiveram que ler 8 livros em um semestre para fazer um trabalho. Desculpem a minha arrogância, mas eu, no mesmo período de tempo, li bem mais do que 8 livros, mesmo sem ter que fazer nenhum trabalho sobre eles. Eu li porque eu quis. Então essas pessoas não tem o direito de reclamar, porque seu eu tive a capacidade de ler, elas também tem que ter.


O problema das pessoas que não tem o costume de ler é esse: quando são obrigados a fazer uma leitura, parece que o mundo vai acabar.






Eu, Álison

sábado, 9 de junho de 2012

O que se passa na cabeça dele?

- Só Deus sabe.


 Ele está sempre confundindo as coisas.


É uma disfunção complexa.


Ele vive em seu próprio mundo.







Eu, Álison

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Um porre

Se você não for abençoado de um jeito, será de outro, mesmo que quase ninguém consiga ver sua benção.






Eu, Álison