Mostrando postagens com marcador consolo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador consolo. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

sábado, 17 de agosto de 2013

Por que diabos você me atormenta assim?

- Para, meu coração, para diante dessa notícia. Se Romeu está morto, que caia sobre mim o peso de toda a terra.


- Oh, santo padre! Me diga onde Romeu está. Que fim ele levou?
- Está ali, jogado no chão, afogado nas próprias lágrimas.
- Meu bom frei, por favor, me dê algo conselho, porque, do jeito que as coisas estão, só vai me restar cravar um punhal o peito e acabar com todo este horror. Eu já não tenho esperança, nem remédio, nem consolo nenhum. 
- Escute, minha cara Julieta. Por forças maiores, tudo deu errado, para nossa tristeza. Agora você está imersa no meio da morte e precisa sair daí. Venha comigo. Seu marido está morto, e Páris também.







Eu, Álison

sábado, 27 de julho de 2013

Sem luz nem tenda



E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará…

Cecília Meireles





Eu, Álison

quarta-feira, 29 de maio de 2013

As lágrimas da dor

Chegando pela primeira vez em Lo-Manthang, encontrei uma mulher que, diferente de mim, não cobria-se com grossas camadas de roupa, mas vestia um traje simples, apesar do frio incessante. Notei que estava chorando. Lágrimas sem fim desciam por seu rosto, revelando um sentimento que feria gravemente seu interior. Ela, parecendo ignorar que a umidade em seu rosto aumentaria ainda mais o frio, mirava o nada, ao que parecia estar olhando o vento assobiar, despreocupada se o tempo passava ao se já havia se esquecido de seguir sua missão.
Não pude evitar de me aproximar e perguntar à triste moça porque estava na rua, em um dia tão frio, chorando copiosamente. A mulher respondeu, sem cessar seu pranto, entre soluços, que seu filho, o único que tinha, havia sido encontrado sem vida em uma montanha próxima à vila. Ele tinha se perdido e não resistiu ao impetuoso inverno, que castigava, ano após ano, sem piedade alguma, os habitantes da região. Neste momento entendi sua dor e tentei não me imaginar em seu lugar, já que não queria sequer imaginar tamanho sofrimento.
Perguntei a ela se não iria se recolher do frio e tentei, inutilmente, consolá-la, apesar de saber que para esse tipo de dor não há consolo. Ela me disse que não voltaria para casa e que esperaria, pacientemente, enquanto lavava seus olhos, a mesma força sobrenatural que havia levado seu filho, vir até ela e levá-la, seja lá para onde, pois a vida já não lhe valia a pena.
Dias depois, ouvi em grupo de pessoas comentando que a moça havia morrido, mas a causa não havia sido o frio. Foi algo inimaginavelmente pior. A pobre moça, mergulhada em profunda melancolia, morrera de tristeza.






Eu, Álison

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Você precisa se lembrar

Que um ateu não desfruta da condição de poder olhar para o céu e pedir para que Deus o console. Ele não tem a alternativa de esperar que Deus o proteja de todo o mal. Mesmo que Deus exista, psicologicamente ele está sozinho, já que a opção de pedir ajuda a Ele não é viável, nem ao menos cogitável. Ele não tem esse conforto, e talvez a vida se aproveite disso para mostrar o quão áspera pode ser.






Eu, Álison

terça-feira, 13 de novembro de 2012

São doidos


Hoje perdi-me no pensamento e na dor daqueles que chegam até mim no desespero e na agonia de serem e de se sentirem diferentes. Não é o ser diferente que lhes dói. O que lhes dói é a sensação de não serem respeitados na sua diferença, serem olhados como diferentes, incompreendidos, sentirem que não existe espaço nesta sociedade para existirem tal como são... São os loucos!
Em agonia, tristes, muitos isolam-se no seu canto... Desistem! Outros, porém, agem a sua dor, continuam a lutar, a tentar existir nesta sociedade, a denunciar ativamente e a proclamar os seus direitos!
Nem sempre é fácil existir!
Foi perdida neles que me lembrei deste pequeno texto de um grande escritor, e que descreve muito bem o que é isto da loucura!
Talvez vos sirva de consolo... Talvez seja apenas uma questão de números!

“Loucura?! Mas afinal, o que vem a ser a loucura? Um enigma... Por isso mesmo é que às pessoas enigmáticas, incompreensíveis, se dá o nome de “loucos”. Que a loucura, no fundo, é como tantas outras, uma questão de maioria. A vida é uma convenção: isto é vermelho, aquilo é branco, unicamente porque se determinou chamar à cor disto vermelho e à cor daquilo branco. É a gente de juízo... Pelo contrário, um reduzido número de indivíduos vê objetos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de modo diverso. Como estão em minoria... São doidos. Se um dia, porém, a sorte favorecesse os loucos, se o seu número fosse o superior e o gênero da sua loucura idêntico, eles é que passariam a ser ajuizados: Na terra dos cegos, quem tem um olho é rei, diz o adágio: na terra dos doidos, quem tem juízo é doido, concluo eu. O meu amigo não pensava como toda a gente... Eu não o compreendia: chamava-lhe doido... Eis tudo".

Mário de Sá Carneiro, In "Loucura"



Eu, Álison

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A importância não pode ser vista

Ele carrega na mente
Tudo que você disse
Nos momentos bons
Mas também nos difíceis
Não para demonstrar
Não para exibir
Ele carrega na mente
Tudo que você disse
Exatamente por isso
Foi você quem disse
E é isso que o move
Suas palavras o consolam
E suas memórias o protegem 


 Mas ela habita todos nós




 Eu, Álison