quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ironia constante

Com o avanço da idade, Leonardo se entrega cada vez mais a suas curiosidades sucessivas, o que agrava a incapacidade de terminar as obras em andamento, em proveito do gosto por mil e uma coisas mais fúteis - ciências, anatomia, voo das aves, origem dos fósseis - pelas quais se apaixona. Certamente é algo próximo de uma neurose, como se dirá no século XX.

Por sorte, ele nunca se afastou daquilo que poucos biógrafos testemunham, mas que prolifera nos Cadernos: uma ironia constante e uma gigantesca curiosidade, um espírito brincalhão e como que indiferente a tudo. Leonardo é um questionador ambicioso. "Pergunto, pergunto", ele repete a todo momento, ou então "quero saber, quero compreender". A cada página, uma curiosidade em todas as direções, que nada sacia e que o lança a toda forma de conhecimento. Com exceção talvez dos três anos em que se concentrou entre a Gioconda e a Batalha, Leonardo nunca cessou de perseguir várias lebres ao mesmo tempo.

Nota: Gioconda refere-se à "Mona Lisa" e Batalha à "A Batalha de Anghiari."

Trecho do livro: Leonardo Da Vinci - Biografia. Quanto mais se entende a obra, menos se entende o homem.





Eu, Álison

Nenhum comentário:

Postar um comentário