domingo, 30 de junho de 2013

Cruzem os braços

Fechem os olhos e baixem a cabeça.

Houve um tempo em que eu não precisava me preocupar se os políticos estavam roubando. Não precisava me preocupar em estudar freneticamente para passar em uma prova. Não precisava me preocupar se os outros estavam cuidando da minha aparência. Não precisava me preocupar se tinha dinheiro. Não precisava me preocupar se estava apto para o mercado de trabalho. Não tinha compromissos, não tinha dívidas, não tinha dúvidas, não tinha horários a cumprir, regrar a obedecer. Vivia minha vida plenamente sendo quem eu era e sem precisar ficar provando a cada minuto se eu era capaz, se eu era honesto, se eu era educado. Era tudo tão fácil. Tão simples. Sabe por quê? Porque eu era criança.


Quinta-feira passada, depois de passados 14 anos, eu entrei de novo na sala em que estudei no tempo da pré escola. As coisas pareciam tão diferentes daquela época, mas ao mesmo tempo parecia que eu tinha saído de lá ontem e que estava tudo como eu deixei. Não há como explicar.
Acho que não vou recuperar a tranquilidade daquela época. Claro, as pessoas precisam crescer e se tornarem indivíduos completos, mas tenho que admitir... Nada se iguala a paz em que eu vivia naquele tempo. Não uma simples paz. Era uma paz existencial. Inigualável. Inefável. Uma santa paz, algo que não vou experimentar de novo, mas que fico feliz por um dia ter sentido.






Eu, Álison

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