quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A si próprio

Este bilhete deve ser fácil de entender.
Minha culpa por isso é indescritível em palavras.
Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais.
[...] Mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal.
Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar.
Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho.
Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.
Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim.

Esses são trechos da carta que Kurt Cobain deixou antes de cometer suicídio em 1994. Não sou sádico
nem me orgulho por postar isso, como você pode pensar. Apenas acho que lendo textos assim você pode perceber o real tamanho dos seus problemas, que não são nada comparados aos das pessoas que se matam. Você aprende que deve dar mais valor a sua vida e agradecer por não ter o mesmo fim.
Então na próxima vez que pensar em reclamar da sua vida, pense que existem pessoas que não estão mais vivas para poder reclamar.

"... às vezes você apenas não pode salvar alguém de si".





Eu, Álison

Nenhum comentário:

Postar um comentário