O gênio de Newton não conhecia fronteiras. Seu apetite pelo
saber transcendia o estudo do que hoje chamamos de ciência. Talvez ele tenha
devotado mais tempo aos seus estudos em Alquimia e Teologia, investigando detalhadamente
questões que incluíam desde a transmutação dos elementos até a cronologia de episódios
bíblicos e a natureza da Santíssima Trindade.
A história desse “rapaz pensador, sombrio e silencioso”
começa no dia de Natal de 1642, no solar de Woolsthorpe, em Lincolnshire.
O fraco Isaac nasceu sem pai e estava prestes a perder também
sua mãe. A partida da mãe deixou um vazio emocional que iria perseguir Newton pelo
resto de sua vida. Sua frustração emocional ficaria para sempre trancafiada em
seu interior, sua energia sobre-humana dedicada a uma furiosa e obsessiva
devoção ao seu trabalho criativo.
Apesar de eu não ter a pretensão de compreender os segredos
da mente de Newton, é certo que sua frustração e sua raiva irão influenciá-lo
profundamente por toda a vida. Ele tornou-se um homem amargo e torturado,
desconfiado de tudo e todos, sempre à beira de uma crise nervosa.
Quando Newton trabalhava num problema, o mundo à sua volta
deixava de existir. Sua concentração era tamanha que até se esquecia de comer,
beber ou dormir, apenas cedendo aos gritos de desespero de seu corpo com muita relutância.
Ele apenas trabalhava. Enquanto a maioria dos cientistas consegue focar sua
atenção num problema por apenas alguns instantes, Newton o fazia por horas ou
até dias sem interrupção. Dotado de um incrível poder de concentração, uma
intuição genial, uma devoção obsessiva e uma enorme habilidade matemática, ele
tinha todos os ingredientes necessários para garantir seu sucesso como cientista;
porém ele tinha ainda muito mais do que apenas os ingredientes necessários.
Ele era um individuo multidimensional, que tentou entender o
mundo ao seu redor através de vários caminhos.
[...] Durante esses dois anos, o gênio de Newton explodiu com uma
intensidade quase sobre-humana. Mas a originalidade e a enorme quantidade de
ideias que brotaram de sua mente em tão curto período de tempo é realmente incrível.
Trechos de "A Dança do Universo", de Marcelo Gleiser.
Eu, Álison
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