domingo, 18 de maio de 2014

É só

O que caracteriza essa forma é um estado de langor melancólico que diminui a tensão da atividade. Os negócios, as funções públicas, o trabalho útil, até mesmo os deveres domésticos inspiram à pessoa nada mais que indiferença e distanciamento. Repugna-lhe sair de si mesmo. Em contrapartida, o pensamento e a vida interior compensam a falta da atividade. Esquivando-se do que a circunda, a consciência volta-se para si mesma, toma-se como seu objetivo próprio e único, e assume como tarefa principal observar e analisar a si mesma. Mas, por essa extrema concentração, aprofunda ainda mais o abismo que a separado do resto do universo. Uma vez que a pessoa se apega de tal modo a si mesma, só pode se afastar cada vez mais daquilo que não é ela, e confirmar o isolamento em que vive, reforçando-o.






Eu, Álison

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