sexta-feira, 8 de março de 2013

Quem não sabe tocar o intangível

Não é poeta. Ando com os nervos à flor da pele, mas por que insistis que sou louco?

Fiel a si mesmo, Poe existiu em desacordo social. No senso da arte, avançou a ponto de provocar a contestação que hoje ainda, cá e ali, comicamente se repete. Mas ele não tinha mesmo uma impressão otimista sobre os homens. Por ver a verdade nos sonhos, imaginava de antemão não poder transformar a vida cotidiana para melhor. Segundo Poe, o ser humano, ao contrário do estabelecido por Jean-Jacques Rousseau, nasce marcado pelo mal.


"Será sempre difícil exercer, de forma ao mesmo tempo nobre e frutífera, a condição do homem de letras sem se expor à difamação, à calúnia dos impotentes, à inveja dos ricos - inveja que é o castigo deles! -, às vinganças de mediocridade burguesa" escreveu Baudelaire.
Para Poe, e também para Baudelaire, um conceito como beleza ainda fazia um sentido literário. Não a beleza ligada à versificação, à idealização da natureza, ao encanto dos sentimentos, mas uma beleza visceral, algo ultrajante, fabricada pelo sangue.

"Muitas pessoas já me caracterizaram como louco. Resta saber se a loucura não representa, talvez, a forma mais elevada de inteligência". - Edgar Allan Poe.






Eu, Álison

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