sábado, 30 de março de 2013

Albert Einstein

Um dia, seu pai lhe deu uma bússola. Era um brinquedo para entreter o menino. Albert fremia de entusiasmo ao contemplar a agulha “mágica” que se voltava para o norte. Via diante de si, não um brinquedo, mas um milagre. O mesmo acontecia ao rapazinho quando tocava violino. Seus olhos cintilavam e a mão tremia com uma paixão demasiada intensa para um menino sadio. Era a música que o agitava assim. Era um menino singular.
Diziam-lhe que o garoto tinha pouca agilidade mental, insociável, “sempre mergulhado nos seus sonhos absurdos”.
Sentia-se intensamente vivo num mundo cheio de coisas maravilhosas. E penetrava sozinho nesse mundo. Não precisava de companhia. Era inacreditavelmente feliz.
Estava só, tirante a companhia dos seus livros. Entabulou amizade, através dos séculos, com Euclides, Newton, Spinoza, Descartes. E adorava os poetas e músicos – Goethe, Beethoven, Mozart, Bach. Quando Albert cursava a escola secundária, sentiu, mais do que nunca, a necessidade de “afogar a solidão nos livros”. Suas excentricidades irritavam o pai.
Einstein tinha 26 anos quando solucionou o problema da harmonia celeste. Era uma solução de artista, bem como de cientista.
Os cientistas julgavam que o que parecia verdadeiro a eles quando observavam o universo do seu ponto de vista pessoal, de sua posição relativa em seu cantinho do mundo devia ser necessariamente ser verdadeiro para todos os que observavam o universo de todos os outros pontos de vista.
Einstein era um perfeito discípulo de Spinoza. Mas não de Newton.
Para um observador imparcial do universo, todo o tempo, assim como todo o espaço, se tornaria presente a um único volver de olhos. Se um homem pudesse deslocar-se com uma velocidade superior a da luz, alcançaria seu passado e teria a data do seu nascimento relegada para o futuro. Veria os efeitos antes das causas e presenciaria os acontecimentos antes que eles sucedessem realmente.
“Diante de Deus, todos somos igualmente sábios e igualmente loucos”, disse. Era um artista. Observara que poucos dos chamados eruditos compreendiam a significação do pensamento especulativo. Era um estudioso solitário, “um pesquisador singular, taciturno, arredio”.
Apoderara-se dele uma “curiosidade demoníaca” de procurar o último esconderijo da verdade – a cadência íntima do movimento das estrelas na sinfonia de tempo e do espaço.
“Esta guerra é um crime selvagem e perverso. Eu preferiria ser cortado em pedaços a tomar parte em tão abominável ação”. Mas poucas pessoas lhe deram ouvidos. Durante o conflito, Einstein viveu num cosmo à parte, um universo de sua própria criação.
Os físicos – declarou – andavam fundamentalmente errados na sua crença de que os objetos caíam, no sentido de serem puxados na direção de um centro de gravitação. Na realidade, não existe “embaixo” – nem “em cima” no universo.
“Todos falam em mim e ninguém me entende”. Na verdade, ninguém desejava entender esse assombroso malabarista de ideias matemáticas.
Einstein continuaria a ser simplesmente ele mesmo. Odiava a riqueza. Não queria saber de dinheiro. O que o mundo mais necessitava – dizia – nunca se poderia comprar com dinheiro.
“Nas crianças reside a esperança do mundo”. “Esperemos”, disse aos seus amiguinhos, “que a vossa geração dê o exemplo à minha”.
Ali esperava continuar, pacífica e silenciosamente, o seu velho curso acadêmico de fraternidade humana e sonhos cósmicos.





Eu, Álison

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