sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mas esse vazio é ele próprio

O termo esquizóide refere-se ao indivíduo cuja totalidade de experiência divide-se em dois principais sentidos: em primeiro lugar, uma ruptura em seu relacionamento com o mundo e, em segundo, uma ruptura na relação consigo mesmo. Tal pessoa é incapaz de sentir-se "junto com" os outros, ou "à vontade" no mundo. Pelo contrário, experimenta uma desesperadora solidão e isolamento.

O esquizofrênico está desesperado, ou simplesmente sem esperanças. Precisamos reconhecer todo o tempo sua singularidade e diferenciação, sua separação, solidão e desespero. A esquizofrenia não pode ser compreendida sem que se compreenda o desespero.

"Eu discuto a fim de preservar minha existência". É possível dizer que se, de fato, imaginava que a perda de uma discussão colocaria em perigo sua existência, neste caso estava "fortemente desligado da realidade".

Ele se sente como um homem que se salva do afogamento somente pela mais estrênua, constante e desesperada atividade. A principal manobra usada para preservar a identidade sob pressão do temor da absorção é o isolamento. Ser compreendido corretamente é ser absorvido, cerceado, devorado, mergulhado, comido, sufocado, abafado pelo que se supõe seja a ampla compreensão da outra pessoa. Ser sempre mal interpretado é penoso e causa sensação de isolamento, mas pelo menos deste ponto de vista existe uma certa segurança no isolamento.

O indivíduo sente que, como o vácuo, está vazio. Mas esse vazio é ele próprio. Embora de outros modos anseia para que o vazio seja preenchido, teme a possibilidade de que isso aconteça porque passou a achar que a única coisa que ele pode ser é o medonho nada desse mesmo vácuo.

"Seis semanas mais tarde novamente defendeu-se com todas as forças contra a extinção do fogo de sua vida, até finalmente apagar-se de todo, espiritual e mentalmente. Daí em diante, há anos, é como uma cratera extinta".





Eu, Álison

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