quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Louis Agassiz


Que os outros estudantes desperdiçassem o tempo em prazeres. Ele seguiria o seu caminho.
Para Agassiz, a perda de seu grande colega e amigo foi um golpe tremendo. Onde encontraria agora o estímulo para continuar as pesquisas?
Passaram-se varias semanas sem que lhe chegasse uma única palavra de Humboldt ou do editor – semanas de fome, privações, desespero. E então Agassiz recebeu por fim uma resposta – uma carta diferente de tudo o que esperara.
Agassiz não restringia sua intensa atividade ao ensino e aos estudos. Era grande amigo das crianças, e essas o acompanhavam no grande amor à natureza. Não acreditava nas ilustrações das belezas da natureza que encontrava nos livros didáticos. A sua ciência era uma ciência viva, pronta para se desdobrar aos olhos de todos.
“Este homem” exclamou dos espectadores assombrados, “desvendou os próprios planos de Deus, como por milagre!”.
Um corpo de moço tão modesto para uma cabeça de velho sábio!
E o rei dos cientistas escreveu-lhe, com a mão trêmula da idade, uma carta de despedida. “Seja feliz em sua nova empresa, e reserve-me o primeiro lugar em seu coração. Quando voltar, já não estarei aqui”.
No Velho Mundo, um homem de dotes excepcionais passa a vida entregue a estudos solitários enquanto a seu lado milhares de seus semelhantes vegetam na degradação.
Estou certo que há, não apenas uma conexão material, mas também e principalmente uma conexão intelectual nas coisas...
Quando lhe perguntaram qual lhe parecia a maior das suas realizações, respondeu: “A observação. Ensinei os homens a observar”. Olhar, olhar, olhar – essa era sua constante recomendação. Olhar era saber.
“A honra me lisonjeou ainda mais por ser tão inesperada”, escreveu a um amigo.
O espírito desse homem recusava-se a morrer. As areias de sua vida estavam quase esgotadas.
“Quero descansar”, dizia ele. “Estou fadigado; estou pronto para ir-me”.






Eu, Álison

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