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Pegando num machado e esquecendo na minha fúria o meu medo pueril que até aí havia sustido a minha mão, lancei ao animal um golpe que teria sido mortal se o atingisse, mas a mão da minha mulher interpôs-se. Esta intervenção espicaçou a minha raiva até torná-la demoníaca. Soltei o braço e enterrei-lhe o machado no crânio. A minha mulher caiu morta no chão, sem soltar sequer um gemido.
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Um gemido, a princípio surdo e quebrado como os soluços de uma criança, que rapidamente se transformou num grito longo, alto e contínuo, completamente anormal e inumano - um uivo - um berro crescente, misto de horror e de triunfo, como só poderia ser soltado no Inferno pelas gargantas dos condenados na agonia e dos demônios que exultam a danação.
Retirado de 'O Gato Preto', de Edgar Allan Poe.
Eu, Álison
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