Leonardo sempre teve uma filosofia de vida aquém das pessoas. Sempre achou que tudo o que fosse fazer deveria ser feito por si mesmo. Não que ele fizesse as coisas em proveito próprio, mas tudo o que fazia partia de uma vontade sua de querer fazê-lo e não porque lhe mandavam ou porque todos estavam fazendo.
Numa noite, Leonardo voltava para casa e no mesmo ônibus em que vinha estava também uma colega sua. Ela iria descer antes de Leonardo. Caía uma leve chuva e ele havia percebido que sua colega não tinha guarda-chuva, diferentemente dele, que levava um em sua mochila. Leonardo perguntou à sua colega se ela se importaria que ele descesse junto dela e que a acompanhasse até sua casa. Ela consentiu. Logo depois que desceu do ônibus, Leonardo abriu seu guarda-chuva e o posicionou acima dela. A casa de sua colega ficava a uma curta distância de onde o ônibus havia parado, por isso logo chegaram. Ele se despediu de sua colega e ela o agradeceu por tê-la acompanhado. Leonardo seguiu e depois de um tempo caminhando chegou a sua casa.
Vocês que estão lendo este livro devem se perguntar "O que Leonardo ganhou acompanhando sua colega até em casa?". Racionalmente falando, Leonardo não ganhou nada, pelo contrário, se tivesse continuado no ônibus teria descido bem mais perto de casa. Ele sabia que não ganharia nada, mas isso não o impediu de fazer o que ele fez.
Pois agora o leitor irá me perguntar "Se a casa da colega de Leonardo era tão perto de onde o ônibus parou, porque Leonardo se deu ao trabalho de acompanhá-la em um trajeto tão curto?" Bom, todos sabem que independente do tempo que se fique na chuva, você vai se molhar, então Leonardo fez questão de acompanhá-la, por mais próximo que fosse sua casa. Por mais simples que pudesse parecer, isso não o impediu de fazer o que ele fez.
Por fim, você deve estar se perguntando "Se o que Leonardo fez foi tão nobre, porque ele não fez isso numa ocasião durante o dia, ao invés de um horário tão tarde em uma noite fria e chuvosa, para que as outras pessoas pudessem ver o que ele fez?" Pois fiquem sabendo que eu, que lhes escrevi este livro, também fiz essa pergunta a Leonardo e tentarei respondê-la da forma que mais se aproxime do que ele me disse. Leonardo fez o que fez, não para que as pessoas vissem o que ele fez e achassem que ele era uma boa pessoa. Ele fez porque queria fazer. Porque era o que ele achava certo. Ele estava seguindo sua filosofia, como descrevi no começo. Tudo o que fazia partia de uma vontade sua de querer fazê-lo. Então, mesmo sendo algo simples, mesmo que ele não ganhasse nada com isso e mesmo que ninguém o tenha visto, isso não o impediu de fazer o que ele fez.
Só ele sabe o motivo que o levou a agir dessa forma. O que fez a sua colega foi o reflexo de sua bondade. E aí está a nobreza e a grandeza de uma pessoa.
Eu, Álison
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