Meus bons amigos, vocês não compreendem esse Bach. É um gênio.
Meu Deus! Existe apenas um grande Bach!
Assim, de feito, é que era: mas que poderia fazer um pobre diabo de aluno com um louco que improvisava em claves completamente estranhas ao ouvido humano e que saltava de uma clave para outra, displicente, sem a menor pausa na torrente de sua melodia?
Família de estranhos talentos e nervos sensitivos, esses Bachs. Especialmente papai Sebastian. Quando alguém sente a música com profundeza, com demasiada profundeza, força é que se mostre irritadiço em relação a esses organistas profissionais, cujas notas desajeitadas são outras tantas punhaladas no coração da gente.
E isso, ainda por cima, dava à gente a reputação de ser um velho maníaco intratável. Velho maníaco intratável!
Que poderiam esses parvos compreender no tocante a superioridade da visão alheia?
O segredo da minha harmonia? Só eu o conheço.
A ciência da minha arte. A arte da minha ciência. A harmonia das estrelas no céu, o anseio de fraternidade no coração do homem. Tal é o segredo da minha música.
Das profundidades do abismo chamei por Ti, Senhor. O derradeiro brado. Depois, o silêncio.
Simples como o canto dos pássaros ao sol que nasce ou que morre.
Agora, após um dia tranquilo, a tranquilidade da noite.
Isso foi tudo.
É possível que vários séculos se passem ainda antes que o mundo se advirta da existência dele.
Eu, Álison
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