O sentido de dever, a formação moral e os princípios de uma pessoa podem frustrar seu impulso de comer, amar, fugir, fazer o que deseja fazer, satisfazer sua curiosidade.
Estas frustrações também produzem cólera. Se uma pessoa é frustrada por outra, se encoleriza com essa mesma; se é frustrada por si mesma, se encoleriza consigo mesma.
Uma pessoa se encoleriza ainda, se a ferem fisicamente, se seus sentimentos, se seu orgulho é ferido, se a sua tranquilidade é perturbada, se sua reputação é atingida, se sua segurança é ameaçada, se sua propriedade é destruída, se seu amor próprio é ferido, se suas possibilidades de êxito ou de felicidade são obstruídas, se sua vida amorosa é ameaçada, se seus ideais são despedaçados, se sua fé é destruída, se lhe impedem a liberdade.
[...]
Muitas vezes uma pessoa decide não mencionar seu ressentimento contra alguém, porque não deseja ferir os sentimentos dessa pessoa e provocar-lhe desgostos.
Ainda que à primeira vista esse raciocínio pareça recomendável, na realidade é pouco prático e errado. A irritação que não se desafoga, não se esquece. A pessoa pode ignorá-la e pretender que já não existe, porém, mais cedo ou mais tarde, a irritação virá à tona sob outra forma, geralmente de intensidade tão extraordinária que o resultado final é ferir os sentimentos da outra pessoa em um grau consideravelmente maior da que se houvesse expressado no princípio.
Eu, Álison
Nenhum comentário:
Postar um comentário