sábado, 12 de abril de 2014

Para que tudo isso?

Mas, na medida em que o crente duvide, isto é, se sinta menos solidário com o credo religioso de que é membro e dele se emancipe, na medida em que a família e a comunidade se tornem estranhos ao indivíduo, ele se torna para si mesmo um mistério, e então não pode se esquivar à incômoda e angustiante questão: para que tudo isso?


Em outras palavras, se, como já se disse inúmeras vezes, o homem é dúplice, é que ao homem físico se acrescenta o homem social. Ora, este último pressupõe necessariamente uma sociedade que ele exprime e a que serve. Mas se, pelo contrário, ela vem a se desagregar, e não mais a sintamos viva e atuante em torno e acima de nós, o que há de social em nós ficará destituído de todo fundamento objetivo. Já não passará de uma combinação artificial de imagens ilusórias, uma fantasmagoria que um pouco de reflexão bastará para desvanecer; nada, por conseguinte, que possa servir de finalidade aos nosso atos. E contudo esse homem social é a essência do homem civilizado: é ele que determina o valor da existência. 





Eu, Álison

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