sábado, 24 de agosto de 2013

É só um conto de fadas...

Encontrei um pequeno texto que fala um pouco sobre a origem dos contos de fadas. Achei interessante porque ele mostra como uma história pode se modificar com o passar dos anos, tornando-se algo totalmente diferente do original.

Eles vieram das tradições orais de culturas diversas, do folclore mesmo, sem nome definido. E, como muitos sabem, não essas histórias não tinham nada de fadas. São contos recheados de vingança, assassinatos, torturas, sexo, mutilações, e por aí vai. Eles carregam a moral, ritos, anseios e orientações gerais da cultura que os gera. São histórias como as da mitologia grega, celta, hindu e até mesmo a brasileira. Essas histórias da mitologia européia eram contadas de pai para filho e traziam consigo preocupações da vida cotidiana (e nada nobre) como morte, fome, abandono e abusos sexuais onde os personagens principais, em geral, eram crianças ou jovens, servindo de alerta (drástico) para que os pequenos camponeses tomassem cuidado. Esses contos começaram a ser formalmente registrados em prosa na Idade Média, quando a sociedade começou criar uma distinção social entre crianças e adultos.

O autor pioneiro na área foi o francês Charles Perrault, que deu uma amaciada nas histórias para agradar as mães da corte francesa. No século seguinte, os famosos irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen deram seguimento nessa linha literária inclusive absorvendo características de folclores de outras culturas, criando as "morais de história" e também amenizando os enredos. Afinal, já era considerado meio drástico dizer que João e Maria foram abandonados pelos pais por falta de condições para criá-los, passaram fome e tiveram os olhos devorados pelos animais da floresta. Que a Bela Adormecida foi, na verdade, estuprada pelo príncipe e até gerou seu filho enquanto estava inerte na cama. Que a história da doce Chapeuzinho Vermelho fala de canibalismo, onde a neta come a carne da própria avó e acaba sendo abusada e devorada pelo lobo, sem caçador para salvar. Que a Branca de Neve foi feita de empregada pelos anões e, no final, se vinga da madrasta obrigando-a vestir sapatos de ferro quente e dançar até a morte. Que a Pequena Sereia tem a cauda rasgada ao meio pela bruxa do mar e morre no final.

Os contos atuais, cheios de esperança e amor, foram fruto de uma preocupação com o impacto psicológico que as crianças podem sofrer a partir de influências. Preocupação esta que continua até hoje, discutindo cada vez mais o conteúdo da indústria infantil e do politicamente correto. Foi ela que transformou aquelas histórias macabras nos famosos contos de fada e acabou por nos poupar de muitas histórias dignas de pesadelos.






Eu, Álison

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