quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A dor era absurda


 

Em 07 de fevereiro de 1909, uma mulher de 30 anos de idade chamada Emma Hauck foi internada no Hospital Psiquiátrico da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, diagnosticada com demência precoce (esquizofrenia). As perspectivas melhoraram rapidamente e, um mês depois, ela recebeu alta, mas foi readmitida dentro de semanas com sua condição ainda mais agravada. Infelizmente, a crise continuou e, em agosto do mesmo ano, com sua doença considerada terminal e sem possibilidade de reabilitação, Emma foi transferida para o asilo Wiesloch, onde viveu durante onze anos até sua morte, em 1920.



Foi nessa época que uma coleção comovente de cartas foi descoberta nos arquivos do hospital Heidelberg, todas escritas obsessivamente pela mão de Emma durante sua segunda estadia na clínica, em 1909. Cada carta desesperada é direcionada à marido ausente, Mark, e cada página é marcada pela sobreposição das frases no texto. Algumas são tão repetitivas que tornam-se ilegíveis, mas pode-se ler em algumas partes "Herzensschatzi Komm" (Meu querido, venha), repetidas vezes, e em outras ela simplesmente repete incessantemente "Komm Komm Komm" (venha venha venha), milhares de vezes.


As cartas nunca foram enviadas.






Eu, Álison

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